Diário de Bordo, Vila do Conde, 16 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «Nocturno» Chopin
« (...)Via as crianças crescerem, passando de curiosas criaturas de olhos esbugalhados a pequenos passarinhos coloridos e alegres que esvoaçavam com asas invisíveis pelos meus campos e pelo meu pomar. (...)»
(em «Cinco quartos de laranja» de Joanne Harris)
Andante
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
domingo, 13 de novembro de 2011
Nada
Diário de Bordo,Vila do Conde, 13 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «Montains» Message to Bears
Nada para ler...
Nada para escrever...
Nada para desenhar ou ouvir...
Sem sono...
Andante
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Como resolver?
Diário de Bordo, Vila do Conde, 11 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «Tonight, tonight, tonight» Low Roar
O nariz não me pára de pingar, sem lenços de papel, como resolver?...
Andante
Canção do Dia: «Tonight, tonight, tonight» Low Roar
O nariz não me pára de pingar, sem lenços de papel, como resolver?...
Andante
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Pasta Nova
Diário de Bordo, Vila do Conde, 10 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «Silence» Lucia
Recebi uma linda pasta nova de presente. De couro antigo, castanho e vermelho. Usada e com história. De colocar às costas, as semelhanças com uma miúda de escola são notáveis, para curiosidade dos que passam.
Andante
Canção do Dia: «Silence» Lucia
Recebi uma linda pasta nova de presente. De couro antigo, castanho e vermelho. Usada e com história. De colocar às costas, as semelhanças com uma miúda de escola são notáveis, para curiosidade dos que passam.
Andante
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Mofo
Diário de Bordo, Vila do Conde, 31 de Outubro de 2011
Diário de Bordo, «Hometown Glory» Adele
Tresanda a mofo...
Andante
Diário de Bordo, «Hometown Glory» Adele
Tresanda a mofo...
Andante
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Mãe
Diário de Bordo, Vila do Conde, 27 de Outubro de 2011
Canção do Dia: «Karma Police» Radiohead
Repetitivamente...
-Oh mãe...
-Mãe?...
-Mamã!...
-Mami?...
-Mamã?...
-Mamã!...
-Mã?...
-Mã?
-MÃE?! TÁS A OUVIR?!
-SIM SOFIA!!!... NÃO VÊS QUE ESTOU A FALAR COM ESTA SENHORA!
Andante
Canção do Dia: «Karma Police» Radiohead
Repetitivamente...
-Oh mãe...
-Mãe?...
-Mamã!...
-Mami?...
-Mamã?...
-Mamã!...
-Mã?...
-Mã?
-MÃE?! TÁS A OUVIR?!
-SIM SOFIA!!!... NÃO VÊS QUE ESTOU A FALAR COM ESTA SENHORA!
Andante
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Desconversas
Diário de Bordo, Vila do Conde, 24 de Outubro de 2011
Canção do Dia: «The Sad Story of a Little Town» Noiserv
A caminho do Polo Universitário, até Salgueiros, conversam duas idosas e uma jovem.
-Já recebi a carta da Câmara a dizer para me apresentar.
- E por que é que não foste agora, enquanto estivemos na missa? Fazias as compras depois...
-Oh, eu vou lá na quarta-feira.
-Podias ter ido lá agora...
-Oh mulher, já disse que vou lá na quarta!
-E para que era?
-É por causa do centro de desemprego. Ligaram-me para auxiliar numa escola.
-Auxiliar? Ai!... Eu aceitava!...
-Eu também!...
-Eu acho que vou aceitar, é melhor que este emprego!
-Olha lá, e por que é que não foste lá ontem? Podias ter ido lá ontem!
-Ontem tive a trabalhar!
-Ah pois foi. Devias ter ido agora enquanto estávamos na missa.
-Outra vez?! Rais'par'tàs velhas! Vou lá na quarta-feira!
(...)
-Olha lá, por falar nisso, que raio de história é essa de assistires à missa de pernas cruzadas?!... Já'lguma vez vistes alguém a'ssistir à missa de pernas cruzadas?! Ah?!...
-Não, não vi. Mas trabalho 8 horas por dia de pé e tou cansada. Por que é que não posso estar sentada?
-Oh Mena, e tu não tens filha na catequese?
-Tenho.
-E tu não vais à missa da tua filha?
-Vou.
-E alguma vez, vistes alguém a tomar a hóstia sentado?!
-Não, não vi. Mas oh mulher, qual é o mal de estar sentada quando estamos cansados?
-Oh, onde é que já se viu!
Intervém a terceira.
-Oh Lina, deixa lá a rapariga! No tempo de Jesus, quando Ele andava a pregar nos montes, as pessoas sentavam-se no chão à chinês no meio do chão! Qual é o problema, então?!
