sábado, 29 de setembro de 2007

Anjinho

Diário de Bordo, Vila do Conde, 20 de Outubro de 2007
Canção do dia: Super Mario Theme

Quinta-feira, 27 de Setembro de 2007, apanhei o metro no "Pólo Universitário" para vir pa Vila do Conde. Já no cheio metro para a Vila, entra uma família de negrinhos. A mãe senta o menino ao meu lado. A criança, tinha uma ar angelical. Disse-lhe olá. Ele, com vergonha, não respondeu.

-Mãe, dá-me o meu "GameBoy Advance"...

Paz d'alma...
Até que...

-Quase!
-Grande salto!
-Só tenho 11, não 10! (vidas)
-Que sorte...
-Perco sempre aqui!
-Tou quase a passar o nível todo!
-O nível a seguir é o do fogo!
-Tá quase.
-Hi...impossível. Eu saltei para o outro lado!
-Vou apanhar-te!
-Tenho de apanhar...tenho de apanhar...
-Anda "Super Mário"!
-Salta!
-Consegui.
-Eu tinha conseguido...fogo!
-Yes...
-Yes...yes...yes...
-Ganhei! Até que enfim...
-Este nível é um bocadinho difícil.
-Perdi.

De repente bate três vezes com o gameboy na testa e retoma o jogo outra vez.

-Granda finta!
-Tenho de passar.
-Este horrivel monstro...
-Fogo...não consigo saltar...
-Já está!
-Tou a gastar tanto tempo...
-Ah...até que enfim.Acho bem...
-Oh...
-Apanhei mais um. E... apanhei-te!
-Tenho uma sorte...
-16 vidas!!!
-Já passei tudo?! Isto é tão complicado...
-Oh não...falhou.
-Oh...
-Hum...

Entratanto...
Dim..dom...
Próxima paragem Vila do Conde.

Game Over

Andante

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Uma menina trapezista, um viajante malabarista, acrobacias intimistas, personagens voadoras e...

Diário de Bordo, Vila do Conde, 17 de Setembro de 2007
Canção do dia:«Barquinho da Esperança»-Sara Tavares


Sexta-feira, 14 de Setembro de 2007, apanhámos o metro em "Vila do Conde" com destino ao "Bolhão". Na praça D. João I esperávam-nos o resto dos artistas. Às 22:00h iríamos actuar no Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP) pela "Corda Bamba"...
O nervosismo era muito e todos sentíamos borboletas a esvoaçarem na barriga. Já faltava pouco para o espectáculo começar.
Noite, sonho: o piano toca, uma menina anda de baloiço. Balança e voa.
Personagens surgem e levam-na numa noite imaginária. A teia colocada na praça ganha vida, movimento. Há balanço, equilíbrio, saltos, dança, curiosidade. Um viajante surge. Inspirado por aquilo que encontra, começa a jogar. Na sua simplicidade, brinca. Objectos ganham vida. A menina observa.
Um barco de papel de jornal solta as amarras. Enquanto navega grandes e pequenas ondas, rodopia e volta a ancorar.
Da trama de ferro emerge um casal. Intimidade. Cumplicidade. Entre olhares e afectos surgem figuras acrobáticas. A arpa e o vibrafone ecoam.
Volta o viandante. A tinta escorre. Com as bolas, escreve arcos, linhas, curvas e oscilações.
De cima do seu ninho metálico surgem vultos voadores. Entre saltos e ressaltos voltam ao abrigo. Saltarinham e saltitam. Rodeiam, volteiam, giram e circundam sobre si próprios.


O sonho acaba... a menina acorda.
Os aplausos soam, o espectáculo acabou...


Uma menina trapezista, um viajante malabarista, acrobacias intimistas, personagens voadoras e...


Andante