Diário de Bordo, Vila do Conde, 16 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «Nocturno» Chopin
« (...)Via as crianças crescerem, passando de curiosas criaturas de olhos esbugalhados a pequenos passarinhos coloridos e alegres que esvoaçavam com asas invisíveis pelos meus campos e pelo meu pomar. (...)»
(em «Cinco quartos de laranja» de Joanne Harris)
Andante
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
domingo, 13 de novembro de 2011
Nada
Diário de Bordo,Vila do Conde, 13 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «Montains» Message to Bears
Nada para ler...
Nada para escrever...
Nada para desenhar ou ouvir...
Sem sono...
Andante
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Como resolver?
Diário de Bordo, Vila do Conde, 11 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «Tonight, tonight, tonight» Low Roar
O nariz não me pára de pingar, sem lenços de papel, como resolver?...
Andante
Canção do Dia: «Tonight, tonight, tonight» Low Roar
O nariz não me pára de pingar, sem lenços de papel, como resolver?...
Andante
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Pasta Nova
Diário de Bordo, Vila do Conde, 10 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «Silence» Lucia
Recebi uma linda pasta nova de presente. De couro antigo, castanho e vermelho. Usada e com história. De colocar às costas, as semelhanças com uma miúda de escola são notáveis, para curiosidade dos que passam.
Andante
Canção do Dia: «Silence» Lucia
Recebi uma linda pasta nova de presente. De couro antigo, castanho e vermelho. Usada e com história. De colocar às costas, as semelhanças com uma miúda de escola são notáveis, para curiosidade dos que passam.
Andante
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Mofo
Diário de Bordo, Vila do Conde, 31 de Outubro de 2011
Diário de Bordo, «Hometown Glory» Adele
Tresanda a mofo...
Andante
Diário de Bordo, «Hometown Glory» Adele
Tresanda a mofo...
Andante
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Mãe
Diário de Bordo, Vila do Conde, 27 de Outubro de 2011
Canção do Dia: «Karma Police» Radiohead
Repetitivamente...
-Oh mãe...
-Mãe?...
-Mamã!...
-Mami?...
-Mamã?...
-Mamã!...
-Mã?...
-Mã?
-MÃE?! TÁS A OUVIR?!
-SIM SOFIA!!!... NÃO VÊS QUE ESTOU A FALAR COM ESTA SENHORA!
Andante
Canção do Dia: «Karma Police» Radiohead
Repetitivamente...
-Oh mãe...
-Mãe?...
-Mamã!...
-Mami?...
-Mamã?...
-Mamã!...
-Mã?...
-Mã?
-MÃE?! TÁS A OUVIR?!
-SIM SOFIA!!!... NÃO VÊS QUE ESTOU A FALAR COM ESTA SENHORA!
Andante
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Desconversas
Diário de Bordo, Vila do Conde, 24 de Outubro de 2011
Canção do Dia: «The Sad Story of a Little Town» Noiserv
A caminho do Polo Universitário, até Salgueiros, conversam duas idosas e uma jovem.
-Já recebi a carta da Câmara a dizer para me apresentar.
- E por que é que não foste agora, enquanto estivemos na missa? Fazias as compras depois...
-Oh, eu vou lá na quarta-feira.
-Podias ter ido lá agora...
-Oh mulher, já disse que vou lá na quarta!
-E para que era?
-É por causa do centro de desemprego. Ligaram-me para auxiliar numa escola.
-Auxiliar? Ai!... Eu aceitava!...
-Eu também!...
-Eu acho que vou aceitar, é melhor que este emprego!
-Olha lá, e por que é que não foste lá ontem? Podias ter ido lá ontem!
-Ontem tive a trabalhar!
-Ah pois foi. Devias ter ido agora enquanto estávamos na missa.
-Outra vez?! Rais'par'tàs velhas! Vou lá na quarta-feira!
(...)
-Olha lá, por falar nisso, que raio de história é essa de assistires à missa de pernas cruzadas?!... Já'lguma vez vistes alguém a'ssistir à missa de pernas cruzadas?! Ah?!...
-Não, não vi. Mas trabalho 8 horas por dia de pé e tou cansada. Por que é que não posso estar sentada?
-Oh Mena, e tu não tens filha na catequese?
-Tenho.
-E tu não vais à missa da tua filha?
-Vou.
-E alguma vez, vistes alguém a tomar a hóstia sentado?!
-Não, não vi. Mas oh mulher, qual é o mal de estar sentada quando estamos cansados?
-Oh, onde é que já se viu!
Intervém a terceira.
-Oh Lina, deixa lá a rapariga! No tempo de Jesus, quando Ele andava a pregar nos montes, as pessoas sentavam-se no chão à chinês no meio do chão! Qual é o problema, então?!
Andante
Canção do Dia: «The Sad Story of a Little Town» Noiserv
A caminho do Polo Universitário, até Salgueiros, conversam duas idosas e uma jovem.
-Já recebi a carta da Câmara a dizer para me apresentar.
- E por que é que não foste agora, enquanto estivemos na missa? Fazias as compras depois...
-Oh, eu vou lá na quarta-feira.
-Podias ter ido lá agora...
-Oh mulher, já disse que vou lá na quarta!
-E para que era?
-É por causa do centro de desemprego. Ligaram-me para auxiliar numa escola.
-Auxiliar? Ai!... Eu aceitava!...
-Eu também!...
-Eu acho que vou aceitar, é melhor que este emprego!
-Olha lá, e por que é que não foste lá ontem? Podias ter ido lá ontem!
-Ontem tive a trabalhar!
-Ah pois foi. Devias ter ido agora enquanto estávamos na missa.
-Outra vez?! Rais'par'tàs velhas! Vou lá na quarta-feira!
(...)
-Olha lá, por falar nisso, que raio de história é essa de assistires à missa de pernas cruzadas?!... Já'lguma vez vistes alguém a'ssistir à missa de pernas cruzadas?! Ah?!...