Andante
Canção do Dia: «The Sad Story of a Little Town» Noiserv
A caminho do Polo Universitário, até Salgueiros, conversam duas idosas e uma jovem.
-Já recebi a carta da Câmara a dizer para me apresentar.
- E por que é que não foste agora, enquanto estivemos na missa? Fazias as compras depois...
-Oh, eu vou lá na quarta-feira.
-Podias ter ido lá agora...
-Oh mulher, já disse que vou lá na quarta!
-E para que era?
-É por causa do centro de desemprego. Ligaram-me para auxiliar numa escola.
-Auxiliar? Ai!... Eu aceitava!...
-Eu também!...
-Eu acho que vou aceitar, é melhor que este emprego!
-Olha lá, e por que é que não foste lá ontem? Podias ter ido lá ontem!
-Ontem tive a trabalhar!
-Ah pois foi. Devias ter ido agora enquanto estávamos na missa.
-Outra vez?! Rais'par'tàs velhas! Vou lá na quarta-feira!
(...)
-Olha lá, por falar nisso, que raio de história é essa de assistires à missa de pernas cruzadas?!... Já'lguma vez vistes alguém a'ssistir à missa de pernas cruzadas?! Ah?!...
-Não, não vi. Mas trabalho 8 horas por dia de pé e tou cansada. Por que é que não posso estar sentada?
-Oh Mena, e tu não tens filha na catequese?
-Tenho.
-E tu não vais à missa da tua filha?
-Vou.
-E alguma vez, vistes alguém a tomar a hóstia sentado?!
-Não, não vi. Mas oh mulher, qual é o mal de estar sentada quando estamos cansados?
-Oh, onde é que já se viu!
Intervém a terceira.
-Oh Lina, deixa lá a rapariga! No tempo de Jesus, quando Ele andava a pregar nos montes, as pessoas sentavam-se no chão à chinês no meio do chão! Qual é o problema, então?!
Andante
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Pão de Forma
Diário de Bordo, Vila do Conde, 15 de Setembro de 2011
Canção do Dia: «Don't Speak» No Doubt
Dia do passarito a fugir com a fatia pão de forma.
Andante
Canção do Dia: «Don't Speak» No Doubt
Dia do passarito a fugir com a fatia pão de forma.
Andante
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Sapatilhas
Diário de Bordo, Vila do Conde, 12 de Setembro de 2011
Canção do Dia: «You Know I'm No Good» Amy Winehouse
Eram gigantes, eram mesmos gigantes. Talvez as maiores que eu alguma vez vira. As sapatilhas de basquete. Qual o número máximo de tamanho que sapatilhas podem ter? E até quanto podem, uns pés, crescer?
Para segundo plano passaram os boxers berrantes, completamente destapados, e as calças fora do sítio que orgulhosamente ostentava.
Andante
Canção do Dia: «You Know I'm No Good» Amy Winehouse
Eram gigantes, eram mesmos gigantes. Talvez as maiores que eu alguma vez vira. As sapatilhas de basquete. Qual o número máximo de tamanho que sapatilhas podem ter? E até quanto podem, uns pés, crescer?
Para segundo plano passaram os boxers berrantes, completamente destapados, e as calças fora do sítio que orgulhosamente ostentava.
Andante
domingo, 28 de agosto de 2011
Chuva torrencial
Diário de Bordo, Vila do Conde, 28 de Outubro de 2011
Canção do Dia: «Bloom» The Paper Kites
Chove torrencialmente. O metro fica todo sujo de pés molhados. Os guarda-chuvas empilham-se, esbracejam e sacodem-se como cães molhados. As pessoas ficam cinzentas e rabujentas. Chateiam-se uma com as outras e ao mínimo constragimento explodem.
No meio disto, um miudito cola no vidro, observa as gotas de água que fogem com a velocidade, seguindo-lhe os trilhos com o dedo pequenino.
Andante
Canção do Dia: «Bloom» The Paper Kites
Chove torrencialmente. O metro fica todo sujo de pés molhados. Os guarda-chuvas empilham-se, esbracejam e sacodem-se como cães molhados. As pessoas ficam cinzentas e rabujentas. Chateiam-se uma com as outras e ao mínimo constragimento explodem.
No meio disto, um miudito cola no vidro, observa as gotas de água que fogem com a velocidade, seguindo-lhe os trilhos com o dedo pequenino.
Andante
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segunda-feira, 22 de agosto de 2011
A crise segundo Einstein
Diário de Bordo, Vila do Conde, 22 de Agosto de 2011
Canção do Dia: «Stand Up» Hindi Zahara
A crise segundo Einstein:
“Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo, sem ficar superado.
Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e as soluções fáceis. Sem crise não há desafios. Sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.”
