Diário de Bordo, Vila do Conde, 21 de Julho de 2009
Canção do Dia: «Help» The Beatles
Era um daqueles dias cinzentos. Cinzentos de tempo e cinzentos de cabeça. Com mau tempo dentro e fora de casa. Não apetece fazer mesmo nada! Ficamos pachorrentos, remelados. Entre o sofá e a internet fica por fazer a meia dúzia de coisas em falta. A preguiça prevalece.
A mana desafiou-me...
Nada melhor no pensamento e no apetite...
Fomos ao cinema.
Depois de uma simpática boleia da mommy até ao metro, seguimos viagem até ao Norteshoping onde o Harry Potter nos aguardava.
Terminado o filme a viagem de regresso esperáva-nos.
Enquanto nos descolávamos das pipocas da roupa íamos dando o habitual gozo uma à outra.
Até que...a minha irmã decide fazer greve de fala para me chatear.
E tive de vir os 20 minutos seguintes a tentar fazê-la falar. Nada. Vim o resto da viagem como que sozinha.
Enfim...
...que desespero.
Andante
terça-feira, 21 de julho de 2009
sábado, 18 de julho de 2009
Aquática
Diário de Bordo, Vila do Conde, 18 de Julho de 2009
Canção do Dia: «Zé do Caroço» Seu Jorge
"[...] Aos seus pés estava uma poça de água calma e límpida. No seu interior a vida agitava-se num outro mundo de cores e formas.
Quando era criança, a avó costumava passear por aquela praia com ela - ou com ela e Andrew. Haviam estudado as poças de água, mas não como numa aula. Não, haviam-se agachado e observado as poças apenas pelo prazer de o fazer. Haviam rido quando o que parecia tratar-se de uma rocha lhe esguichava incomodada.
Pequenos mundos, chamara-lhes a avó. Cheios de paixão, sexo, violência e política - e frequentemente mais sensíveis do que a vida que existe na parte seca do planeta. [...]"
(em «A Dama Negra» de Nora Roberts)
Andante
Canção do Dia: «Zé do Caroço» Seu Jorge
"[...] Aos seus pés estava uma poça de água calma e límpida. No seu interior a vida agitava-se num outro mundo de cores e formas.
Quando era criança, a avó costumava passear por aquela praia com ela - ou com ela e Andrew. Haviam estudado as poças de água, mas não como numa aula. Não, haviam-se agachado e observado as poças apenas pelo prazer de o fazer. Haviam rido quando o que parecia tratar-se de uma rocha lhe esguichava incomodada.
Pequenos mundos, chamara-lhes a avó. Cheios de paixão, sexo, violência e política - e frequentemente mais sensíveis do que a vida que existe na parte seca do planeta. [...]"
(em «A Dama Negra» de Nora Roberts)
Andante
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Ja chegamos?
Diário de Bordo, Vila do Conde, 16 de Julho de 2009
Canção do Dia: «Desabafo» Marcelo D2
Os berros de duas irmãs extremamente irrequietas marcaram a viagem. Ambas pequenas vestidas de branco e de pequenas unhas pintadas de rosa. Peguinhavam uma com a outra. Perguntavam incansavelmente:
-Já chegamos?
-E agora, já chegamos?
-Mãe... Já chegamos?
-Só chegamos depois de passar a noite (túnel).
-Já passamos uma noite e ainda não chegamos!
-Mas temos de passar uma noite mais comprida, não é mãe?
Chorava copiosamente.
-Eu não quero estar aqui parada!
Só queria chegar ao destino.
Andante
Canção do Dia: «Desabafo» Marcelo D2
Os berros de duas irmãs extremamente irrequietas marcaram a viagem. Ambas pequenas vestidas de branco e de pequenas unhas pintadas de rosa. Peguinhavam uma com a outra. Perguntavam incansavelmente:
-Já chegamos?
-E agora, já chegamos?
-Mãe... Já chegamos?
-Só chegamos depois de passar a noite (túnel).
-Já passamos uma noite e ainda não chegamos!
-Mas temos de passar uma noite mais comprida, não é mãe?
Chorava copiosamente.
-Eu não quero estar aqui parada!
Só queria chegar ao destino.
Andante
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Gira vento...
Diário de Bordo, Vila do Conde, 12 de Junho de 2009
Canção do Dia: «Elephant Gun» Beirut
Gira vento...
Gira vento...
Andante
Canção do Dia: «Elephant Gun» Beirut
Gira vento...
Gira vento...
Andante
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Férias
Diário de Bordo, Vila do Conde, 8 de Junho de 2009
Canção do Dia: «Saia da Carolina» Uxukalhus
Estou finalmente de férias. Saíram os resultados dos dois exames que me faltavam fazer.
Agora sim, cheira a maresia.
Andante
Canção do Dia: «Saia da Carolina» Uxukalhus
Estou finalmente de férias. Saíram os resultados dos dois exames que me faltavam fazer.
Agora sim, cheira a maresia.
Andante
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Que lindeza!
Diário de Bordo, Vila do Conde, 03 de Junho de 2009
Diário de Bordo: «A Gaivota» Amália Hoje
Sentia a falta desesperada de um livro. Não tinha nada para me distrair na viagem e não conseguia dormir.
Entra um par com um cão pequenico enroscado numa mantinha. Entre festinhas, a atenção de todos é desviada.
-Oh! Que fofinho!
-Olha que lindo!
-Olhó bichinho! Que lindeza!
-É tão pequenino!Como se chama?...
Teve a viagem toda em silêncio e revelou-se um grande apreciador de Nestum.
Andante
Diário de Bordo: «A Gaivota» Amália Hoje
Sentia a falta desesperada de um livro. Não tinha nada para me distrair na viagem e não conseguia dormir.
Entra um par com um cão pequenico enroscado numa mantinha. Entre festinhas, a atenção de todos é desviada.
-Oh! Que fofinho!
-Olha que lindo!
-Olhó bichinho! Que lindeza!
-É tão pequenino!Como se chama?...
Teve a viagem toda em silêncio e revelou-se um grande apreciador de Nestum.