-Não, não vi. Mas trabalho 8 horas por dia de pé e tou cansada. Por que é que não posso estar sentada?
-Oh Mena, e tu não tens filha na catequese?
-Tenho.
-E tu não vais à missa da tua filha?
-Vou.
-E alguma vez, vistes alguém a tomar a hóstia sentado?!
-Não, não vi. Mas oh mulher, qual é o mal de estar sentada quando estamos cansados?
-Oh, onde é que já se viu!
Intervém a terceira.
-Oh Lina, deixa lá a rapariga! No tempo de Jesus, quando Ele andava a pregar nos montes, as pessoas sentavam-se no chão à chinês no meio do chão! Qual é o problema, então?!
Andante
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Pão de Forma
Diário de Bordo, Vila do Conde, 15 de Setembro de 2011
Canção do Dia: «Don't Speak» No Doubt
Dia do passarito a fugir com a fatia pão de forma.
Andante
Canção do Dia: «Don't Speak» No Doubt
Dia do passarito a fugir com a fatia pão de forma.
Andante
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Sapatilhas
Diário de Bordo, Vila do Conde, 12 de Setembro de 2011
Canção do Dia: «You Know I'm No Good» Amy Winehouse
Eram gigantes, eram mesmos gigantes. Talvez as maiores que eu alguma vez vira. As sapatilhas de basquete. Qual o número máximo de tamanho que sapatilhas podem ter? E até quanto podem, uns pés, crescer?
Para segundo plano passaram os boxers berrantes, completamente destapados, e as calças fora do sítio que orgulhosamente ostentava.
Andante
Canção do Dia: «You Know I'm No Good» Amy Winehouse
Eram gigantes, eram mesmos gigantes. Talvez as maiores que eu alguma vez vira. As sapatilhas de basquete. Qual o número máximo de tamanho que sapatilhas podem ter? E até quanto podem, uns pés, crescer?
Para segundo plano passaram os boxers berrantes, completamente destapados, e as calças fora do sítio que orgulhosamente ostentava.
Andante
domingo, 28 de agosto de 2011
Chuva torrencial
Diário de Bordo, Vila do Conde, 28 de Outubro de 2011
Canção do Dia: «Bloom» The Paper Kites
Chove torrencialmente. O metro fica todo sujo de pés molhados. Os guarda-chuvas empilham-se, esbracejam e sacodem-se como cães molhados. As pessoas ficam cinzentas e rabujentas. Chateiam-se uma com as outras e ao mínimo constragimento explodem.
No meio disto, um miudito cola no vidro, observa as gotas de água que fogem com a velocidade, seguindo-lhe os trilhos com o dedo pequenino.
Andante
Canção do Dia: «Bloom» The Paper Kites
Chove torrencialmente. O metro fica todo sujo de pés molhados. Os guarda-chuvas empilham-se, esbracejam e sacodem-se como cães molhados. As pessoas ficam cinzentas e rabujentas. Chateiam-se uma com as outras e ao mínimo constragimento explodem.
No meio disto, um miudito cola no vidro, observa as gotas de água que fogem com a velocidade, seguindo-lhe os trilhos com o dedo pequenino.
Andante
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segunda-feira, 22 de agosto de 2011
A crise segundo Einstein
Diário de Bordo, Vila do Conde, 22 de Agosto de 2011
Canção do Dia: «Stand Up» Hindi Zahara
A crise segundo Einstein:
“Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo, sem ficar superado.
Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e as soluções fáceis. Sem crise não há desafios. Sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.”
Canção do Dia: «Stand Up» Hindi Zahara
A crise segundo Einstein:
“Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo, sem ficar superado.
Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e as soluções fáceis. Sem crise não há desafios. Sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.”
Albert Einstein
Andante
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Meninos Bonsai
Diário de Bordo, Vila do Conde, 16 de Agosto de 2011
Canção do Dia: «Think Twice» Grove Armada
"Sei que no oriente existe uma nova geração à qual chamam de Meninos Bonsai; resultado de experiências baseadas na cultura de árvores em miniatura, mas aplicada a humanos. A finalidade édesacelerar o crescimento das crianças, mantê-las pequenas e engraçadas de modo a potenciar uma evolução mais firme, pensada e estruturada das mesmas(...) Vou regar-vos como a um Bonsai; aparar-vos as folhas do cabelo de dois em dois dias, podar a vossas existência, mas deixar-vos chegar luz suficiente para a realização da fotossíntese."
(in Os meninos bonsai de Ricardo Vieira)
Andante
Canção do Dia: «Think Twice» Grove Armada
"Sei que no oriente existe uma nova geração à qual chamam de Meninos Bonsai; resultado de experiências baseadas na cultura de árvores em miniatura, mas aplicada a humanos. A finalidade é
(in Os meninos bonsai de Ricardo Vieira)
Andante
quarta-feira, 13 de julho de 2011
O que é verdadeiro permanece.
Diário de Bordo, Vila do Conde, 13 de Julho de 2011
Canção do Dia: «Playground Love» Air
"O que é verdadeiro volta? Não. O que é verdadeiro não vai. O que é verdadeiro permanece."
Canção do Dia: «Playground Love» Air
"O que é verdadeiro volta? Não. O que é verdadeiro não vai. O que é verdadeiro permanece."
Nicholas Sparks
Andante
domingo, 10 de julho de 2011
Super Miúdo
Diário de Bordo, Vila do Conde, 10 de Julho de 2011
Canção do Dia: «A menina e o piano» Mario Laginha e Bernardo Sassetti
(...)
-E já trabalhas?
-Sim, estou a acabar o estágio de farmácia. Sou farmacêutica.
-Farmacêutica tem cargo de Doutor, não é?
-É. - Sorrio
-Porque médicos são doutores, dentistas são doutores, advogados são doutores mas engenheiros são engenheiros. O meu pai é engenheiro, não é doutor.
-Exacto. Farmacêuticos são doutores. Para um miúdo de 9 anos, és bastante perspicaz!
-Obrigada. São três anos, não é?
-Não, são cinco.