Canção do Dia: «Stand Up» Hindi Zahara
A crise segundo Einstein:
“Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo, sem ficar superado.
Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e as soluções fáceis. Sem crise não há desafios. Sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.”
Albert Einstein
Andante
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Meninos Bonsai
Diário de Bordo, Vila do Conde, 16 de Agosto de 2011
Canção do Dia: «Think Twice» Grove Armada
"Sei que no oriente existe uma nova geração à qual chamam de Meninos Bonsai; resultado de experiências baseadas na cultura de árvores em miniatura, mas aplicada a humanos. A finalidade édesacelerar o crescimento das crianças, mantê-las pequenas e engraçadas de modo a potenciar uma evolução mais firme, pensada e estruturada das mesmas(...) Vou regar-vos como a um Bonsai; aparar-vos as folhas do cabelo de dois em dois dias, podar a vossas existência, mas deixar-vos chegar luz suficiente para a realização da fotossíntese."
(in Os meninos bonsai de Ricardo Vieira)
Andante
Canção do Dia: «Think Twice» Grove Armada
"Sei que no oriente existe uma nova geração à qual chamam de Meninos Bonsai; resultado de experiências baseadas na cultura de árvores em miniatura, mas aplicada a humanos. A finalidade é
(in Os meninos bonsai de Ricardo Vieira)
Andante
quarta-feira, 13 de julho de 2011
O que é verdadeiro permanece.
Diário de Bordo, Vila do Conde, 13 de Julho de 2011
Canção do Dia: «Playground Love» Air
"O que é verdadeiro volta? Não. O que é verdadeiro não vai. O que é verdadeiro permanece."
Canção do Dia: «Playground Love» Air
"O que é verdadeiro volta? Não. O que é verdadeiro não vai. O que é verdadeiro permanece."
Nicholas Sparks
Andante
domingo, 10 de julho de 2011
Super Miúdo
Diário de Bordo, Vila do Conde, 10 de Julho de 2011
Canção do Dia: «A menina e o piano» Mario Laginha e Bernardo Sassetti
(...)
-E já trabalhas?
-Sim, estou a acabar o estágio de farmácia. Sou farmacêutica.
-Farmacêutica tem cargo de Doutor, não é?
-É. - Sorrio
-Porque médicos são doutores, dentistas são doutores, advogados são doutores mas engenheiros são engenheiros. O meu pai é engenheiro, não é doutor.
-Exacto. Farmacêuticos são doutores. Para um miúdo de 9 anos, és bastante perspicaz!
-Obrigada. São três anos, não é?
-Não, são cinco.
-De licenciatura?
-Não, não, com mestrado integrado.
-Isso é muito tempo a estudar, só menos um ano que os médicos.
-É verdade.
-E vocês usam a homeopatia?
-Começa a ser usada. A homeopatia e as terapias alternativas.
-Pois. Em França e na Alemanha já são usadas à anos.
-Sabes muitas coisas, hum?
-Pois sei. Mas porque é que não são usadas cá? Pelos laboratórios ou pelos médicos?
-Na minha opinião, pelos discrentes. Pelos cientistas e pelos doentes, que enquanto não virem provas científicas, não acreditam no que os olhos não vêem.
-Pois, mas as células e as bactérias sempre existiram. Só quando se inventaram os microscópios é que se viram pela primeira vez.
-És muito inteligente.
-Obrigada, já me tinham dito isso.
O metro chega.
-Xau, o meu metro já chegou.
-Boa viagem João, dá um beijinho à tua irmã.
Andante
Canção do Dia: «A menina e o piano» Mario Laginha e Bernardo Sassetti
(...)
-E já trabalhas?
-Sim, estou a acabar o estágio de farmácia. Sou farmacêutica.
-Farmacêutica tem cargo de Doutor, não é?
-É. - Sorrio
-Porque médicos são doutores, dentistas são doutores, advogados são doutores mas engenheiros são engenheiros. O meu pai é engenheiro, não é doutor.
-Exacto. Farmacêuticos são doutores. Para um miúdo de 9 anos, és bastante perspicaz!
-Obrigada. São três anos, não é?
-Não, são cinco.
-De licenciatura?
-Não, não, com mestrado integrado.
-Isso é muito tempo a estudar, só menos um ano que os médicos.
-É verdade.
-E vocês usam a homeopatia?
-Começa a ser usada. A homeopatia e as terapias alternativas.
-Pois. Em França e na Alemanha já são usadas à anos.
-Sabes muitas coisas, hum?
-Pois sei. Mas porque é que não são usadas cá? Pelos laboratórios ou pelos médicos?
-Na minha opinião, pelos discrentes. Pelos cientistas e pelos doentes, que enquanto não virem provas científicas, não acreditam no que os olhos não vêem.