Andante
terça-feira, 2 de junho de 2009
Após exame
Diário de Bordo, Vila do Conde, 02 de Junho de 2009
Canção do Dia: «Putos a Roubar Maçãs» Dead Combo
Acabado o exame, entro na carruagem. À minha frente está uma negrona linda. Mulher já de idade, tem na cara as rugas que a caracterizam. O vermelho e rosa de sua roupa e turbante contrastam com a sua pele de ébano. Viro páginas de apontamentos apontando as já repensadas perguntas. As suas mãos, decoradas com reluzentes anéis, prescrutam os múltiplos sacos que traz consigo ao longo de seguidas estações. Procura algo incansavelmente. Acaba por sair em Pedras Rubras, onde um casal com um simpático bebé lhe sucede.
-"Tem umas tilhas iguaisás minhas, mã". Apontando.
-São filho! As sapatilhas da menina são iguais às tuas. Ele já estava à muito tempo a olhar para baixo. Diz, sorrindo.
Mostro-lhe as minhas all stars pretas com os cordões especialmente entrelaçados.
-Pois são já viste?!
Andante
Canção do Dia: «Putos a Roubar Maçãs» Dead Combo
Acabado o exame, entro na carruagem. À minha frente está uma negrona linda. Mulher já de idade, tem na cara as rugas que a caracterizam. O vermelho e rosa de sua roupa e turbante contrastam com a sua pele de ébano. Viro páginas de apontamentos apontando as já repensadas perguntas. As suas mãos, decoradas com reluzentes anéis, prescrutam os múltiplos sacos que traz consigo ao longo de seguidas estações. Procura algo incansavelmente. Acaba por sair em Pedras Rubras, onde um casal com um simpático bebé lhe sucede.
-"Tem umas tilhas iguaisás minhas, mã". Apontando.
-São filho! As sapatilhas da menina são iguais às tuas. Ele já estava à muito tempo a olhar para baixo. Diz, sorrindo.
Mostro-lhe as minhas all stars pretas com os cordões especialmente entrelaçados.
-Pois são já viste?!
Andante
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quinta-feira, 14 de maio de 2009
Catarinas
Diário de Bordo, Vila do Conde, 14 de Maio de 2009
Canção do Dia: «When I grow up» Fever Ray
-Qual é a nossa estação mãe?
-Sete Bicas.
-E a estação da festa, mãe? Qual é? Qual é?
-Senhora da Hora, será?!
-Vamos à festa mãe! Vá lá! Vá lá!
-Só no fim-de-semana.
-E a Senhora vai à festa? Pergunta à senhora sentada à sua frente.
-Eu não. Hoje não, só no fim-de-semana também. E tem filhos para levar?
-Não. Não tenho filhos.
-E o Senhor? O Senhor vai à festa hoje? Tem filhos?
-Tenho três filhos e vou levá-los no sábado.
-Só no sábado como eu. E levas todos?! É porque moram juntos?
-Sim.
-Ah! Tá bem! E como se chamam os teus filhos?
-Catarina, João e Mariana.
-Catarina?! É como eu! Ah... E que idade é que a tua Catarina tem?
-Tem 7.
-Como eu! E em que dia nasceu a tua Catarina?
-29 de Abril.
-29? A sério! Eu faço a 28! Só que não é de Abril!
-Só faltava andarmos na mesma escola!
...
-É a mesma que a minha! Se calhar conheço. Qual é o último nome dela?
-Ana Catarina Ferreira.
-É a Catarina do 2º ano mãe! Conheço perfeitamente!
-Ela costuma brincar com as meninas do 2º ano. Explica a mãe.
-E a Catarina porta-se bem?
-Porta-se. A Catarina do 2º ano porta-se mesmo bem, é o que eu penso.
-Tás a falar a sério, ou só a ser simpática.
-Tou a falar a sério. Se ela se portasse mal eu dizia-te.
Entram os "picas".
-O seu cartão, por favor.
-Tome.
-Obrigada.
-De nada. Obrigada eu. (Num despacho tremendo.)
-Já viram os cartões de toda a gente mãe?
-Já.
-E agora? Vão para casa jantar?
-Sim filha, agora vão para casa jantar.
...
-Os manos da tua Catarina que idade têm?
-6 e 12.
-Está na infantil? Vai agora para o primeiro ano? No mesmo colégio? Pergunta a mãe.
-Sim sim, exacto.
(Sete Bicas)
-Anda Catarina, já chegamos.
-Xau pai da Catarina Ferreira. Manda-lhe um beijinho e diz-lhe que a Maria Silva não tem de tomar conta dela nos intervalos, ela tem de se safar sozinha ok? Já é crescidinha. Não te esqueças do meu nome, sim?
-Ok.
-Adeus pai da Ana Catarina do 2º ano.
-Adeus Catarina.
Andante
Canção do Dia: «When I grow up» Fever Ray
-Qual é a nossa estação mãe?
-Sete Bicas.
-E a estação da festa, mãe? Qual é? Qual é?
-Senhora da Hora, será?!
-Vamos à festa mãe! Vá lá! Vá lá!
-Só no fim-de-semana.
-E a Senhora vai à festa? Pergunta à senhora sentada à sua frente.
-Eu não. Hoje não, só no fim-de-semana também. E tem filhos para levar?
-Não. Não tenho filhos.
-E o Senhor? O Senhor vai à festa hoje? Tem filhos?
-Tenho três filhos e vou levá-los no sábado.
-Só no sábado como eu. E levas todos?! É porque moram juntos?
-Sim.
-Ah! Tá bem! E como se chamam os teus filhos?
-Catarina, João e Mariana.
-Catarina?! É como eu! Ah... E que idade é que a tua Catarina tem?
-Tem 7.
-Como eu! E em que dia nasceu a tua Catarina?
-29 de Abril.
-29? A sério! Eu faço a 28! Só que não é de Abril!
-Só faltava andarmos na mesma escola!
...
-É a mesma que a minha! Se calhar conheço. Qual é o último nome dela?
-Ana Catarina Ferreira.
-É a Catarina do 2º ano mãe! Conheço perfeitamente!