-De licenciatura?
-Não, não, com mestrado integrado.
-Isso é muito tempo a estudar, só menos um ano que os médicos.
-É verdade.
-E vocês usam a homeopatia?
-Começa a ser usada. A homeopatia e as terapias alternativas.
-Pois. Em França e na Alemanha já são usadas à anos.
-Sabes muitas coisas, hum?
-Pois sei. Mas porque é que não são usadas cá? Pelos laboratórios ou pelos médicos?
-Na minha opinião, pelos discrentes. Pelos cientistas e pelos doentes, que enquanto não virem provas científicas, não acreditam no que os olhos não vêem.
-Pois, mas as células e as bactérias sempre existiram. Só quando se inventaram os microscópios é que se viram pela primeira vez.
-És muito inteligente.
-Obrigada, já me tinham dito isso.
O metro chega.
-Xau, o meu metro já chegou.
-Boa viagem João, dá um beijinho à tua irmã.
Andante
Canção do Dia: «A menina e o piano» Mario Laginha e Bernardo Sassetti
(...)
-E já trabalhas?
-Sim, estou a acabar o estágio de farmácia. Sou farmacêutica.
-Farmacêutica tem cargo de Doutor, não é?
-É. - Sorrio
-Porque médicos são doutores, dentistas são doutores, advogados são doutores mas engenheiros são engenheiros. O meu pai é engenheiro, não é doutor.
-Exacto. Farmacêuticos são doutores. Para um miúdo de 9 anos, és bastante perspicaz!
-Obrigada. São três anos, não é?
-Não, são cinco.
-De licenciatura?
-Não, não, com mestrado integrado.
-Isso é muito tempo a estudar, só menos um ano que os médicos.
-É verdade.
-E vocês usam a homeopatia?
-Começa a ser usada. A homeopatia e as terapias alternativas.
-Pois. Em França e na Alemanha já são usadas à anos.
-Sabes muitas coisas, hum?
-Pois sei. Mas porque é que não são usadas cá? Pelos laboratórios ou pelos médicos?
-Na minha opinião, pelos discrentes. Pelos cientistas e pelos doentes, que enquanto não virem provas científicas, não acreditam no que os olhos não vêem.
-Pois, mas as células e as bactérias sempre existiram. Só quando se inventaram os microscópios é que se viram pela primeira vez.
-És muito inteligente.
-Obrigada, já me tinham dito isso.
O metro chega.
-Xau, o meu metro já chegou.
-Boa viagem João, dá um beijinho à tua irmã.
Andante
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Linguagem
Diário de Bordo, Vila do Conde, 6 de Julho de 2011
Canção do Dia: «Palco do Tempo» Noiserv
"(...) Também é certo que, se continuei a escrever, foi porque, pelo menos penso eu, tinha alguma coisa para dizer. (...)"
"(...)
-Para mim o mas importante de tudo é a linguagem."
-Mais do que a história?
"-Mais do que a história, infinitamente mais do que a história. Uma história bem construída é indispensável; aquilo tem de estar estruturado, tem de manter-se de pé. Mas eu costumo dizer que, da mesma maneira que o corpo humano tem setenta por cento de água, a literatura é setenta por cento de linguagem. E talvez durante a minha vida de escritor não tenha tido consciência disso, embora de alguma forma o estivesse praticando. Mas nos últimos tempos tornei-me consciente disso: o fundamental é a linguagem. (...)"
(em A última entrevista de José Saramago)
Andante
Canção do Dia: «Palco do Tempo» Noiserv
"(...) Também é certo que, se continuei a escrever, foi porque, pelo menos penso eu, tinha alguma coisa para dizer. (...)"
"(...)
-Para mim o mas importante de tudo é a linguagem."
-Mais do que a história?
"-Mais do que a história, infinitamente mais do que a história. Uma história bem construída é indispensável; aquilo tem de estar estruturado, tem de manter-se de pé. Mas eu costumo dizer que, da mesma maneira que o corpo humano tem setenta por cento de água, a literatura é setenta por cento de linguagem. E talvez durante a minha vida de escritor não tenha tido consciência disso, embora de alguma forma o estivesse praticando. Mas nos últimos tempos tornei-me consciente disso: o fundamental é a linguagem. (...)"
(em A última entrevista de José Saramago)
Andante
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Lógica
Diário de Bordo, Vila do Conde, 24 de Junho de 2011
Canção do Dia: «Margarida» Gutanaki
Escrevo porque me dá um distanciamento das situações. Faz-me ver a vida por outros olhos. Como quem observa de longe, e analisa assim o que se passa. Deste modo, consigo pensar logicamente. As emoções ficam de lado não distorcendo a razão. O nevoeiro desaparece, e tudo se torna mais nítido.
Andante
Canção do Dia: «Margarida» Gutanaki
Escrevo porque me dá um distanciamento das situações. Faz-me ver a vida por outros olhos. Como quem observa de longe, e analisa assim o que se passa. Deste modo, consigo pensar logicamente. As emoções ficam de lado não distorcendo a razão. O nevoeiro desaparece, e tudo se torna mais nítido.
Andante
sábado, 18 de junho de 2011
Comboios
Diário de Bordo, Vila do Conde, 18 de Junho de 2011
Canção do Dia: «Destiny» Zero 7
Tenho um grande amigo peruano que, para além de excelente cozinheiro e grande entusiasta da bola, possui uma teoria sobre comboios. Para ele, as pessoas sentam-se nos comboios da maneira como sentem a vida naquele momento.
Se se sentam de frente para a viagem, estão de mente e braços abertos para o que o futuro lhes reserva. Utilizam a viagem para fazer planos, organizar a semana, fazer listas ou simplesmente dormir. Estão no presente. Aceitam o passado e sabem que o amanhã existe.
Se, por algum motivo se sentam de costas para o destino, veem no vidro o reflexo do que são. Observam o passado, aquilo que já alcançaram, os caminhos que já percorreram.
