quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Passarinhos

Diário de Bordo, Vila do Conde, 16 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «Nocturno» Chopin


« (...)Via as crianças crescerem, passando de curiosas criaturas de olhos esbugalhados a pequenos passarinhos coloridos e alegres que esvoaçavam com asas invisíveis pelos meus campos e pelo meu pomar. (...)»

(em «Cinco quartos de laranja» de Joanne Harris)

Andante

domingo, 13 de novembro de 2011

Nada

Diário de Bordo,Vila do Conde, 13 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «Montains» Message to Bears


Nada para ler...
Nada para escrever...
Nada para desenhar ou ouvir...
Sem sono...

Andante

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Como resolver?

Diário de Bordo, Vila do Conde, 11 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «Tonight, tonight, tonight» Low Roar


O nariz não me pára de pingar, sem lenços de papel, como resolver?...

Andante

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Pasta Nova

Diário de Bordo, Vila do Conde, 10 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «Silence» Lucia


Recebi uma linda pasta nova de presente. De couro antigo, castanho e vermelho. Usada e com história. De colocar às costas, as semelhanças com uma miúda de escola são notáveis, para curiosidade dos que passam.

Andante

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Mofo

Diário de Bordo, Vila do Conde, 31 de Outubro de 2011
Diário de Bordo, «Hometown Glory» Adele


Tresanda a mofo...

Andante

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Mãe

Diário de Bordo, Vila do Conde, 27 de Outubro de 2011
Canção do Dia: «Karma Police» Radiohead


Repetitivamente...

-Oh mãe...
-Mãe?...
-Mamã!...
-Mami?...
-Mamã?...
-Mamã!...
-Mã?...
-Mã?
-MÃE?! TÁS A OUVIR?!
-SIM SOFIA!!!... NÃO VÊS QUE ESTOU A FALAR COM ESTA SENHORA!

Andante

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Desconversas

Diário de Bordo, Vila do Conde, 24 de Outubro de 2011
Canção do Dia: «The Sad Story of a Little Town» Noiserv


A caminho do Polo Universitário, até Salgueiros, conversam duas idosas e uma jovem.

-Já recebi a carta da Câmara a dizer para me apresentar.
- E por que é que não foste agora, enquanto estivemos na missa? Fazias as compras depois...
-Oh, eu vou lá na quarta-feira.
-Podias ter ido lá agora...
-Oh mulher, já disse que vou lá na quarta!
-E para que era?
-É por causa do centro de desemprego. Ligaram-me para auxiliar numa escola.
-Auxiliar? Ai!... Eu aceitava!...
-Eu também!...
-Eu acho que vou aceitar, é melhor que este emprego!
-Olha lá, e por que é que não foste lá ontem? Podias ter ido lá ontem!
-Ontem tive a trabalhar!
-Ah pois foi. Devias ter ido agora enquanto estávamos na missa.
-Outra vez?! Rais'par'tàs velhas! Vou lá na quarta-feira!
(...)

-Olha lá, por falar nisso, que raio de história é essa de assistires à missa de pernas cruzadas?!... Já'lguma vez vistes alguém a'ssistir à missa de pernas cruzadas?! Ah?!...
-Não, não vi. Mas trabalho 8 horas por dia de pé e tou cansada. Por que é que não posso estar sentada?
-Oh Mena, e tu não tens filha na catequese?
-Tenho.
-E tu não vais à missa da tua filha?
-Vou.
-E alguma vez, vistes alguém a tomar a hóstia sentado?!
-Não, não vi. Mas oh mulher, qual é o mal de estar sentada quando estamos cansados?
-Oh, onde é que já se viu!
Intervém a terceira.
-Oh Lina, deixa lá a rapariga! No tempo de Jesus, quando Ele andava a pregar nos montes, as pessoas sentavam-se no chão à chinês no meio do chão! Qual é o problema, então?!

Andante

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Pão de Forma

Diário de Bordo, Vila do Conde, 15 de Setembro de 2011
Canção do Dia: «Don't Speak» No Doubt


Dia do passarito a fugir com a fatia pão de forma.