-Ela costuma brincar com as meninas do 2º ano. Explica a mãe.
-E a Catarina porta-se bem?
-Porta-se. A Catarina do 2º ano porta-se mesmo bem, é o que eu penso.
-Tás a falar a sério, ou só a ser simpática.
-Tou a falar a sério. Se ela se portasse mal eu dizia-te.
Entram os "picas".
-O seu cartão, por favor.
-Tome.
-Obrigada.
-De nada. Obrigada eu. (Num despacho tremendo.)
-Já viram os cartões de toda a gente mãe?
-Já.
-E agora? Vão para casa jantar?
-Sim filha, agora vão para casa jantar.
...
-Os manos da tua Catarina que idade têm?
-6 e 12.
-Está na infantil? Vai agora para o primeiro ano? No mesmo colégio? Pergunta a mãe.
-Sim sim, exacto.
(Sete Bicas)
-Anda Catarina, já chegamos.
-Xau pai da Catarina Ferreira. Manda-lhe um beijinho e diz-lhe que a Maria Silva não tem de tomar conta dela nos intervalos, ela tem de se safar sozinha ok? Já é crescidinha. Não te esqueças do meu nome, sim?
-Ok.
-Adeus pai da Ana Catarina do 2º ano.
-Adeus Catarina.
Andante
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Guarda-chuvas
Diario de Bordo, Vila do Conde, 13 de Maio de 2009
Canção do Dia: «A Fifth Of Beethoven 7» Walter Murphy & the Big Apple Band
Depois de, literalmente, saltar da cama com um atraso substâncial e com a ínfima esperança de ainda apanhar o metro, desato a realizar as simples e quotidianas tarefas do acordar com uma pressa descomunal.
O expresso ia cheio. Fui o caminho todo de pé perto da porta a virar e a revirar apontamentos e testes de Toxicologia completamente escrevinhados nas margens. O teste esperava-me ao primeiro tempo.
Entra uma senhora com um guarda-chuva azul, levando um rapazito ao colo vestido de azul com um gurda-chuva azul.
Enquanto o puto se manifestava porque queria abrir o seu chapéu dentro do metro, a mãe dáva-lhe na cabeça para não o abrir.
A determinada altura o reguila lá consegue abrir o "chuço". Distribui "guarda-chuvadas" pelos passageiros. A felicidade era extrema.
Até que...
...uma mão actua. Mãe berra com criança e criança berra com mãe.
Andante
Canção do Dia: «A Fifth Of Beethoven 7» Walter Murphy & the Big Apple Band
Depois de, literalmente, saltar da cama com um atraso substâncial e com a ínfima esperança de ainda apanhar o metro, desato a realizar as simples e quotidianas tarefas do acordar com uma pressa descomunal.
O expresso ia cheio. Fui o caminho todo de pé perto da porta a virar e a revirar apontamentos e testes de Toxicologia completamente escrevinhados nas margens. O teste esperava-me ao primeiro tempo.
Entra uma senhora com um guarda-chuva azul, levando um rapazito ao colo vestido de azul com um gurda-chuva azul.
Enquanto o puto se manifestava porque queria abrir o seu chapéu dentro do metro, a mãe dáva-lhe na cabeça para não o abrir.
A determinada altura o reguila lá consegue abrir o "chuço". Distribui "guarda-chuvadas" pelos passageiros. A felicidade era extrema.
Até que...
...uma mão actua. Mãe berra com criança e criança berra com mãe.
Andante
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Medo
Diário de Bordo, Vila do Conde, 11 de Maio de 2009
Canção do Dia: «Odissey» Stomp
Já a caminho do Pólo Universitário duas amigas conversam.
-Imagine que está num barco. Assim num barco de remos a remar... a remar...
-Barco ainda pior. Nem barco, nem avião nem metro! Só mesmo carro e camioneta.
-Só?!
-Sim. Tenho medo e fico enjoada.
-Olhe, já estamos no Marquês, mais cinco estações e já chegamos!
-Graças a Deus! Ainda à bocado no autocarro estava a pensar se vinha a pé, porque sozinha não vinha! Nem mesmo com uma nota grande! Não vinha!
-Pedia duas notas grandes!
-Oh, não brinque! Se não a tivesse encontrado não vinha de metro, vinha a pé. Você está habituada, vem todos os dias. O meu neto também brinca comigo.
-Oh Bó, fuogo! É tám fixe! Num tenhas miedo! (imitando-o)
Risos
-Da próxima venho de autocarro, não gosto mesmo nada disto!
-Tem de perder o medo! Nas próximas paragens já anda por cima.
-Ai meu Deus, se não fosse para ir ao hospital!...
-É por uma boa causa, eu vou consigo.
Pausa.
-Sabe que a minha neta Sara agora tem actividades na escola em part time...
Andante
Canção do Dia: «Odissey» Stomp
Já a caminho do Pólo Universitário duas amigas conversam.
-Imagine que está num barco. Assim num barco de remos a remar... a remar...
-Barco ainda pior. Nem barco, nem avião nem metro! Só mesmo carro e camioneta.
-Só?!
-Sim. Tenho medo e fico enjoada.
-Olhe, já estamos no Marquês, mais cinco estações e já chegamos!
-Graças a Deus! Ainda à bocado no autocarro estava a pensar se vinha a pé, porque sozinha não vinha! Nem mesmo com uma nota grande! Não vinha!
-Pedia duas notas grandes!
-Oh, não brinque! Se não a tivesse encontrado não vinha de metro, vinha a pé. Você está habituada, vem todos os dias. O meu neto também brinca comigo.
-Oh Bó, fuogo! É tám fixe! Num tenhas miedo! (imitando-o)
Risos
-Da próxima venho de autocarro, não gosto mesmo nada disto!
-Tem de perder o medo! Nas próximas paragens já anda por cima.
-Ai meu Deus, se não fosse para ir ao hospital!...
-É por uma boa causa, eu vou consigo.
Pausa.
-Sabe que a minha neta Sara agora tem actividades na escola em part time...