Ele também lembra que há pessoas que não se sentam de costas para evitar enjoos e vómitos. Pequenas manifestação mundanas que interferem com o desenrolar do espírito.
Na viagem em que partilhou a sua teoria, um grupo de amigos partia em busca de uma cidade desconhecida. Agora, viajo sozinha, no percurso habitual, ao encontro dos amigos. Sabendo que é necessário, por vezes, sentarmo-nos de costas para o destino para levar a viagem em frente.
Andante
Canção do Dia: «Destiny» Zero 7
Tenho um grande amigo peruano que, para além de excelente cozinheiro e grande entusiasta da bola, possui uma teoria sobre comboios. Para ele, as pessoas sentam-se nos comboios da maneira como sentem a vida naquele momento.
Se se sentam de frente para a viagem, estão de mente e braços abertos para o que o futuro lhes reserva. Utilizam a viagem para fazer planos, organizar a semana, fazer listas ou simplesmente dormir. Estão no presente. Aceitam o passado e sabem que o amanhã existe.
Se, por algum motivo se sentam de costas para o destino, veem no vidro o reflexo do que são. Observam o passado, aquilo que já alcançaram, os caminhos que já percorreram.
Ele também lembra que há pessoas que não se sentam de costas para evitar enjoos e vómitos. Pequenas manifestação mundanas que interferem com o desenrolar do espírito.
Na viagem em que partilhou a sua teoria, um grupo de amigos partia em busca de uma cidade desconhecida. Agora, viajo sozinha, no percurso habitual, ao encontro dos amigos. Sabendo que é necessário, por vezes, sentarmo-nos de costas para o destino para levar a viagem em frente.
Andante
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Vento
Diário de Bordo, Vila do Conde, 08 de Junho de 2011
Canção do Dia: «Marutka» L'Herbe Folle
"Assobia o vento dentro de mim.
Estou despido. Dono do nada, dono de ninguém, nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha cara contra o vento, a contravento, e ou o vento que bate em minha cara."
Canção do Dia: «Marutka» L'Herbe Folle
"Assobia o vento dentro de mim.
Estou despido. Dono do nada, dono de ninguém, nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha cara contra o vento, a contravento, e ou o vento que bate em minha cara."
Eduardo Galeano
Andante
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Sr Rouxinol
Diário de Bordo, Vila do Conde, 02 de Junho de 2011
Canção do Dia: «Finally We Are No One» Múm
Segundo uma existente enciclopédia lá de casa, o rouxinol é uma ave passeriforme, migratória (Erithacus megarhynchos), da família dos muscicapídeos, encontrada na Europa, Ásia e África, cujo canto, melodioso, é emitido pelos machos especialmente à noite e durante o período reprodutivo.
Há um rouxinol diurno que me costuma apanhar na Vila. Vem sempre da Póvoa e está sempre onde corre mais ar. Encontrei-o já várias vezes. Veste sempre a mesma plumagem. Escura, garrida, e suja. Usa barba comprida e uma mochila sempre às costas. Na escuridão do seu ser, ganha vida o seu assobio. Ora trina música clássica, ora chilreia umas modinhas mais nacionais. Sem esquecendo o que passa de momento na rádio, enche o metro com o seu gorjeio. Quando entra a segurança, o assobio parte-se. Bate asas rapidamente e voa para céu aberto.
Andante
sábado, 28 de maio de 2011
Artistas de Rua
Diário de Bordo, Vila do Conde, 28 de Maio de 2011
Canção do Dia: «Gallows» CocoRosie
"Deixa-me trincar-te a orelha."
Andante
Canção do Dia: «Gallows» CocoRosie
"Deixa-me trincar-te a orelha."
Andante
domingo, 22 de maio de 2011
Parkour
Diário de Bordo, Vila do Conde, 16 de Novembro de 2011
Canção do Dia: «The Forgotten Circus» The Irrepressibles
Saíram tão rápido com entraram. Com ar atlético e todos eles de sapatilhas de topo, aparentavam ter estado a treinar durante horas.
Mal avistaram os "picas" saíram acrobaticamente, pulando e correndo com meia dúzias de acrobacias, saltos e mortais, tal saltimbancos do antigamente.
Andante
Canção do Dia: «The Forgotten Circus» The Irrepressibles
Saíram tão rápido com entraram. Com ar atlético e todos eles de sapatilhas de topo, aparentavam ter estado a treinar durante horas.
Mal avistaram os "picas" saíram acrobaticamente, pulando e correndo com meia dúzias de acrobacias, saltos e mortais, tal saltimbancos do antigamente.
Andante
domingo, 8 de maio de 2011
Cegonhas
Diário de Bordo, Vila do Conde, 08 de Maio de 2011
Canção do Dia: «Mudam-se os Tempos...» José Mário Branco
Bicos e pernas vermelhas. Plumagem branca e asas negras. Migratórias e Pernaltas. São as cegonhas e os ninhos das chaminés fabris dum Portugal que já não existe.
Andante
Canção do Dia: «Mudam-se os Tempos...» José Mário Branco
Bicos e pernas vermelhas. Plumagem branca e asas negras. Migratórias e Pernaltas. São as cegonhas e os ninhos das chaminés fabris dum Portugal que já não existe.
Andante
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Queima
Diário de Bordo, Vila do Conde, 04 de Maio de 2011
Canção do Dia: «Ei vi este povo a lutar» José Mário Branco
Respeito quem gosta das praxes. Vão contra tudo aquilo em que acredito. Para mim, são a enumeração de todos as convicções e comportamentos que pessoa alguma deveria defender e pregar. O abuso e a humilhação nunca deveriam ser tidos como ponto integração. E aceitar ser humilhado para ser aceite vai muito aquém daquilo que se espera da humanidade.
Pós-cortejo da Queima. Os futuros profissionais altamente qualificados, próximos cidadão activos deste belo país, festejam. Festejam de mais. Apanham uma tão grande bebedeira. Justificam actos e práticas injustificáveis pela alegria de acabar um curso. Fazem cenas mais que tristes e os comas alcoólicos são tidos como estados normais de pura alegria. Tudo se justifica nesta semana. Não é necessário haver certo nem errado. Tudo é válido por ser a Queima das Fitas.