Andante

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Sapatilhas

Diário de Bordo, Vila do Conde, 12 de Setembro de 2011
Canção do Dia: «You Know I'm No Good» Amy Winehouse

Eram gigantes, eram mesmos gigantes. Talvez as maiores que eu alguma vez vira. As sapatilhas de basquete. Qual o número máximo de tamanho que sapatilhas podem ter? E até quanto podem, uns pés, crescer?
Para segundo plano passaram os boxers berrantes, completamente destapados, e as calças fora do sítio que orgulhosamente ostentava.

Andante

domingo, 28 de agosto de 2011

Chuva torrencial

Diário de Bordo, Vila do Conde, 28 de Outubro de 2011
Canção do Dia: «Bloom» The Paper Kites


Chove torrencialmente. O metro fica todo sujo de pés molhados. Os guarda-chuvas empilham-se, esbracejam e sacodem-se como cães molhados. As pessoas ficam cinzentas e rabujentas. Chateiam-se uma com as outras e ao mínimo constragimento explodem.
No meio disto, um miudito cola no vidro, observa as gotas de água que fogem com a velocidade, seguindo-lhe os trilhos com o dedo pequenino.

Andante

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A crise segundo Einstein

Diário de Bordo, Vila do Conde, 22 de Agosto de 2011
Canção do Dia: «Stand Up» Hindi Zahara


A crise segundo Einstein:

“Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo, sem ficar superado.
Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e as soluções fáceis. Sem crise não há desafios. Sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.”
 
Albert Einstein
 
Andante

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Meninos Bonsai

Diário de Bordo, Vila do Conde, 16 de Agosto de 2011
Canção do Dia: «Think Twice» Grove Armada


"Sei que no oriente existe uma nova geração à qual chamam de Meninos Bonsai; resultado de experiências baseadas na cultura de árvores em miniatura, mas aplicada a humanos. A finalidade é desacelerar o crescimento das crianças, mantê-las pequenas e engraçadas de modo a potenciar uma evolução mais firme, pensada e estruturada das mesmas(...) Vou regar-vos como a um Bonsai; aparar-vos as folhas do cabelo de dois em dois dias, podar a vossas existência, mas deixar-vos chegar luz suficiente para a realização da fotossíntese."

(in Os meninos bonsai de Ricardo Vieira)

Andante

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O que é verdadeiro permanece.

Diário de Bordo, Vila do Conde, 13 de Julho de 2011
Canção do Dia: «Playground Love» Air


"O que é verdadeiro volta? Não. O que é verdadeiro não vai. O que é verdadeiro permanece."
 
Nicholas Sparks
 
Andante

domingo, 10 de julho de 2011

Super Miúdo

Diário de Bordo, Vila do Conde, 10 de Julho de 2011
Canção do Dia: «A menina e o piano» Mario Laginha e Bernardo Sassetti


(...)
-E já trabalhas?
-Sim, estou a acabar o estágio de farmácia. Sou farmacêutica.
-Farmacêutica tem cargo de Doutor, não é?
-É. - Sorrio
-Porque médicos são doutores, dentistas são doutores, advogados são doutores mas engenheiros são engenheiros. O meu pai é engenheiro, não é doutor.
-Exacto. Farmacêuticos são doutores. Para um miúdo de 9 anos, és bastante perspicaz!
-Obrigada. São três anos, não é?
-Não, são cinco.
-De licenciatura?
-Não, não, com mestrado integrado.
-Isso é muito tempo a estudar, só menos um ano que os médicos.
-É verdade.
-E vocês usam a homeopatia?
-Começa a ser usada. A homeopatia e as terapias alternativas.
-Pois. Em França e na Alemanha já são usadas à anos.
-Sabes muitas coisas, hum?
-Pois sei. Mas porque é que não são usadas cá? Pelos laboratórios ou pelos médicos?
-Na minha opinião, pelos discrentes. Pelos cientistas e pelos doentes, que enquanto não virem provas científicas, não acreditam no que os olhos não vêem.
-Pois, mas as células e as bactérias sempre existiram. Só quando se inventaram os microscópios é que se viram pela primeira vez.
-És muito inteligente.
-Obrigada, já me tinham dito isso.
O metro chega.
-Xau, o meu metro já chegou.
-Boa viagem João, dá um beijinho à tua irmã.