Andante
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quinta-feira, 7 de maio de 2009
Chiclet
Diário de Bordo, Vila do Conde, 07 de Maio de 2009
Canção do Dia: «Battles of Tribes» Blasted Mechanism
Se mascava chiclet?!
Oh se mascava! Tanto mascava que tive de trocar de lugar!
Andante
Canção do Dia: «Battles of Tribes» Blasted Mechanism
Se mascava chiclet?!
Oh se mascava! Tanto mascava que tive de trocar de lugar!
Andante
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Morfeu
Diário de Bordo, Vila do Conde, 06 de Maio de 2009
Canção do Dia: «Sexto andar» Clã
Sento-me no metro. Hipnos faz-me companhia e sou levada em braços por Morfeu. Completamente submissa, a cabeça escorrega e cai-me repetidamente.
Acordo.
-Volta Morfeu!
O seu cobertor de estrelas envolve-me e calmamente os sonhos continuam.
Andante
Canção do Dia: «Sexto andar» Clã
Sento-me no metro. Hipnos faz-me companhia e sou levada em braços por Morfeu. Completamente submissa, a cabeça escorrega e cai-me repetidamente.
Acordo.
-Volta Morfeu!
O seu cobertor de estrelas envolve-me e calmamente os sonhos continuam.
Andante
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Peixes
Diário de Bordo, Vila do Conde, 20 de Abril de 2009
Canção do Dia: «Run Run» Those Dancing Days
Li o livro todo de uma assentada.
"As ideias são como peixes.
Se quisermos capturar peixes pequenos, podemos ficar pelas águas pouco profundas. Mas, se quisermos capturar os peixes grandes, temos de ir mais fundo.
Lá no fundo, os peixes são mais poderosos e mais puros. São enormes e abstratos. E são muito bonitos.
Eu procuro um certo tipo de peixe que é importante para mim, um que possa ser transposto para o cinema. Mas há todo o tipo de peixes a nadar lá em baixo. Há peixes para os negócios, peixes para o desporto. Há peixes para tudo.
Todas as coisas, qualquer coisa que seja coisa, vem ao de cima a partir de um nível mais profundo. A Física moderna chama a esse nível o Campo Unificado. Quanto mais a nossa consciência-a nossa atenção- se expandir, mais fundo avançamos para esta fonte e maiores são os peixes que podemos capturar.[...]
O desejo de ter uma ideia é como isco. Quando se está a pescar, é preciso ter paciência. Coloca-se o isco no anzol e espera-se. O desejo é o isco que atrai aqueles peixes-aquelas ideias.
O que é bonito é que, quando se apanha um peixe que se ama, mesmo que seja um peixe pequeno-um fragmento de uma ideia-esse peixe vai atrair outros peixes e agarrar-se-ão a ele. Então, está-se lançado. Em breve começam a surgir cada vez mais fragmentos e a coisa inteira emerge. Mas começa com desejo."
(em «Em busca do grande peixe» de David Linch)
Andante
Canção do Dia: «Run Run» Those Dancing Days
Li o livro todo de uma assentada.
"As ideias são como peixes.
Se quisermos capturar peixes pequenos, podemos ficar pelas águas pouco profundas. Mas, se quisermos capturar os peixes grandes, temos de ir mais fundo.
Lá no fundo, os peixes são mais poderosos e mais puros. São enormes e abstratos. E são muito bonitos.
Eu procuro um certo tipo de peixe que é importante para mim, um que possa ser transposto para o cinema. Mas há todo o tipo de peixes a nadar lá em baixo. Há peixes para os negócios, peixes para o desporto. Há peixes para tudo.
Todas as coisas, qualquer coisa que seja coisa, vem ao de cima a partir de um nível mais profundo. A Física moderna chama a esse nível o Campo Unificado. Quanto mais a nossa consciência-a nossa atenção- se expandir, mais fundo avançamos para esta fonte e maiores são os peixes que podemos capturar.[...]
O desejo de ter uma ideia é como isco. Quando se está a pescar, é preciso ter paciência. Coloca-se o isco no anzol e espera-se. O desejo é o isco que atrai aqueles peixes-aquelas ideias.
O que é bonito é que, quando se apanha um peixe que se ama, mesmo que seja um peixe pequeno-um fragmento de uma ideia-esse peixe vai atrair outros peixes e agarrar-se-ão a ele. Então, está-se lançado. Em breve começam a surgir cada vez mais fragmentos e a coisa inteira emerge. Mas começa com desejo."
(em «Em busca do grande peixe» de David Linch)
Andante
domingo, 19 de abril de 2009
Vento
Diário de Bordo, Vila do Conde, 19 de abril de 2009
Canção do Dia: «The Great Escape» Patrick Watson
Amanhã recomeçam as aulas.
Aproveito o vento para voar.
Andante
Canção do Dia: «The Great Escape» Patrick Watson
Amanhã recomeçam as aulas.
Aproveito o vento para voar.
Andante
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quinta-feira, 2 de abril de 2009
Sapatos
Diário de Bordo, Vila do Conde, 02 de Abril de 2009
Canção do Dia: «Mad About You» Hooverphonic
Sentada no chão pela segunda vez consecutiva, distraio-me a desenhar os sapatos dos viajantes.
Andante
Canção do Dia: «Mad About You» Hooverphonic
Sentada no chão pela segunda vez consecutiva, distraio-me a desenhar os sapatos dos viajantes.
Andante
terça-feira, 31 de março de 2009
A rapariga que inventou um sonho
Diário de Bordo, Vila do Conde, 31 de Março de 2009
Canção do Dia: «Há uma música do povo» Paula Oliveira e Bernardo Moreira
"Vi as horas. Eram onze e quarenta e cinco e o meu primo continuava sem aparecer. Estava a aproximar-se a hora do almoço e a cafetaria começava a encher-se de gente. Todo o tipo de vozes e sons, misturados como fumo, envolviam o ambiente. Tornei a procurar refúgio nas minhas recordações desse dia. E a evocar a canetinha dourada que ela tinha no bolso da frente do seu pijama.