-Pois, mas as células e as bactérias sempre existiram. Só quando se inventaram os microscópios é que se viram pela primeira vez.
-És muito inteligente.
-Obrigada, já me tinham dito isso.
O metro chega.
-Xau, o meu metro já chegou.
-Boa viagem João, dá um beijinho à tua irmã.
Andante
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Linguagem
Diário de Bordo, Vila do Conde, 6 de Julho de 2011
Canção do Dia: «Palco do Tempo» Noiserv
"(...) Também é certo que, se continuei a escrever, foi porque, pelo menos penso eu, tinha alguma coisa para dizer. (...)"
"(...)
-Para mim o mas importante de tudo é a linguagem."
-Mais do que a história?
"-Mais do que a história, infinitamente mais do que a história. Uma história bem construída é indispensável; aquilo tem de estar estruturado, tem de manter-se de pé. Mas eu costumo dizer que, da mesma maneira que o corpo humano tem setenta por cento de água, a literatura é setenta por cento de linguagem. E talvez durante a minha vida de escritor não tenha tido consciência disso, embora de alguma forma o estivesse praticando. Mas nos últimos tempos tornei-me consciente disso: o fundamental é a linguagem. (...)"
(em A última entrevista de José Saramago)
Andante
Canção do Dia: «Palco do Tempo» Noiserv
"(...) Também é certo que, se continuei a escrever, foi porque, pelo menos penso eu, tinha alguma coisa para dizer. (...)"
"(...)
-Para mim o mas importante de tudo é a linguagem."
-Mais do que a história?
"-Mais do que a história, infinitamente mais do que a história. Uma história bem construída é indispensável; aquilo tem de estar estruturado, tem de manter-se de pé. Mas eu costumo dizer que, da mesma maneira que o corpo humano tem setenta por cento de água, a literatura é setenta por cento de linguagem. E talvez durante a minha vida de escritor não tenha tido consciência disso, embora de alguma forma o estivesse praticando. Mas nos últimos tempos tornei-me consciente disso: o fundamental é a linguagem. (...)"
(em A última entrevista de José Saramago)
Andante
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Lógica
Diário de Bordo, Vila do Conde, 24 de Junho de 2011
Canção do Dia: «Margarida» Gutanaki
Escrevo porque me dá um distanciamento das situações. Faz-me ver a vida por outros olhos. Como quem observa de longe, e analisa assim o que se passa. Deste modo, consigo pensar logicamente. As emoções ficam de lado não distorcendo a razão. O nevoeiro desaparece, e tudo se torna mais nítido.
Andante
Canção do Dia: «Margarida» Gutanaki
Escrevo porque me dá um distanciamento das situações. Faz-me ver a vida por outros olhos. Como quem observa de longe, e analisa assim o que se passa. Deste modo, consigo pensar logicamente. As emoções ficam de lado não distorcendo a razão. O nevoeiro desaparece, e tudo se torna mais nítido.
Andante
sábado, 18 de junho de 2011
Comboios
Diário de Bordo, Vila do Conde, 18 de Junho de 2011
Canção do Dia: «Destiny» Zero 7
Tenho um grande amigo peruano que, para além de excelente cozinheiro e grande entusiasta da bola, possui uma teoria sobre comboios. Para ele, as pessoas sentam-se nos comboios da maneira como sentem a vida naquele momento.
Se se sentam de frente para a viagem, estão de mente e braços abertos para o que o futuro lhes reserva. Utilizam a viagem para fazer planos, organizar a semana, fazer listas ou simplesmente dormir. Estão no presente. Aceitam o passado e sabem que o amanhã existe.
Se, por algum motivo se sentam de costas para o destino, veem no vidro o reflexo do que são. Observam o passado, aquilo que já alcançaram, os caminhos que já percorreram.
Ele também lembra que há pessoas que não se sentam de costas para evitar enjoos e vómitos. Pequenas manifestação mundanas que interferem com o desenrolar do espírito.
Na viagem em que partilhou a sua teoria, um grupo de amigos partia em busca de uma cidade desconhecida. Agora, viajo sozinha, no percurso habitual, ao encontro dos amigos. Sabendo que é necessário, por vezes, sentarmo-nos de costas para o destino para levar a viagem em frente.
Andante
Canção do Dia: «Destiny» Zero 7
Tenho um grande amigo peruano que, para além de excelente cozinheiro e grande entusiasta da bola, possui uma teoria sobre comboios. Para ele, as pessoas sentam-se nos comboios da maneira como sentem a vida naquele momento.
Se se sentam de frente para a viagem, estão de mente e braços abertos para o que o futuro lhes reserva. Utilizam a viagem para fazer planos, organizar a semana, fazer listas ou simplesmente dormir. Estão no presente. Aceitam o passado e sabem que o amanhã existe.