Andante

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Linguagem

Diário de Bordo, Vila do Conde, 6 de Julho de 2011
Canção do Dia: «Palco do Tempo» Noiserv


"(...) Também é certo que, se continuei a escrever, foi porque, pelo menos penso eu, tinha alguma coisa para dizer. (...)"

"(...)
-Para mim o mas importante de tudo é a linguagem."
-Mais do que a história?
"-Mais do que a história, infinitamente mais do que a história. Uma história bem construída é indispensável; aquilo tem de estar estruturado, tem de manter-se de pé. Mas eu costumo dizer que, da mesma maneira que o corpo humano tem setenta por cento de água, a literatura é setenta por cento de linguagem. E talvez durante a minha vida de escritor não tenha tido consciência disso, embora de alguma forma o estivesse praticando. Mas nos últimos tempos tornei-me consciente disso: o fundamental é a linguagem. (...)"

(em A última entrevista de José Saramago)

Andante

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Lógica

Diário de Bordo, Vila do Conde, 24 de Junho de 2011
Canção do Dia: «Margarida» Gutanaki


Escrevo porque me dá um distanciamento das situações. Faz-me ver a vida por outros olhos. Como quem observa de longe, e analisa assim o que se passa. Deste modo, consigo pensar logicamente. As emoções ficam de lado não distorcendo a razão. O nevoeiro desaparece, e tudo se torna mais nítido.

Andante

sábado, 18 de junho de 2011

Comboios

Diário de Bordo, Vila do Conde, 18 de Junho de 2011
Canção do Dia: «Destiny» Zero 7


Tenho um grande amigo peruano que, para além de excelente cozinheiro e grande entusiasta da bola, possui uma teoria sobre comboios. Para ele, as pessoas sentam-se nos comboios da maneira como sentem a vida naquele momento.
Se se sentam de frente para a viagem, estão de mente e braços abertos para o que o futuro lhes reserva. Utilizam a viagem para fazer planos, organizar a semana, fazer listas ou simplesmente dormir. Estão no presente. Aceitam o passado e sabem que o amanhã existe.
Se, por algum motivo se sentam de costas para o destino, veem no vidro o reflexo do que são. Observam o passado, aquilo que já alcançaram, os caminhos que já percorreram.
Ele também lembra que há pessoas que não se sentam de costas para evitar enjoos e vómitos. Pequenas manifestação mundanas que interferem com o desenrolar do espírito.
Na viagem em que partilhou a sua teoria, um grupo de amigos partia em busca de uma cidade desconhecida. Agora, viajo sozinha, no percurso habitual, ao encontro dos amigos. Sabendo que é necessário, por vezes, sentarmo-nos de costas para o destino para levar a viagem em frente.

Andante

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Vento

Diário de Bordo, Vila do Conde, 08 de Junho de 2011
Canção do Dia: «Marutka» L'Herbe Folle


"Assobia o vento dentro de mim.
Estou despido. Dono do nada, dono de ninguém, nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha cara contra o vento, a contravento, e ou o vento que bate em minha cara."

Eduardo Galeano
 
Andante

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sr Rouxinol


Diário de Bordo, Vila do Conde, 02 de Junho de 2011
Canção do Dia: «Finally We Are No One» Múm

Segundo uma existente enciclopédia lá de casa, o rouxinol é uma ave passeriforme, migratória (Erithacus megarhynchos), da família dos muscicapídeos, encontrada na Europa, Ásia e África, cujo canto, melodioso, é emitido pelos machos especialmente à noite e durante o período reprodutivo.
Há um rouxinol diurno que me costuma apanhar na Vila. Vem sempre da Póvoa e está sempre onde corre mais ar. Encontrei-o já várias vezes. Veste sempre a mesma plumagem. Escura, garrida, e suja. Usa barba comprida e uma mochila sempre às costas. Na escuridão do seu ser, ganha vida o seu assobio. Ora trina música clássica, ora chilreia umas modinhas mais nacionais. Sem esquecendo o que passa de momento na rádio, enche o metro com o seu gorjeio. Quando entra a segurança, o assobio parte-se. Bate asas rapidamente e voa para céu aberto.

Andante

sábado, 28 de maio de 2011

Artistas de Rua

Diário de Bordo, Vila do Conde, 28 de Maio de 2011
Canção do Dia: «Gallows» CocoRosie


"Deixa-me trincar-te a orelha."