Ah, é verdade, já me esquecia de dizer que ela usara precisamente aquela mesma caneta para escrevinhar num guardanapo de papel.
Um desenho. Ela tinha desenhado qualquer coisa. O guardanapo era demasiado fino e a ponta da caneta estava sempre a emperrar. Ainda assim, ela lá conseguiu desenhar uma montanha. E uma casinha no topo da montanha. Dentro da casa uma mulher dormia. E a toda a volta da casa cresciam salgueiros cegos. Tinha sido por causa dos salgueiros cegos que a mulher adormecera.
-Que raio de coisa é um salgueiro cego?- perguntou o meu amigo.
-Existe uma árvore com esse nome.
-Bom, se existe eu nunca ouvi falar dela.
-Isso é porque fui eu que inventei-disse ela, com um sorriso. Os salgueiros cegos estão cheios de pólen, e quando umas moscas pequenas transportaram o pólen agarrado às patas para dentro do ouvido da mulher, ela caiu num sono profundo.
Agarrando num outro guardanapo, ela traçou os contornos de um salgueiro cego. Era do tamanho de uma azálea. A árvore estava em flor e as suas flores despontavam no meio de folhas de um verde-carregado que mais pareciam caudas de lagartos dispostas em cacho. vendo bem, o salgueiro cego não se parecia nada com um salgueiro.
-Arranjas-me um cigarro?-pediu o meu amigo. Atirei-lhe um masso todo amassado e ensopado de Hope e meia dúzia de fósforos para cima da mesa.
-Visto de fora, à superfície da terra, um salgueiro cego pode parecer pequeno, mas tem umas raízes espantosamente profundas-explicou ela.-Na verdade, a partir de um determinado ponto deixa de crescer e começa a enterrar-se cada vez mais. Dir-se-ia que se alimenta de escuridão.
-E as moscas transportam o pólen para dentro do ouvido da mulher e põem-na a dormir-atalhou o meu amigo, vendo-se aflito para acender o cigarro com os fósforos húmidos.-E depois, o que acontece às moscas?
-Devoram. Saciam-se e comem a carne da mulher por dentro, naturalmente-disse a namorada do meu amigo.
-Ora toma. Embrulha e leva para casa-rematou o meu amigo."
(em «A rapariga que inventou um sonho» de Haruki Murakami)
Andante
Canção do Dia: «Há uma música do povo» Paula Oliveira e Bernardo Moreira
"Vi as horas. Eram onze e quarenta e cinco e o meu primo continuava sem aparecer. Estava a aproximar-se a hora do almoço e a cafetaria começava a encher-se de gente. Todo o tipo de vozes e sons, misturados como fumo, envolviam o ambiente. Tornei a procurar refúgio nas minhas recordações desse dia. E a evocar a canetinha dourada que ela tinha no bolso da frente do seu pijama.
Ah, é verdade, já me esquecia de dizer que ela usara precisamente aquela mesma caneta para escrevinhar num guardanapo de papel.
Um desenho. Ela tinha desenhado qualquer coisa. O guardanapo era demasiado fino e a ponta da caneta estava sempre a emperrar. Ainda assim, ela lá conseguiu desenhar uma montanha. E uma casinha no topo da montanha. Dentro da casa uma mulher dormia. E a toda a volta da casa cresciam salgueiros cegos. Tinha sido por causa dos salgueiros cegos que a mulher adormecera.
-Que raio de coisa é um salgueiro cego?- perguntou o meu amigo.
-Existe uma árvore com esse nome.
-Bom, se existe eu nunca ouvi falar dela.
-Isso é porque fui eu que inventei-disse ela, com um sorriso. Os salgueiros cegos estão cheios de pólen, e quando umas moscas pequenas transportaram o pólen agarrado às patas para dentro do ouvido da mulher, ela caiu num sono profundo.
Agarrando num outro guardanapo, ela traçou os contornos de um salgueiro cego. Era do tamanho de uma azálea. A árvore estava em flor e as suas flores despontavam no meio de folhas de um verde-carregado que mais pareciam caudas de lagartos dispostas em cacho. vendo bem, o salgueiro cego não se parecia nada com um salgueiro.
-Arranjas-me um cigarro?-pediu o meu amigo. Atirei-lhe um masso todo amassado e ensopado de Hope e meia dúzia de fósforos para cima da mesa.
-Visto de fora, à superfície da terra, um salgueiro cego pode parecer pequeno, mas tem umas raízes espantosamente profundas-explicou ela.-Na verdade, a partir de um determinado ponto deixa de crescer e começa a enterrar-se cada vez mais. Dir-se-ia que se alimenta de escuridão.
-E as moscas transportam o pólen para dentro do ouvido da mulher e põem-na a dormir-atalhou o meu amigo, vendo-se aflito para acender o cigarro com os fósforos húmidos.-E depois, o que acontece às moscas?
-Devoram. Saciam-se e comem a carne da mulher por dentro, naturalmente-disse a namorada do meu amigo.
-Ora toma. Embrulha e leva para casa-rematou o meu amigo."
(em «A rapariga que inventou um sonho» de Haruki Murakami)
Andante
segunda-feira, 30 de março de 2009
Índio
Diário de Bordo, Vila do Conde, 30 de Março de 2009
Canção do Dia: «Pagú» Maria Rita
Deliciava-me entre as folhas amareladas, relidas e vincadas dos valiosos cadernos de apontamentos dos meus avós.
Perdia-me na linda caligrafia de ambos misturada com o cheiro das essências e das dedadas de xarope datadas.
Enquanto isso, um senhor de pele avermelhada, cabelo tão preto e chagas abertas nas mãos e cara babava-se enquanto aterrado, dormia descansado encostado ao vidro.
Andante
Canção do Dia: «Pagú» Maria Rita
Deliciava-me entre as folhas amareladas, relidas e vincadas dos valiosos cadernos de apontamentos dos meus avós.
Perdia-me na linda caligrafia de ambos misturada com o cheiro das essências e das dedadas de xarope datadas.
Enquanto isso, um senhor de pele avermelhada, cabelo tão preto e chagas abertas nas mãos e cara babava-se enquanto aterrado, dormia descansado encostado ao vidro.