A cidade fica virada do avesso.
A inconsciência alcoólica pode até ter piada, mas a inconciência social não.
Andante
Canção do Dia: «Ei vi este povo a lutar» José Mário Branco
Respeito quem gosta das praxes. Vão contra tudo aquilo em que acredito. Para mim, são a enumeração de todos as convicções e comportamentos que pessoa alguma deveria defender e pregar. O abuso e a humilhação nunca deveriam ser tidos como ponto integração. E aceitar ser humilhado para ser aceite vai muito aquém daquilo que se espera da humanidade.
Pós-cortejo da Queima. Os futuros profissionais altamente qualificados, próximos cidadão activos deste belo país, festejam. Festejam de mais. Apanham uma tão grande bebedeira. Justificam actos e práticas injustificáveis pela alegria de acabar um curso. Fazem cenas mais que tristes e os comas alcoólicos são tidos como estados normais de pura alegria. Tudo se justifica nesta semana. Não é necessário haver certo nem errado. Tudo é válido por ser a Queima das Fitas.
A cidade fica virada do avesso.
A inconsciência alcoólica pode até ter piada, mas a inconciência social não.
Andante
terça-feira, 26 de abril de 2011
Perdida
Diário de Bordo, Vila do Conde, 26 de Abril de 2011
Canção do Dia: «Ao Longe O Mar» Madredeus
Estação do metro de Vila do Conde. Espero como qualquer um dos mais banais dias.
Uma idosa vagueia. Tem um camisola quente, um saco de papelão da Zara e o cabelo amarrotado atrás, como se tivesse estado a dormir.
A máquina tem um cartão na ranhura com duas viagens carregadas prontas a usar. Um casal que pretende usar a máquina, pergunta se o cartão esquecido pertence a alguém.
-É seu? Perguntam à velhinha.
-Deus a abençoe menina. Já me estava a esquecer... Olhe, ajude-me aqui por favor. Pedindo explicações sobre as linhas do metro.
Chega um senhor aflito.
-Desculpem, eu deixei aqui um cartão na máquina depois de carregar. Fui tomar um cafezinho porque ainda dava tempo. Não o viram? Tirei o troco mas esqueci-me do cartão.
-Olhe, esta senhora tem o seu cartão. Disse-nos à bocado que era dela.
-Mas ainda tenho aqui o recibo e tudo. A senhora tem o meu cartão?
-Sabe que eu fui ao hospital para ver a minha perna que tem uma inflamação muito grande.
-Olhe Senhora, ficou com o meu cartão?
-A minha perna... No hospital...
-Tem o meu cartão?
-No hospital... A perna... Inflamação...
Entrega o cartão ao respectivo dono com uma expressão apática, sussurrando algo incompreensível..
-A Senhora de onde é? - pergunta o casal.
-Sou de Matosinhos.
-E a sua família? Não veio até aqui com a família? - estranhando estar sozinha.
-Está toda no hospital. Vou lá agora vê-los.
-Mas a senhora veio ou vai para o hospital? A esta hora? Ainda deixam entrar visitas? Como vai para Matosinhos? Não vai ninguém consigo? - Achando-a cada vez mais desnorteada.
-Apanhava o 137, mas agora nem sei onde se apanha. É uma tristeza...
-E os seus filhos?
-Tão todos no hospital.
-Deve ter fugido duma instituição qualquer, está bem cuidada. - conferenciam os três.
-E agora como vou para Matosinhos? - pergunta novamente.
-Tem de esperar pelo metro que vai para aquele lado.
-Então vou indo.
Dirige-se a pé para a linha.
-Oh Senhora, não pode ir para a linha!!!
-E como faço, não trouxe dinheiro...
-Ligamos para a polícia? Alguém deve andar à procura dela.
Vira-se e dirige-se a duas outras senhoras que, no entretanto chegaram. Repete exactamente o mesmo discurso.
Andante
Canção do Dia: «Ao Longe O Mar» Madredeus
Estação do metro de Vila do Conde. Espero como qualquer um dos mais banais dias.
Uma idosa vagueia. Tem um camisola quente, um saco de papelão da Zara e o cabelo amarrotado atrás, como se tivesse estado a dormir.
A máquina tem um cartão na ranhura com duas viagens carregadas prontas a usar. Um casal que pretende usar a máquina, pergunta se o cartão esquecido pertence a alguém.
-É seu? Perguntam à velhinha.
-Deus a abençoe menina. Já me estava a esquecer... Olhe, ajude-me aqui por favor. Pedindo explicações sobre as linhas do metro.
Chega um senhor aflito.
-Desculpem, eu deixei aqui um cartão na máquina depois de carregar. Fui tomar um cafezinho porque ainda dava tempo. Não o viram? Tirei o troco mas esqueci-me do cartão.
-Olhe, esta senhora tem o seu cartão. Disse-nos à bocado que era dela.
-Mas ainda tenho aqui o recibo e tudo. A senhora tem o meu cartão?
-Sabe que eu fui ao hospital para ver a minha perna que tem uma inflamação muito grande.
-Olhe Senhora, ficou com o meu cartão?
-A minha perna... No hospital...
-Tem o meu cartão?
-No hospital... A perna... Inflamação...
Entrega o cartão ao respectivo dono com uma expressão apática, sussurrando algo incompreensível..
-A Senhora de onde é? - pergunta o casal.
-Sou de Matosinhos.
-E a sua família? Não veio até aqui com a família? - estranhando estar sozinha.
-Está toda no hospital. Vou lá agora vê-los.
-Mas a senhora veio ou vai para o hospital? A esta hora? Ainda deixam entrar visitas? Como vai para Matosinhos? Não vai ninguém consigo? - Achando-a cada vez mais desnorteada.
-Apanhava o 137, mas agora nem sei onde se apanha. É uma tristeza...