Se, por algum motivo se sentam de costas para o destino, veem no vidro o reflexo do que são. Observam o passado, aquilo que já alcançaram, os caminhos que já percorreram.
Ele também lembra que há pessoas que não se sentam de costas para evitar enjoos e vómitos. Pequenas manifestação mundanas que interferem com o desenrolar do espírito.
Na viagem em que partilhou a sua teoria, um grupo de amigos partia em busca de uma cidade desconhecida. Agora, viajo sozinha, no percurso habitual, ao encontro dos amigos. Sabendo que é necessário, por vezes, sentarmo-nos de costas para o destino para levar a viagem em frente.
Andante
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Vento
Diário de Bordo, Vila do Conde, 08 de Junho de 2011
Canção do Dia: «Marutka» L'Herbe Folle
"Assobia o vento dentro de mim.
Estou despido. Dono do nada, dono de ninguém, nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha cara contra o vento, a contravento, e ou o vento que bate em minha cara."
Canção do Dia: «Marutka» L'Herbe Folle
"Assobia o vento dentro de mim.
Estou despido. Dono do nada, dono de ninguém, nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha cara contra o vento, a contravento, e ou o vento que bate em minha cara."
Eduardo Galeano
Andante
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Sr Rouxinol
Diário de Bordo, Vila do Conde, 02 de Junho de 2011
Canção do Dia: «Finally We Are No One» Múm
Segundo uma existente enciclopédia lá de casa, o rouxinol é uma ave passeriforme, migratória (Erithacus megarhynchos), da família dos muscicapídeos, encontrada na Europa, Ásia e África, cujo canto, melodioso, é emitido pelos machos especialmente à noite e durante o período reprodutivo.
Há um rouxinol diurno que me costuma apanhar na Vila. Vem sempre da Póvoa e está sempre onde corre mais ar. Encontrei-o já várias vezes. Veste sempre a mesma plumagem. Escura, garrida, e suja. Usa barba comprida e uma mochila sempre às costas. Na escuridão do seu ser, ganha vida o seu assobio. Ora trina música clássica, ora chilreia umas modinhas mais nacionais. Sem esquecendo o que passa de momento na rádio, enche o metro com o seu gorjeio. Quando entra a segurança, o assobio parte-se. Bate asas rapidamente e voa para céu aberto.
Andante
sábado, 28 de maio de 2011
Artistas de Rua
Diário de Bordo, Vila do Conde, 28 de Maio de 2011
Canção do Dia: «Gallows» CocoRosie
"Deixa-me trincar-te a orelha."
Andante
Canção do Dia: «Gallows» CocoRosie
"Deixa-me trincar-te a orelha."
Andante
domingo, 22 de maio de 2011
Parkour
Diário de Bordo, Vila do Conde, 16 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «The Forgotten Circus» The Irrepressibles
Saíram tão rápido com entraram. Com ar atlético e todos eles de sapatilhas de topo, aparentavam ter estado a treinar durante horas.
Mal avistaram os "picas" saíram acrobaticamente, pulando e correndo com meia dúzias de acrobacias, saltos e mortais, tal saltimbancos do antigamente.
Andante
Canção do Dia: «The Forgotten Circus» The Irrepressibles
Saíram tão rápido com entraram. Com ar atlético e todos eles de sapatilhas de topo, aparentavam ter estado a treinar durante horas.
Mal avistaram os "picas" saíram acrobaticamente, pulando e correndo com meia dúzias de acrobacias, saltos e mortais, tal saltimbancos do antigamente.
Andante
domingo, 8 de maio de 2011
Cegonhas
Diário de Bordo, Vila do Conde, 08 de Maio de 2011
Canção do Dia: «Mudam-se os Tempos...» José Mário Branco
Bicos e pernas vermelhas. Plumagem branca e asas negras. Migratórias e Pernaltas. São as cegonhas e os ninhos das chaminés fabris dum Portugal que já não existe.
Andante
Canção do Dia: «Mudam-se os Tempos...» José Mário Branco
Bicos e pernas vermelhas. Plumagem branca e asas negras. Migratórias e Pernaltas. São as cegonhas e os ninhos das chaminés fabris dum Portugal que já não existe.
Andante
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Queima
Diário de Bordo, Vila do Conde, 04 de Maio de 2011
Canção do Dia: «Ei vi este povo a lutar» José Mário Branco
Respeito quem gosta das praxes. Vão contra tudo aquilo em que acredito. Para mim, são a enumeração de todos as convicções e comportamentos que pessoa alguma deveria defender e pregar. O abuso e a humilhação nunca deveriam ser tidos como ponto integração. E aceitar ser humilhado para ser aceite vai muito aquém daquilo que se espera da humanidade.