Andante
quinta-feira, 26 de março de 2009
Interiorização
Diário de Bordo, Vila do Conde, 26 de Março de 2009
Canção do Dia: «Must be Dreaming» Frou Frou
"A interiorização não só controla o indivíduo, mas abre-lhe as portas do mundo. Não só permite que o mesmo participe do mundo social externo, mas capacita-o para uma vida interior mais rica. É só por meio da interiorização das vozes dos outros que podemos falar a nós mesmos. Se ninguém nos tivesse dirigido uma mensagem significativa vinda de fora, em nosso interior também reinaria o silêncio. É só através dos outros que podemos descobrir-nos a nós mesmos. Ou, em termos mais precisos, é só através dos outros significativos que podemos desenvolver um relacionamento significativo com a nossa própria pessoa. (...)"
(em P. L. Berger e B. Berger - Sociology - A Biographical Approach. New York, Basic Books, 1975)
Andante
Canção do Dia: «Must be Dreaming» Frou Frou
"A interiorização não só controla o indivíduo, mas abre-lhe as portas do mundo. Não só permite que o mesmo participe do mundo social externo, mas capacita-o para uma vida interior mais rica. É só por meio da interiorização das vozes dos outros que podemos falar a nós mesmos. Se ninguém nos tivesse dirigido uma mensagem significativa vinda de fora, em nosso interior também reinaria o silêncio. É só através dos outros que podemos descobrir-nos a nós mesmos. Ou, em termos mais precisos, é só através dos outros significativos que podemos desenvolver um relacionamento significativo com a nossa própria pessoa. (...)"
(em P. L. Berger e B. Berger - Sociology - A Biographical Approach. New York, Basic Books, 1975)
Andante
quarta-feira, 25 de março de 2009
Jardinagem
Diário de Bordo, Vila do Conde, 25 de Março de 2009
Canção do Dia: «Raincloud» Suzanna Choffel
Durante uma viagem ao lado de uma senhora a cheirar a sabonete fala-se:
-de jardins;
-de canteiros;
-de flores;
-de compras e aquisições para a horta;
-de conhecimentos sobre jardinagem.
Fala-se da praça pública e apura-se o espírito crítico.
Andante
Canção do Dia: «Raincloud» Suzanna Choffel
Durante uma viagem ao lado de uma senhora a cheirar a sabonete fala-se:
-de jardins;
-de canteiros;
-de flores;
-de compras e aquisições para a horta;
-de conhecimentos sobre jardinagem.
Fala-se da praça pública e apura-se o espírito crítico.
Andante
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Jardinagem,
Passageiros
segunda-feira, 23 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
sexta-feira, 20 de março de 2009
Horários
Diário de Bordo, Vila do Conde, 20 de Março de 2009
Diário de Bordo: «Desordenador» Filastine
Os horários do metro mudaram. Não estão adequados a compromissos. Não há horários compatíveis para chegar ao trabalho às horas certas ou às meias horas. Amanhã vou ter de me levantar ainda mais cedo.
Andante
Diário de Bordo: «Desordenador» Filastine
Os horários do metro mudaram. Não estão adequados a compromissos. Não há horários compatíveis para chegar ao trabalho às horas certas ou às meias horas. Amanhã vou ter de me levantar ainda mais cedo.
Andante
segunda-feira, 9 de março de 2009
Derby
Diário de Bordo, Vila do Conde, 09 de Março de 2009
Canção do Dia: «Luz Vaga» Mesa
Porto - Benfica
Benfica passa constantemente a linha do meio campo, ocupando o banco do adversário.
Porto com problemas na defesa.
Benfica permanece no campo do Porto. Bola para a frente.
Porto não responde!
Casaco Azul 0 - Gabardina Vermelha 1
Acho que estava com sono de mais para contra-atacar.
Andante
Canção do Dia: «Luz Vaga» Mesa
Porto - Benfica
Benfica passa constantemente a linha do meio campo, ocupando o banco do adversário.
Porto com problemas na defesa.
Benfica permanece no campo do Porto. Bola para a frente.
Porto não responde!
Casaco Azul 0 - Gabardina Vermelha 1
Acho que estava com sono de mais para contra-atacar.
Andante
sexta-feira, 6 de março de 2009
Crochet
Diário de Bordo, Vila do Conde, 06 de Março de 2009
Canção do Dia: «The piano» Michael Nyman
Peço licença para passar, as sapatilhas vermelhas não se movem.
Sento-me. Uma senhora ruiva pintada, de dentes em mau estado bastante separados faz crochet compulsivamente. Desenvencilha um emaranhado de fios entrelaçando pequenos pedaços salmão. Trauteia baixinho canções em espanhol que ecoam do mp3.
De tão compenetrada não lhe vi os olhos.
Andante
Canção do Dia: «The piano» Michael Nyman
Peço licença para passar, as sapatilhas vermelhas não se movem.
Sento-me. Uma senhora ruiva pintada, de dentes em mau estado bastante separados faz crochet compulsivamente. Desenvencilha um emaranhado de fios entrelaçando pequenos pedaços salmão. Trauteia baixinho canções em espanhol que ecoam do mp3.
De tão compenetrada não lhe vi os olhos.
Andante
quinta-feira, 5 de março de 2009
Cansaço
Diário de Borso, Vila do Conde, 05 de Março de 2009
Canção do Dia: «Paper Plans» MIA
Dois trabalhos...
Duas horas de sono...
Exaustão.
Andante
Canção do Dia: «Paper Plans» MIA
Dois trabalhos...
Duas horas de sono...
Exaustão.
Andante
quarta-feira, 4 de março de 2009
segunda-feira, 2 de março de 2009
Chuva
Diário de Bordo, Vila do Conde, 02 de Março de 2009
Canção do Dia: «Almost Lover» A Fine Frenzy
Chuviscou um bocadito.
Adoro quando cheira a terra molhada.
Andante
Canção do Dia: «Almost Lover» A Fine Frenzy
Chuviscou um bocadito.
Adoro quando cheira a terra molhada.