-E os seus filhos?
-Tão todos no hospital.
-Deve ter fugido duma instituição qualquer, está bem cuidada. - conferenciam os três.
-E agora como vou para Matosinhos? - pergunta novamente.
-Tem de esperar pelo metro que vai para aquele lado.
-Então vou indo.
Dirige-se a pé para a linha.
-Oh Senhora, não pode ir para a linha!!!
-E como faço, não trouxe dinheiro...
-Ligamos para a polícia? Alguém deve andar à procura dela.
Vira-se e dirige-se a duas outras senhoras que, no entretanto chegaram. Repete exactamente o mesmo discurso.
Andante
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Porto-Rio Ave
Diário de Bordo, Vila do Conde, 06 de Fevereiro de 2011
Canção do Dia: «O Primeiro Dia» Sérgio Godinho
Num domingo de Futebol Clube do Puorto - Rio Abe, fui ao Porto. No meio da barulheira dos adeptos de âmbos os clubes, dois rapazes falam da bebedeira e das "curtes" da noitada anterior. Uma rapariga de cabelo preto fala ao telemóvel. Vai esperar a mãe na estação de «Modivas Sul» para ir depois levar a irmã à Estação de Campanhã e acha que é do interesse público saber tal informação dado o volume da conversa.
Ajudando à confusão, um rapaz ouve Reggaeton.
Duas "madames", envergando os seus mais caros casacos de peles, falam da sua alta e boa vida, enterrando a conversa com os mais variados palavrões.
Andante
Canção do Dia: «O Primeiro Dia» Sérgio Godinho
Num domingo de Futebol Clube do Puorto - Rio Abe, fui ao Porto. No meio da barulheira dos adeptos de âmbos os clubes, dois rapazes falam da bebedeira e das "curtes" da noitada anterior. Uma rapariga de cabelo preto fala ao telemóvel. Vai esperar a mãe na estação de «Modivas Sul» para ir depois levar a irmã à Estação de Campanhã e acha que é do interesse público saber tal informação dado o volume da conversa.
Ajudando à confusão, um rapaz ouve Reggaeton.
Duas "madames", envergando os seus mais caros casacos de peles, falam da sua alta e boa vida, enterrando a conversa com os mais variados palavrões.
Andante
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Gunas
Diário de Bordo, Vila do Conde, 02 de Fevereiro de 2011
Canção do Dia: «Escrevo pela Liberdade» Dealema
O Futebol Clube do Porto perdeu para o Benfica. Há uma serenidade triste no ar. O que há um par de horas atrás era adrenalina, deu lugar agora a uma acalmia inerte. Defraudados, os adeptos sentam-se sossegadamente.
Algures perto do meio da viagem, um grupo de gunas entra. Falando muito mal e brejeiro, trazem umas colunas que gritam hip-hop tuga de má qualidade. Fumam ganza dentro do metro. Queimam o sofá do banco, e ninguém lhes diz nada.
Andante
Canção do Dia: «Escrevo pela Liberdade» Dealema
O Futebol Clube do Porto perdeu para o Benfica. Há uma serenidade triste no ar. O que há um par de horas atrás era adrenalina, deu lugar agora a uma acalmia inerte. Defraudados, os adeptos sentam-se sossegadamente.
Algures perto do meio da viagem, um grupo de gunas entra. Falando muito mal e brejeiro, trazem umas colunas que gritam hip-hop tuga de má qualidade. Fumam ganza dentro do metro. Queimam o sofá do banco, e ninguém lhes diz nada.
Andante
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Chocolate Quente
Diário de Bordo, Vila do Conde, 31 de Janeiro de 2011
Canção do Dia: «My Philosophy» Inner
Um frio de rachar...
De passagem pela «Trindade» a Vodafone está a oferecer Chocolate Quente. Guardo metade. A vida sabe bem melhor quando partilhada...
Andante
Canção do Dia: «My Philosophy» Inner
Um frio de rachar...
De passagem pela «Trindade» a Vodafone está a oferecer Chocolate Quente. Guardo metade. A vida sabe bem melhor quando partilhada...
Andante
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Conhecidos
Diário de Bordo, Vila do Conde, 24 de Janeiro de 2011
Canção do Dia: «Etelvina» Sérgio Godinho
Temperaturas Baixas. Entram duas senhoras "frescas" a esfregar as mãos.
-Parecemos duas moscas quando pousam a esfregar as paticas!
-Oh Linda, biste aquele assador tradicional naquela loja? Acho que bou comprar pra dar ao meu Tone.
-Qual era o preço?
-Trinta e cinco aérios. Num é caro, não?
-Para churrasqueira está bem.
-Tamém me parece um bom preço. O home pass'ó Inverno todo a sonhar que chegue o Berão para fazer churrascos.
-Lá que o teu home gosta de bifes, é berdade. Onde bais sair hoje?
-Tenho dir ao Corte Inglês.
-Bais cedo, carago!
-É berdade, não quero esperar. Às 10 horas já lá tou. Então Sr. Santos, já cá está'
-Tem que ser.
-Bai a Fânzeres, ber a netinha nova.
-É tan linda, a minha menina.
-Ai deve ser, deve. A manhe é bonita, o pai tamém. Deve ser um anjinho.
-Lá isso é!... Vou ali à Trindade, comprar os jornais, vou comprar um sandocha e só depois é que bou.
-Este tempo é que está uma balente merda, não é Sr. Santos?
-É berdade Linda. Olha, antes de onte, ca chuva, esqueci-me de balidar o passe. Bieram os picas e tibe multa, claro. Tufa! Binte aérios! Fui logo à Trindade pagar, que num gosto de deber nada a ninguém. Hoje, recebi uma carta do metro a agradecer de ser bom cliente.
-Sim?! E a carta foi só por isso?
-Sim, só por isso. Por ser bom cliente e pagar logo.
-Ah...bom...
-Quer dizer, gastam um selo a agradecer terem-te chulado binte aérios. Tá muito bem.
