quarta-feira, 24 de outubro de 2007

"Era uma vez, uma grande família de dálmatas..."

Diário de Bordo, Vila do Conde, 24 de Outubro de 2007
Canção do dia: «Mi ma bo»-Sara Tavares


-"Era uma vez, uma grande família de dálmatas. A mãe Pepita, o pai Pongo e os seus 101 cachorrinhos. Todos eles eram muito unidos e faziam tudo juntos. Porém, havia sempre uma cadelinha que ficava sempre atrasada. O seu nome era Beatriz.
-Não era pai! O cachorrinho chamava-se Borboto!...
-Tá bem. O seu nome era Borboto. À tarde, e depois da sesta, os cachorrinhos adoravam ver as aventuras...
-As aventuras do Faísca.
-...as aventuras do Faísca, o cão herói. Quando Borboto chegou à sala já os outros cachorrinhos estavam a assistir à sua série preferida.
Borboto sempre sonhara ser como ele. Faísca era um cão que ajudava as pessoas.
-Mas ele vai ser como ele, ele no final da história vai salvar pessoas!
-Beatriz, se tiveres sempre a interromper não te leio a história.
-Desculpa pai.
-Onde é que eu ia? Ah... sim.O Faísca era um cão que ajudava as pessoas. Naquele dia, os cachorrinhos assistiam ao salvamento de um menino que se estava a afogar. Corajosamente, Faísca salta para a água e salva o menino. Os cãezinhos uivavam de alegria.
-Aaaaaaauuuuuuu..."


Já a caminho de Vila do Conde, a única carruagem ia completamente cheia.

-Sinhore! Amigo! Mánde abrir as portas que tá aqui um senhor c'a mão presa na porta desd'a Senhora d'Hora!...
-Ding dong...
-Vai-me desculpar, é possível abrir as portas que há um senhor que está com a mão presa?
-Mas precisa de ambulância?
-Precisa de ambulância? O senhor diz que não precisa de ambulância.
-Ok. Vou já abrir as portas.

-Olhe, afinal o senhor precisa de ambulância.
-Vou providenciar.
-Sente-se bem, precisa de alguma coisa?
-Beba água sinhore, beba água.
-Onde é que sai?
-Pedras Rubras.
-Vão estar dois funcionários da "Metro" à sua espera.
-Muito obrigado. Muito obrigado.

À chegada da estação de "Pedras Rubras".
-Tão ali os os sinhores. Olhe!... Olhe!... É este. (Dizia ela apontando e batendo no vidro.)

-Prontos. Já viu? O 'óme 'tava ali c'a mão apertada à cinc' estações e n'a dizia nada. Ond'é que já se viu?! Se em vez da mão fosse a cabeça, já sabíamos. Pois. S'ele tivesse ficado c'a cabeça presa p'lo menos oubiamo-lo a berrar!

Andante