Andante
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Redacção
Diário de Bordo, Vila do Conde, 20 de Fevereiro de 2009
Cançaõ do Dia: «Clandestino» Deolinda
Entro no metro. Uma caneta vermelha corrige.
Mal sabe o aluno Filipe Teixeira, nº 12 do 10º D o quanto se pesaram figos sobre a sua redacção sobre energias renováveis e não renováveis.
Andante
Cançaõ do Dia: «Clandestino» Deolinda
Entro no metro. Uma caneta vermelha corrige.
Mal sabe o aluno Filipe Teixeira, nº 12 do 10º D o quanto se pesaram figos sobre a sua redacção sobre energias renováveis e não renováveis.
Andante
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Sacas de Papelão
Diário de Bordo, Porto, 27 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «Imagine one day» Grace
Já repararam que as senhoras, acima de uma certa idade, transportam sempre consigo, para além da habual carteirita, uma floreada saca de papelão?
Andante
Canção do Dia: «Imagine one day» Grace
Já repararam que as senhoras, acima de uma certa idade, transportam sempre consigo, para além da habual carteirita, uma floreada saca de papelão?
Andante
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Lua
Diário de Bordo, Vila do Conde, 26 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «Fácil de Entender» The Gift
Dizem que ando sempre com a cabeça na lua. É bem verdade.
Andante
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Faço Questão
Diário de Bordo, Vila do Conde, 20 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «Rosa» Rodrigo Leão
Depois de uma corrida para ir a uma série de lojas na Rua do Almada e Cedofeita.
-Quer sentar-se?
-Não menina, deixe lá.
-A sério, não me custa nada.
-Não, não.
-Faço questão.
-Coisas destas já não se vêm hoje em dia. Abençoada seja menina, que Deus lhe dê muita saúde e muita paz.
Andante
Canção do Dia: «Rosa» Rodrigo Leão
Depois de uma corrida para ir a uma série de lojas na Rua do Almada e Cedofeita.
-Quer sentar-se?
-Não menina, deixe lá.
-A sério, não me custa nada.
-Não, não.
-Faço questão.
-Coisas destas já não se vêm hoje em dia. Abençoada seja menina, que Deus lhe dê muita saúde e muita paz.
Andante
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Conversas
Diário de Bordo, Vila do Conde, 19 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «Turn Me On» Cocorosie
Depois de ter perdido o metro por 1 minuto, encontro um metro de uma carruagem com grande densidade populacional.
Estranhamente o habitual e elevado ruído está ausente.
Uma menina chocolate fala ao telemóvel em brasileiro.
Enquanto uma sonolenta malha se repete, uma gola alta estuda, um emproado chapéu dormita e um gorro com olhos rasgados observa, entra um senhor de cara vincada com óculos sobre o nariz. Encontra um amigo, o sossego acaba.
-Não me empurres carago! Vê lá que caio!
-E és mais de cair para o lado das mulheres ou dos homens?
-Nem me perguntes isso! (Ofendidíssimo).
-Tás doente?
-É da gripe.... das aves. Asa Negra.
-Das aves?!
-Pois! Queria que fosse da qual?
-Da normal, carago! Duvido muito que seja das aves. Isso ainda não chegou cá!
-Olha, então se não é das aves é da outra.
Tosse violentamente para cima de um senhor que estava sentado à sua frente, que fica incomodado com os "vary lights".
-Isso precisa de mel!
-De mel?! Tás é maluco! Depois as abelhas vinham atrás de mim! Tenho cara de doce?
-Precisas de mel com limão.
-Mel?! Limão?! Preciso é de virar dois "whiskes" que isso é qu'é bom pá tosse!
-Whisky?!
-Sim carago! Ou cerveja! Apanhar uns bons bojardos!
-E beber muita água...
-Água sabe mal! É preciso é apanhar umas grandas... Isso é que tira a gripe! Olha... Ainda este fim de semana...
-Eu alinhava no mel.
-Outra vez com essa conversa! O mel atrai abelhas, e depois picavam-me, parecia um coador, carago! Deixa-me sentar qu'estou doente.
-Olhe, tá aqui auguém falando muito auto! Tô com dificuldadje em ouví! (Percebe de quem se trata e sorri-me).
Ouve-a, e responde-lhe.
-Ai, falo alto?!
-Temo de nos encontrá, amiga!
-Porra, quando chegar a Póvoa tenho assento...
-...e a fruta...
-A fruta, queres um tabuleiro pr'a fruta naum?
...
-Alô?... Tô?...
-Olha, foi-se a conversa...
Andante
Canção do Dia: «Turn Me On» Cocorosie
Depois de ter perdido o metro por 1 minuto, encontro um metro de uma carruagem com grande densidade populacional.
Estranhamente o habitual e elevado ruído está ausente.
Uma menina chocolate fala ao telemóvel em brasileiro.
Enquanto uma sonolenta malha se repete, uma gola alta estuda, um emproado chapéu dormita e um gorro com olhos rasgados observa, entra um senhor de cara vincada com óculos sobre o nariz. Encontra um amigo, o sossego acaba.
-Não me empurres carago! Vê lá que caio!
-E és mais de cair para o lado das mulheres ou dos homens?
-Nem me perguntes isso! (Ofendidíssimo).
-Tás doente?
-É da gripe.... das aves. Asa Negra.
-Das aves?!
-Pois! Queria que fosse da qual?
-Da normal, carago! Duvido muito que seja das aves. Isso ainda não chegou cá!
-Olha, então se não é das aves é da outra.
Tosse violentamente para cima de um senhor que estava sentado à sua frente, que fica incomodado com os "vary lights".
-Isso precisa de mel!
-De mel?! Tás é maluco! Depois as abelhas vinham atrás de mim! Tenho cara de doce?
-Precisas de mel com limão.
-Mel?! Limão?! Preciso é de virar dois "whiskes" que isso é qu'é bom pá tosse!
-Whisky?!
-Sim carago! Ou cerveja! Apanhar uns bons bojardos!
-E beber muita água...