Andante
Canção do Dia: «Etelvina» Sérgio Godinho
Temperaturas Baixas. Entram duas senhoras "frescas" a esfregar as mãos.
-Parecemos duas moscas quando pousam a esfregar as paticas!
-Oh Linda, biste aquele assador tradicional naquela loja? Acho que bou comprar pra dar ao meu Tone.
-Qual era o preço?
-Trinta e cinco aérios. Num é caro, não?
-Para churrasqueira está bem.
-Tamém me parece um bom preço. O home pass'ó Inverno todo a sonhar que chegue o Berão para fazer churrascos.
-Lá que o teu home gosta de bifes, é berdade. Onde bais sair hoje?
-Tenho dir ao Corte Inglês.
-Bais cedo, carago!
-É berdade, não quero esperar. Às 10 horas já lá tou. Então Sr. Santos, já cá está'
-Tem que ser.
-Bai a Fânzeres, ber a netinha nova.
-É tan linda, a minha menina.
-Ai deve ser, deve. A manhe é bonita, o pai tamém. Deve ser um anjinho.
-Lá isso é!... Vou ali à Trindade, comprar os jornais, vou comprar um sandocha e só depois é que bou.
-Este tempo é que está uma balente merda, não é Sr. Santos?
-É berdade Linda. Olha, antes de onte, ca chuva, esqueci-me de balidar o passe. Bieram os picas e tibe multa, claro. Tufa! Binte aérios! Fui logo à Trindade pagar, que num gosto de deber nada a ninguém. Hoje, recebi uma carta do metro a agradecer de ser bom cliente.
-Sim?! E a carta foi só por isso?
-Sim, só por isso. Por ser bom cliente e pagar logo.
-Ah...bom...
-Quer dizer, gastam um selo a agradecer terem-te chulado binte aérios. Tá muito bem.
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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Elevador
Diário de Bordo, Vila do Conde, 14 de Dezembro de 2010
Canção do Dia: «Lemonade» CocoRosie
O elevador estava à espera pelo que entrei.
Um elevador de 8 pessoas e 630 kilos levava metade da sua carga. Como elevador de metro, o seu funcionamento é rápido, demorando as portas pouco tempo a fechar.
-Deixe-me entrar! Deixe-me entrar! - diz uma senhora de idade.
O viajante mais idoso e também mais próximo da porta carrega no botão de abertura da porta.
-Oh meu Deus! Então não é que não esperavam por mim?! É o país que temos! Ninguém é educado!
-Oh minha senhora, então eu não lhe abri a porta?!
-Abriu, meu senhor, mas nem olhou para trás, antes de fechá-la, para ver se estava alguém a entrar!
-Não olhei?!
-Não, não olhou! Eu bem que corri, mas o senhor fechou a porta!
-Oh minha senhora!... A porta fechou-se sozinha!...
-Pois fecha... Pois fecha.... Mas o senhor não olhou para trás para ver se estava alguém! Se estivéssemos na França ou na Alemanha já não era nada disto!
-Oh minha senhora!...
-Ainda dá para entrar? - pergunta um novo casal de idosos.
-Se estivéssemos na França ou na Alemanha...
-Acho que isto está muito pesado, não vai andar! Nós saímos e apanhamos o próximo, quando subir novamente.
-Na França!...
-Ai, meu Deus...
-E na Alemanha!...
-(Deus a ature!)
-Na França e na Alemanha as pessoas é que são educadas, não é nada disto! Mal educados, onde é que já se viu!
-Eu digo-lhe a França e a Alemanha!... Rais' parta' a mulher!
Andante
Canção do Dia: «Lemonade» CocoRosie
O elevador estava à espera pelo que entrei.
Um elevador de 8 pessoas e 630 kilos levava metade da sua carga. Como elevador de metro, o seu funcionamento é rápido, demorando as portas pouco tempo a fechar.
-Deixe-me entrar! Deixe-me entrar! - diz uma senhora de idade.
O viajante mais idoso e também mais próximo da porta carrega no botão de abertura da porta.
-Oh meu Deus! Então não é que não esperavam por mim?! É o país que temos! Ninguém é educado!
-Oh minha senhora, então eu não lhe abri a porta?!
-Abriu, meu senhor, mas nem olhou para trás, antes de fechá-la, para ver se estava alguém a entrar!
-Não olhei?!
-Não, não olhou! Eu bem que corri, mas o senhor fechou a porta!
-Oh minha senhora!... A porta fechou-se sozinha!...
-Pois fecha... Pois fecha.... Mas o senhor não olhou para trás para ver se estava alguém! Se estivéssemos na França ou na Alemanha já não era nada disto!
-Oh minha senhora!...
-Ainda dá para entrar? - pergunta um novo casal de idosos.
-Se estivéssemos na França ou na Alemanha...
-Acho que isto está muito pesado, não vai andar! Nós saímos e apanhamos o próximo, quando subir novamente.
-Na França!...
-Ai, meu Deus...
-E na Alemanha!...
-(Deus a ature!)
-Na França e na Alemanha as pessoas é que são educadas, não é nada disto! Mal educados, onde é que já se viu!
-Eu digo-lhe a França e a Alemanha!... Rais' parta' a mulher!
Andante
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Aurora
Diário de Bordo, Vila do Conde, 09 de Dezembro de 2010
Canção do Dia: «The Trapeze Swinger» Iron & Wine
Acordo à habitual hora de sempre.
Bom sair de casa e não estar escuro como breu.
Andante
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Frio
Diário de Bordo, Vila do Conde, 26 de Novembro de 2010
Canção do Dia: «Amuo» Clã
Está mesmo muito frio. Uma camisola, umas calças, meias até ao joelho, umas botifarras, três casacos, luvas e um cachecol muito muito grande não são suficientes para me sentir confortável... Para além de parecer um desenho animado, mal me consigo mexer dos quilos de roupa que carrego comigo.
Na espera pelo metro, desenho no ar o nevoeiro do respirar. O metro chega. Sento-me. O calor é insuportável porque o ar condicionado não está, como de costume, devidamente regulado.