Andante



domingo, 22 de maio de 2011

Parkour

Diário de Bordo, Vila do Conde, 16 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «The Forgotten Circus» The Irrepressibles


Saíram tão rápido com entraram. Com ar atlético e todos eles de sapatilhas de topo, aparentavam ter estado a treinar durante horas.
Mal avistaram os "picas" saíram acrobaticamente, pulando e correndo com meia dúzias de acrobacias, saltos e mortais, tal saltimbancos do antigamente.

Andante

domingo, 8 de maio de 2011

Cegonhas

Diário de Bordo, Vila do Conde, 08 de Maio de 2011
Canção do Dia: «Mudam-se os Tempos...» José Mário Branco

Bicos e pernas vermelhas. Plumagem branca e asas negras. Migratórias e Pernaltas. São as cegonhas e os ninhos das chaminés fabris dum Portugal que já não existe.

Andante

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Queima

Diário de Bordo, Vila do Conde, 04 de Maio de 2011
Canção do Dia: «Ei vi este povo a lutar» José Mário Branco

Respeito quem gosta das praxes. Vão contra tudo aquilo em que acredito. Para mim, são a enumeração de todos as convicções e comportamentos que pessoa alguma deveria defender e pregar. O abuso e a humilhação nunca deveriam ser tidos como ponto integração. E aceitar ser humilhado para ser aceite vai muito aquém daquilo que se espera da humanidade.

Pós-cortejo da Queima. Os futuros profissionais altamente qualificados, próximos cidadão activos deste belo país, festejam. Festejam de mais. Apanham uma tão grande bebedeira. Justificam actos e práticas injustificáveis pela alegria de acabar um curso. Fazem cenas mais que tristes e os comas alcoólicos são tidos como estados normais de pura alegria. Tudo se justifica nesta semana. Não é necessário haver certo nem errado. Tudo é válido por ser a Queima das Fitas.
A cidade fica virada do avesso.
A inconsciência alcoólica pode até ter piada, mas a inconciência social não.

Andante

terça-feira, 26 de abril de 2011

Perdida

Diário de Bordo, Vila do Conde, 26 de Abril de 2011
Canção do Dia: «Ao Longe O Mar» Madredeus


Estação do metro de Vila do Conde. Espero como qualquer um dos mais banais dias.
Uma idosa vagueia. Tem um camisola quente, um saco de papelão da Zara e o cabelo amarrotado atrás, como se tivesse estado a dormir.
A máquina tem um cartão na ranhura com duas viagens carregadas prontas a usar. Um casal que pretende usar a máquina, pergunta se o cartão esquecido pertence a alguém.
-É seu? Perguntam à velhinha.
-Deus a abençoe menina. Já me estava a esquecer... Olhe, ajude-me aqui por favor. Pedindo explicações sobre as linhas do metro.
Chega um senhor aflito.
-Desculpem, eu deixei aqui um cartão na máquina depois de carregar. Fui tomar um cafezinho porque ainda dava tempo. Não o viram? Tirei o troco mas esqueci-me do cartão.
-Olhe, esta senhora tem o seu cartão. Disse-nos à bocado que era dela.
-Mas ainda tenho aqui o recibo e tudo. A senhora tem o meu cartão?
-Sabe que eu fui ao hospital para ver a minha perna que tem uma inflamação muito grande.
-Olhe Senhora, ficou com o meu cartão?
-A minha perna... No hospital...
-Tem o meu cartão?
-No hospital... A perna... Inflamação...
Entrega o cartão ao respectivo dono com uma expressão apática, sussurrando algo incompreensível..
-A Senhora de onde é? - pergunta o casal.
-Sou de Matosinhos.
-E a sua família? Não veio até aqui com a família? - estranhando estar sozinha.
-Está toda no hospital. Vou lá agora vê-los.
-Mas a senhora veio ou vai para o hospital? A esta hora? Ainda deixam entrar visitas? Como vai para Matosinhos? Não vai ninguém consigo? - Achando-a cada vez mais desnorteada.
-Apanhava o 137, mas agora nem sei onde se apanha. É uma tristeza...
-E os seus filhos?
-Tão todos no hospital.
-Deve ter fugido duma instituição qualquer, está bem cuidada. - conferenciam os três.
-E agora como vou para Matosinhos? - pergunta novamente.
-Tem de esperar pelo metro que vai para aquele lado.
-Então vou indo.
Dirige-se a pé para a linha.
-Oh Senhora, não pode ir para a linha!!!
-E como faço, não trouxe dinheiro...
-Ligamos para a polícia? Alguém deve andar à procura dela.
Vira-se e dirige-se a duas outras senhoras que, no entretanto chegaram. Repete exactamente o mesmo discurso.