-Água sabe mal! É preciso é apanhar umas grandas... Isso é que tira a gripe! Olha... Ainda este fim de semana...
-Eu alinhava no mel.
-Outra vez com essa conversa! O mel atrai abelhas, e depois picavam-me, parecia um coador, carago! Deixa-me sentar qu'estou doente.
-Olhe, tá aqui auguém falando muito auto! Tô com dificuldadje em ouví! (Percebe de quem se trata e sorri-me).
Ouve-a, e responde-lhe.
-Ai, falo alto?!
-Temo de nos encontrá, amiga!
-Porra, quando chegar a Póvoa tenho assento...
-...e a fruta...
-A fruta, queres um tabuleiro pr'a fruta naum?
...
-Alô?... Tô?...
-Olha, foi-se a conversa...
Andante
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Arte biológica
Diário de Bordo, Vila do Conde, 16 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «No Teu Poema» Paula Oliveira e Bernardo Moreira
Consigo ver beleza em tudo. Mesmo na mais pequena parte da nossa vida. As cores e as formas de um meio de cultura, os padrões de uma lâmina vista num microscópio. A arte que nem a todos os olhos chega.
Andante
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Escrita
Diário de Bordo, Vila do Conde, 12 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «Quase Perfeito» Donna Maria
«...De certo modo, sempre escrevi, porque me senti impelida a escrever.
Porquê? Por uma simples razão. Para pensar sobre o que quer que seja, preciso primeiro de passar as ideias para o papel.
Tem sido sempre assim, desde miúda. Quando havia uma coisa que não percebia, agarrava, umas atrás das outras, nas palavras espalhadas a meus pés e alinhava-as por forma a com elas construir frases. Quando não conseguia, voltava a espalhá-las, a arrumá-las segundo outra ordem. À força de repetir esse gesto vezes sem conta, tornei-me capaz de pensar sobre as coisas como o comum dos mortais. Para mim, escrever nunca foi difícil....
...Eis o meu mote provisório: através da escrita, tomo todos os dias consciência da minha identidade.»
(em «Sputnik, meu amor» de Haruki Murakami)
Andante
Canção do Dia: «Quase Perfeito» Donna Maria
«...De certo modo, sempre escrevi, porque me senti impelida a escrever.
Porquê? Por uma simples razão. Para pensar sobre o que quer que seja, preciso primeiro de passar as ideias para o papel.
Tem sido sempre assim, desde miúda. Quando havia uma coisa que não percebia, agarrava, umas atrás das outras, nas palavras espalhadas a meus pés e alinhava-as por forma a com elas construir frases. Quando não conseguia, voltava a espalhá-las, a arrumá-las segundo outra ordem. À força de repetir esse gesto vezes sem conta, tornei-me capaz de pensar sobre as coisas como o comum dos mortais. Para mim, escrever nunca foi difícil....
...Eis o meu mote provisório: através da escrita, tomo todos os dias consciência da minha identidade.»
(em «Sputnik, meu amor» de Haruki Murakami)
Andante
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Neve
Diário de Bordo, Vila do Conde, 09 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «My Moon My Man» Feist
-Está a nevar!
-Estás a gozar comigo, não estás?
-Não! Está mesmo a nevar! Já apanhámos uma molha!
-Vou lá ver. Queres vir?
-Está mesmo a nevar! Está o chão branquinho e tudo! Vou tirar uma foto com o telemóvel!
-Afinal está mesmo a nevar!
-Hum hum... E não é só aqui! Em Braga, na Maia, em Vila do Conde.
-Neve?!...
Andante
Canção do Dia: «My Moon My Man» Feist
-Está a nevar!
-Estás a gozar comigo, não estás?
-Não! Está mesmo a nevar! Já apanhámos uma molha!
-Vou lá ver. Queres vir?
-Está mesmo a nevar! Está o chão branquinho e tudo! Vou tirar uma foto com o telemóvel!
-Afinal está mesmo a nevar!
-Hum hum... E não é só aqui! Em Braga, na Maia, em Vila do Conde.
-Neve?!...
Andante
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Regresso ás Aulas
Diário de Bordo, Vila do Conde, 08 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «Lucky» Jason Mraz featuring Colbie Caillat
Começou o segundo semestre. Os horários impõem-se. As saídas passam para o fim-de-semana.
Os estudos predominam; as folhas de apontamentos, os livros e as matérias ocupam-me a mente. Mantenho-me acordada pela noite adentro perdida em conceitos, definições e menemónicas.
Está imenso frio. O meu "vizinho" dorme encostado ao vidro. Desenha uma cara sorridente na névoa da respiração.
Andante
Canção do Dia: «Lucky» Jason Mraz featuring Colbie Caillat
Começou o segundo semestre. Os horários impõem-se. As saídas passam para o fim-de-semana.
Os estudos predominam; as folhas de apontamentos, os livros e as matérias ocupam-me a mente. Mantenho-me acordada pela noite adentro perdida em conceitos, definições e menemónicas.
Está imenso frio. O meu "vizinho" dorme encostado ao vidro. Desenha uma cara sorridente na névoa da respiração.
Andante
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
Passagem de Ano
Diário de Bordo, Vila do Conde, 01 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «This Is The Life» Amy Macdonald
Bom Ano 2009!!!
Abraçam-se amigos entre cânticos e danças. Põem-se em dia conversas pendentes do ano findado. A alegria é contagiante, os sorrisos perduram.
Na vinda, e depois de uma grande espera, cantam-se canções infantis para grande infelicidade dos passageiros que se deslocam para o trabalho. As gargalhadas são constantes.
Sem dúvida as viagens mais doidas que já fiz.
Andante
Canção do Dia: «This Is The Life» Amy Macdonald
Bom Ano 2009!!!
Abraçam-se amigos entre cânticos e danças. Põem-se em dia conversas pendentes do ano findado. A alegria é contagiante, os sorrisos perduram.
Na vinda, e depois de uma grande espera, cantam-se canções infantis para grande infelicidade dos passageiros que se deslocam para o trabalho. As gargalhadas são constantes.
Sem dúvida as viagens mais doidas que já fiz.
Andante
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