Pós-cortejo da Queima. Os futuros profissionais altamente qualificados, próximos cidadão activos deste belo país, festejam. Festejam de mais. Apanham uma tão grande bebedeira. Justificam actos e práticas injustificáveis pela alegria de acabar um curso. Fazem cenas mais que tristes e os comas alcoólicos são tidos como estados normais de pura alegria. Tudo se justifica nesta semana. Não é necessário haver certo nem errado. Tudo é válido por ser a Queima das Fitas.
A cidade fica virada do avesso.
A inconsciência alcoólica pode até ter piada, mas a inconciência social não.
Andante
Canção do Dia: «Ei vi este povo a lutar» José Mário Branco
Respeito quem gosta das praxes. Vão contra tudo aquilo em que acredito. Para mim, são a enumeração de todos as convicções e comportamentos que pessoa alguma deveria defender e pregar. O abuso e a humilhação nunca deveriam ser tidos como ponto integração. E aceitar ser humilhado para ser aceite vai muito aquém daquilo que se espera da humanidade.
Pós-cortejo da Queima. Os futuros profissionais altamente qualificados, próximos cidadão activos deste belo país, festejam. Festejam de mais. Apanham uma tão grande bebedeira. Justificam actos e práticas injustificáveis pela alegria de acabar um curso. Fazem cenas mais que tristes e os comas alcoólicos são tidos como estados normais de pura alegria. Tudo se justifica nesta semana. Não é necessário haver certo nem errado. Tudo é válido por ser a Queima das Fitas.
A cidade fica virada do avesso.
A inconsciência alcoólica pode até ter piada, mas a inconciência social não.
Andante
terça-feira, 26 de abril de 2011
Perdida
Diário de Bordo, Vila do Conde, 26 de Abril de 2011
Canção do Dia: «Ao Longe O Mar» Madredeus
Estação do metro de Vila do Conde. Espero como qualquer um dos mais banais dias.
Uma idosa vagueia. Tem um camisola quente, um saco de papelão da Zara e o cabelo amarrotado atrás, como se tivesse estado a dormir.
A máquina tem um cartão na ranhura com duas viagens carregadas prontas a usar. Um casal que pretende usar a máquina, pergunta se o cartão esquecido pertence a alguém.
-É seu? Perguntam à velhinha.
-Deus a abençoe menina. Já me estava a esquecer... Olhe, ajude-me aqui por favor. Pedindo explicações sobre as linhas do metro.
Chega um senhor aflito.
-Desculpem, eu deixei aqui um cartão na máquina depois de carregar. Fui tomar um cafezinho porque ainda dava tempo. Não o viram? Tirei o troco mas esqueci-me do cartão.
-Olhe, esta senhora tem o seu cartão. Disse-nos à bocado que era dela.
-Mas ainda tenho aqui o recibo e tudo. A senhora tem o meu cartão?
-Sabe que eu fui ao hospital para ver a minha perna que tem uma inflamação muito grande.
-Olhe Senhora, ficou com o meu cartão?
-A minha perna... No hospital...
-Tem o meu cartão?
-No hospital... A perna... Inflamação...
Entrega o cartão ao respectivo dono com uma expressão apática, sussurrando algo incompreensível..
-A Senhora de onde é? - pergunta o casal.
-Sou de Matosinhos.
-E a sua família? Não veio até aqui com a família? - estranhando estar sozinha.
-Está toda no hospital. Vou lá agora vê-los.
-Mas a senhora veio ou vai para o hospital? A esta hora? Ainda deixam entrar visitas? Como vai para Matosinhos? Não vai ninguém consigo? - Achando-a cada vez mais desnorteada.
-Apanhava o 137, mas agora nem sei onde se apanha. É uma tristeza...
-E os seus filhos?
-Tão todos no hospital.
-Deve ter fugido duma instituição qualquer, está bem cuidada. - conferenciam os três.
-E agora como vou para Matosinhos? - pergunta novamente.
-Tem de esperar pelo metro que vai para aquele lado.
-Então vou indo.
Dirige-se a pé para a linha.
-Oh Senhora, não pode ir para a linha!!!
-E como faço, não trouxe dinheiro...
-Ligamos para a polícia? Alguém deve andar à procura dela.
Vira-se e dirige-se a duas outras senhoras que, no entretanto chegaram. Repete exactamente o mesmo discurso.
Andante
Canção do Dia: «Ao Longe O Mar» Madredeus
Estação do metro de Vila do Conde. Espero como qualquer um dos mais banais dias.
Uma idosa vagueia. Tem um camisola quente, um saco de papelão da Zara e o cabelo amarrotado atrás, como se tivesse estado a dormir.