Andante

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Porto-Rio Ave

Diário de Bordo, Vila do Conde, 06 de Fevereiro de 2011
Canção do Dia: «O Primeiro Dia» Sérgio Godinho


Num domingo de Futebol Clube do Puorto - Rio Abe, fui ao Porto. No meio da barulheira dos adeptos de âmbos os clubes, dois rapazes falam da bebedeira e das "curtes" da noitada anterior. Uma rapariga de cabelo preto fala ao telemóvel. Vai esperar a mãe na estação de «Modivas Sul» para ir depois levar a irmã à Estação de Campanhã e acha que é do interesse público saber tal informação dado o volume da conversa.
Ajudando à confusão, um rapaz ouve Reggaeton.
Duas "madames", envergando os seus mais caros casacos de peles, falam da sua alta e boa vida, enterrando a conversa com os mais variados palavrões.

Andante

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Gunas

Diário de Bordo, Vila do Conde, 02 de Fevereiro de 2011
Canção do Dia: «Escrevo pela Liberdade» Dealema


O Futebol Clube do Porto perdeu para o Benfica. Há uma serenidade triste no ar. O que há um par de horas atrás era adrenalina, deu lugar agora a uma acalmia inerte. Defraudados, os adeptos sentam-se sossegadamente.
Algures perto do meio da viagem, um grupo de gunas entra. Falando muito mal e brejeiro, trazem umas colunas que gritam hip-hop tuga de má qualidade. Fumam ganza dentro do metro. Queimam o sofá do banco, e ninguém lhes diz nada.

Andante

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Chocolate Quente

Diário de Bordo, Vila do Conde, 31 de Janeiro de 2011
Canção do Dia: «My Philosophy» Inner


Um frio de rachar...

De passagem pela «Trindade» a Vodafone está a oferecer Chocolate Quente. Guardo metade. A vida sabe bem melhor quando partilhada...

Andante

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Conhecidos

Diário de Bordo, Vila do Conde, 24 de Janeiro de 2011
Canção do Dia: «Etelvina» Sérgio Godinho

Temperaturas Baixas. Entram duas senhoras "frescas" a esfregar as mãos.
-Parecemos duas moscas quando pousam a esfregar as paticas!
-Oh Linda, biste aquele assador tradicional naquela loja? Acho que bou comprar pra dar ao meu Tone.
-Qual era o preço?
-Trinta e cinco aérios. Num é caro, não?
-Para churrasqueira está bem.
-Tamém me parece um bom preço. O home pass'ó Inverno todo a sonhar que chegue o Berão para fazer churrascos.
-Lá que o teu home gosta de bifes, é berdade. Onde bais sair hoje?
-Tenho dir ao Corte Inglês.
-Bais cedo, carago!
-É berdade, não quero esperar. Às 10 horas já lá tou. Então Sr. Santos, já cá está'
-Tem que ser.
-Bai a Fânzeres, ber a netinha nova.
-É tan linda, a minha menina.
-Ai deve ser, deve. A manhe é bonita, o pai tamém. Deve ser um anjinho.
-Lá isso é!... Vou ali à Trindade, comprar os jornais, vou comprar um sandocha e só depois é que bou.
-Este tempo é que está uma balente merda, não é Sr. Santos?
-É berdade Linda. Olha, antes de onte, ca chuva, esqueci-me de balidar o passe. Bieram os picas e tibe multa, claro. Tufa! Binte aérios! Fui logo à Trindade pagar, que num gosto de deber nada a ninguém. Hoje, recebi uma carta do metro a agradecer de ser bom cliente.
-Sim?! E a carta foi só por isso?
-Sim, só por isso. Por ser bom cliente e pagar logo.
-Ah...bom...
-Quer dizer, gastam um selo a agradecer terem-te chulado binte aérios. Tá muito bem.

Andante