sábado, 18 de junho de 2011

Comboios

Diário de Bordo, Vila do Conde, 18 de Junho de 2011
Canção do Dia: «Destiny» Zero 7


Tenho um grande amigo peruano que, para além de excelente cozinheiro e grande entusiasta da bola, possui uma teoria sobre comboios. Para ele, as pessoas sentam-se nos comboios da maneira como sentem a vida naquele momento.
Se se sentam de frente para a viagem, estão de mente e braços abertos para o que o futuro lhes reserva. Utilizam a viagem para fazer planos, organizar a semana, fazer listas ou simplesmente dormir. Estão no presente. Aceitam o passado e sabem que o amanhã existe.
Se, por algum motivo se sentam de costas para o destino, veem no vidro o reflexo do que são. Observam o passado, aquilo que já alcançaram, os caminhos que já percorreram.
Ele também lembra que há pessoas que não se sentam de costas para evitar enjoos e vómitos. Pequenas manifestação mundanas que interferem com o desenrolar do espírito.
Na viagem em que partilhou a sua teoria, um grupo de amigos partia em busca de uma cidade desconhecida. Agora, viajo sozinha, no percurso habitual, ao encontro dos amigos. Sabendo que é necessário, por vezes, sentarmo-nos de costas para o destino para levar a viagem em frente.

Andante

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