A máquina tem um cartão na ranhura com duas viagens carregadas prontas a usar. Um casal que pretende usar a máquina, pergunta se o cartão esquecido pertence a alguém.
-É seu? Perguntam à velhinha.
-Deus a abençoe menina. Já me estava a esquecer... Olhe, ajude-me aqui por favor. Pedindo explicações sobre as linhas do metro.
Chega um senhor aflito.
-Desculpem, eu deixei aqui um cartão na máquina depois de carregar. Fui tomar um cafezinho porque ainda dava tempo. Não o viram? Tirei o troco mas esqueci-me do cartão.
-Olhe, esta senhora tem o seu cartão. Disse-nos à bocado que era dela.
-Mas ainda tenho aqui o recibo e tudo. A senhora tem o meu cartão?
-Sabe que eu fui ao hospital para ver a minha perna que tem uma inflamação muito grande.
-Olhe Senhora, ficou com o meu cartão?
-A minha perna... No hospital...
-Tem o meu cartão?
-No hospital... A perna... Inflamação...
Entrega o cartão ao respectivo dono com uma expressão apática, sussurrando algo incompreensível..
-A Senhora de onde é? - pergunta o casal.
-Sou de Matosinhos.
-E a sua família? Não veio até aqui com a família? - estranhando estar sozinha.
-Está toda no hospital. Vou lá agora vê-los.
-Mas a senhora veio ou vai para o hospital? A esta hora? Ainda deixam entrar visitas? Como vai para Matosinhos? Não vai ninguém consigo? - Achando-a cada vez mais desnorteada.
-Apanhava o 137, mas agora nem sei onde se apanha. É uma tristeza...
-E os seus filhos?
-Tão todos no hospital.
-Deve ter fugido duma instituição qualquer, está bem cuidada. - conferenciam os três.
-E agora como vou para Matosinhos? - pergunta novamente.
-Tem de esperar pelo metro que vai para aquele lado.
-Então vou indo.
Dirige-se a pé para a linha.
-Oh Senhora, não pode ir para a linha!!!
-E como faço, não trouxe dinheiro...
-Ligamos para a polícia? Alguém deve andar à procura dela.
Vira-se e dirige-se a duas outras senhoras que, no entretanto chegaram. Repete exactamente o mesmo discurso.
Andante
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Porto-Rio Ave
Diário de Bordo, Vila do Conde, 06 de Fevereiro de 2011
Canção do Dia: «O Primeiro Dia» Sérgio Godinho
Num domingo de Futebol Clube do Puorto - Rio Abe, fui ao Porto. No meio da barulheira dos adeptos de âmbos os clubes, dois rapazes falam da bebedeira e das "curtes" da noitada anterior. Uma rapariga de cabelo preto fala ao telemóvel. Vai esperar a mãe na estação de «Modivas Sul» para ir depois levar a irmã à Estação de Campanhã e acha que é do interesse público saber tal informação dado o volume da conversa.
Ajudando à confusão, um rapaz ouve Reggaeton.
Duas "madames", envergando os seus mais caros casacos de peles, falam da sua alta e boa vida, enterrando a conversa com os mais variados palavrões.
Andante
Canção do Dia: «O Primeiro Dia» Sérgio Godinho
Num domingo de Futebol Clube do Puorto - Rio Abe, fui ao Porto. No meio da barulheira dos adeptos de âmbos os clubes, dois rapazes falam da bebedeira e das "curtes" da noitada anterior. Uma rapariga de cabelo preto fala ao telemóvel. Vai esperar a mãe na estação de «Modivas Sul» para ir depois levar a irmã à Estação de Campanhã e acha que é do interesse público saber tal informação dado o volume da conversa.
Ajudando à confusão, um rapaz ouve Reggaeton.
Duas "madames", envergando os seus mais caros casacos de peles, falam da sua alta e boa vida, enterrando a conversa com os mais variados palavrões.
Andante
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Gunas
Diário de Bordo, Vila do Conde, 02 de Fevereiro de 2011
Canção do Dia: «Escrevo pela Liberdade» Dealema
O Futebol Clube do Porto perdeu para o Benfica. Há uma serenidade triste no ar. O que há um par de horas atrás era adrenalina, deu lugar agora a uma acalmia inerte. Defraudados, os adeptos sentam-se sossegadamente.
Algures perto do meio da viagem, um grupo de gunas entra. Falando muito mal e brejeiro, trazem umas colunas que gritam hip-hop tuga de má qualidade. Fumam ganza dentro do metro. Queimam o sofá do banco, e ninguém lhes diz nada.
Andante
Canção do Dia: «Escrevo pela Liberdade» Dealema
O Futebol Clube do Porto perdeu para o Benfica. Há uma serenidade triste no ar. O que há um par de horas atrás era adrenalina, deu lugar agora a uma acalmia inerte. Defraudados, os adeptos sentam-se sossegadamente.
