sexta-feira, 11 de maio de 2007

Assalto

Diário de bordo, 11 de Maio de 2007, Porto
Canção do dia: «Alegria» in Alegria (Cirque du Soleil)


Segunda-feira, 7 de Maio de 2007, acordei e apanhei o expresso para o Pólo universitário. No metro encontrei uma amiga e colega de turma que também é uma andante usual. Tínhamos frequência nesse dia. Na Trindade validei o cartão. Sentámo-nos nos bancos da estação à espera do metro. Pousei os livros no colo e a bolsa ao meu lado. Chegadas ao Pólo, e já no cimo das escadas rolantes, dei pela falta da carteira. O que iria fazer? Estava sem dinheiro e sem telemóvel. Desci as escadas rolantes. Questionei um dos condutores do metro sobre o que deveria fazer. Ele acionou o mecanismo metro SOS e falou com o senhor. O metro dele chegou, foi-se embora e deixou-me a falar com o senhor da linha. Não me deram indicações sobre o que tinha de fazer. Um segurança que estava a ouvir a conversa ajudou-me. Contactou os seus colegas questionando-os se teriam encontrado alguma bolsa. A resposta foi negativa. Deu-me um número de telefone para o qual poderia ligar para perguntar pelos meus pertences. Nada. Ninguém tinha encontrado nada. Interroguei a senhora que me atendeu relativamente ao meu regresso para Vila do Conde ao final da tarde, já que estava sem o andante e sem dinheiro, para comprar um novo título. Respondeu-me que a Metro do Porto não se podia responsibilizar por isso. Resumindo: tinha perdido a carteira ou sido assaltada, estava sem dinheiro para almoçar e para voltar para casa e tinha frequência em menos de uma hora. O que iria fazer? Dirigi-me à faculdade. Já não fui à primeira aula visto já estar tão atrasada. Retomei ao dia-a-dia. Ao longo deste fui recordando o que tinha enfiado apressadamente na mala essa manhã: telemóvel, carteira, agenda, máquina de calcular, garrafa de água, lanche e lenços de papel. A ideia de nunca mais ver os meus pertences começava a assustar-me. Os meus amigos emprestáram-me dinheiro e meti-me no metro para casa. No caminho dirigi-me à Trindade para pedir informações. Disseram-me que a única Loja Andante que recolhia perdidos e achados era a da estação de Pedras Rubras. Dirigi-me a essa estação, dei os meus dados e rezei para que me dissessem algo nos dias seguintes. Já em casa voltei a ligar para o meu telemóvel. Atendeu-me uma Andreia, estudante no S. João. Disse-me que tinha encontrado o telemóvel e a carteira aí perto. Que descanso... Combinou deixar os meus pertences no centro comercial Campus. Pedi ao meu pai bolei e retornei ao Porto.

A carteira estava lá. Que felicidade!!!

À noite, verifiquei novamente se tinha tudo na carteira. Estava tudo lá excepto o montante da semana. Contudo, estranhamente concluí que para além desse dinheiro, o ladrão tínha-me roubado uma sande de queijo e um sumo "Bongo" de frutos tropicais. Será que se tivesse levado um lanche mais elaborado a minha carteira teria permanecido intacta?

Andante