Algures perto do meio da viagem, um grupo de gunas entra. Falando muito mal e brejeiro, trazem umas colunas que gritam hip-hop tuga de má qualidade. Fumam ganza dentro do metro. Queimam o sofá do banco, e ninguém lhes diz nada.
Andante
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Chocolate Quente
Diário de Bordo, Vila do Conde, 31 de Janeiro de 2011
Canção do Dia: «My Philosophy» Inner
Um frio de rachar...
De passagem pela «Trindade» a Vodafone está a oferecer Chocolate Quente. Guardo metade. A vida sabe bem melhor quando partilhada...
Andante
Canção do Dia: «My Philosophy» Inner
Um frio de rachar...
De passagem pela «Trindade» a Vodafone está a oferecer Chocolate Quente. Guardo metade. A vida sabe bem melhor quando partilhada...
Andante
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Conhecidos
Diário de Bordo, Vila do Conde, 24 de Janeiro de 2011
Canção do Dia: «Etelvina» Sérgio Godinho
Temperaturas Baixas. Entram duas senhoras "frescas" a esfregar as mãos.
-Parecemos duas moscas quando pousam a esfregar as paticas!
-Oh Linda, biste aquele assador tradicional naquela loja? Acho que bou comprar pra dar ao meu Tone.
-Qual era o preço?
-Trinta e cinco aérios. Num é caro, não?
-Para churrasqueira está bem.
-Tamém me parece um bom preço. O home pass'ó Inverno todo a sonhar que chegue o Berão para fazer churrascos.
-Lá que o teu home gosta de bifes, é berdade. Onde bais sair hoje?
-Tenho dir ao Corte Inglês.
-Bais cedo, carago!
-É berdade, não quero esperar. Às 10 horas já lá tou. Então Sr. Santos, já cá está'
-Tem que ser.
-Bai a Fânzeres, ber a netinha nova.
-É tan linda, a minha menina.
-Ai deve ser, deve. A manhe é bonita, o pai tamém. Deve ser um anjinho.
-Lá isso é!... Vou ali à Trindade, comprar os jornais, vou comprar um sandocha e só depois é que bou.
-Este tempo é que está uma balente merda, não é Sr. Santos?
-É berdade Linda. Olha, antes de onte, ca chuva, esqueci-me de balidar o passe. Bieram os picas e tibe multa, claro. Tufa! Binte aérios! Fui logo à Trindade pagar, que num gosto de deber nada a ninguém. Hoje, recebi uma carta do metro a agradecer de ser bom cliente.
-Sim?! E a carta foi só por isso?
-Sim, só por isso. Por ser bom cliente e pagar logo.
-Ah...bom...
-Quer dizer, gastam um selo a agradecer terem-te chulado binte aérios. Tá muito bem.
Andante
Canção do Dia: «Etelvina» Sérgio Godinho
Temperaturas Baixas. Entram duas senhoras "frescas" a esfregar as mãos.
-Parecemos duas moscas quando pousam a esfregar as paticas!
-Oh Linda, biste aquele assador tradicional naquela loja? Acho que bou comprar pra dar ao meu Tone.
-Qual era o preço?
-Trinta e cinco aérios. Num é caro, não?
-Para churrasqueira está bem.
-Tamém me parece um bom preço. O home pass'ó Inverno todo a sonhar que chegue o Berão para fazer churrascos.
-Lá que o teu home gosta de bifes, é berdade. Onde bais sair hoje?
-Tenho dir ao Corte Inglês.
-Bais cedo, carago!
-É berdade, não quero esperar. Às 10 horas já lá tou. Então Sr. Santos, já cá está'
-Tem que ser.
-Bai a Fânzeres, ber a netinha nova.
-É tan linda, a minha menina.
-Ai deve ser, deve. A manhe é bonita, o pai tamém. Deve ser um anjinho.
-Lá isso é!... Vou ali à Trindade, comprar os jornais, vou comprar um sandocha e só depois é que bou.
-Este tempo é que está uma balente merda, não é Sr. Santos?
-É berdade Linda. Olha, antes de onte, ca chuva, esqueci-me de balidar o passe. Bieram os picas e tibe multa, claro. Tufa! Binte aérios! Fui logo à Trindade pagar, que num gosto de deber nada a ninguém. Hoje, recebi uma carta do metro a agradecer de ser bom cliente.
-Sim?! E a carta foi só por isso?
-Sim, só por isso. Por ser bom cliente e pagar logo.
-Ah...bom...
-Quer dizer, gastam um selo a agradecer terem-te chulado binte aérios. Tá muito bem.
Andante
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