Andante
Canção do Dia: «Amuo» Clã
Está mesmo muito frio. Uma camisola, umas calças, meias até ao joelho, umas botifarras, três casacos, luvas e um cachecol muito muito grande não são suficientes para me sentir confortável... Para além de parecer um desenho animado, mal me consigo mexer dos quilos de roupa que carrego comigo.
Na espera pelo metro, desenho no ar o nevoeiro do respirar. O metro chega. Sento-me. O calor é insuportável porque o ar condicionado não está, como de costume, devidamente regulado.
Andante
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Greve Geral
Diário de Bordo, Vila do Conde, 24 de Novembro de 2010
Canção do Dia: «Tira a Teima» Clã
Estava programada greve geral. As aulas iniciavam às 8h. Como não havia metros, aproveitei a boleia de um amigo.
Levantei-me super cedo. Demasiado cedo! O despertador tocou às 05:45h da matina!
Estranhamente, não há trânsito. Chego então à faculdade por volta das 07:10, com uma hora de espera pela frente e uma grande, grande dor de cabeça!...
Andante
Canção do Dia: «Tira a Teima» Clã
Estava programada greve geral. As aulas iniciavam às 8h. Como não havia metros, aproveitei a boleia de um amigo.
Levantei-me super cedo. Demasiado cedo! O despertador tocou às 05:45h da matina!
Estranhamente, não há trânsito. Chego então à faculdade por volta das 07:10, com uma hora de espera pela frente e uma grande, grande dor de cabeça!...
Andante
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Rythm and Poetry
Diário de Bordo, Vila do Conde, 16 de Novembro de 2010
Canção do Dia: «Emma Kalisz» Mu
A caminho do Polo Universitário...
-Oh "Mor", tenta lá!...
-Não tento nada!
-Tenta!...
-Não tento, não! Eu não tenho jeito nenhum pra' isso!... Tu é que tens!
-Tu consegues. A sério que consegues! Tenta lá mandar uma rima "Dama"...
-Oh!
-Anda lá, eu ajudo. Começas "tipo" Oh Vanessa/não entres nessa/porque se não entrares/nunca hás-de "rimares"...
Andante
Canção do Dia: «Emma Kalisz» Mu
A caminho do Polo Universitário...
-Oh "Mor", tenta lá!...
-Não tento nada!
-Tenta!...
-Não tento, não! Eu não tenho jeito nenhum pra' isso!... Tu é que tens!
-Tu consegues. A sério que consegues! Tenta lá mandar uma rima "Dama"...
-Oh!
-Anda lá, eu ajudo. Começas "tipo" Oh Vanessa/não entres nessa/porque se não entrares/nunca hás-de "rimares"...
Andante
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Namíbia
Diário de Bordo, Vila do Conde, 26 de Outubro de 2010
Canção do Dia: «Just Can't Get Enought» Nouvelle Vague
-O Edgar já te mostrou as fotos de Namíbia?-diz uma senhora para fazer conversa.
-Não, ainda não.
-E vocês já viram quanto custa a passagem para a Namíbia?
-Não.
-Nunca?! Nem por curiosidade?! Às vezes tem promoções e descontos!
-Não, nunca vi. Nunca foi um país ao qual quisesse ir!...
-Ah sério?!... O Edgar faz tudo lá! Saltos de parapente, aulas de tango argentino... Muitas coisas mesmo! É tudo muito barato na Namíbia!...
Andante
Canção do Dia: «Just Can't Get Enought» Nouvelle Vague
-O Edgar já te mostrou as fotos de Namíbia?-diz uma senhora para fazer conversa.
-Não, ainda não.
-E vocês já viram quanto custa a passagem para a Namíbia?
-Não.
-Nunca?! Nem por curiosidade?! Às vezes tem promoções e descontos!
-Não, nunca vi. Nunca foi um país ao qual quisesse ir!...
-Ah sério?!... O Edgar faz tudo lá! Saltos de parapente, aulas de tango argentino... Muitas coisas mesmo! É tudo muito barato na Namíbia!...
Andante
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Festança
Diário de Bordo, Vila do Conde, 19 de Outubro de 2010
Canção do Dia: «Ring of Fire» Johnny Cash
Fala-se das novas Scuts...
Ruidosamente, oito rapazolas falam da anterior noite de festança. Discursam sobre as conquistas e das bebedeiras com Whisky. Tratam-se indivíduos e garotas pelos seus números de praxe...
Andante
Canção do Dia: «Ring of Fire» Johnny Cash
Fala-se das novas Scuts...
Ruidosamente, oito rapazolas falam da anterior noite de festança. Discursam sobre as conquistas e das bebedeiras com Whisky. Tratam-se indivíduos e garotas pelos seus números de praxe...
Andante
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Chamadas à "pala"
Diário de Bordo, Vila do Conde, 29 de Setembro de 2010
Canção do Dia: «Samantra» Norberto Lobo
Tenho uma molesquine que anda comigo para todo o lado. Já percorreu metade do país tendo mesmo visitado terras internacionais.
Estava a pôr as ideias em ordem e a recapitular o que tinha para fazer. Uma menina pediu para se sentar ao meu lado. Pousei a pasta no colo e continuei a escrever. Ela aproveitou o vidro do metro com o escuro da noite para se pentear. Depois disso, ligou o mp3 e sentada de pescoço bem esticadinho serpenteava os ombros ao som da música. De quando em quando ia olhando para o que eu escrevinhava.
Um pouco mais à frente, uma rapariga conversa ao telemóvel super alto. Fala de cusquices e de namorados. De mentiras e de esquemas maquiavélicos. A seu lado, um senhor revira os olhos continuamente, incomodado por não conseguir prestar atenção ao seu difícil livro.
Andante
Canção do Dia: «Samantra» Norberto Lobo
Tenho uma molesquine que anda comigo para todo o lado. Já percorreu metade do país tendo mesmo visitado terras internacionais.
Estava a pôr as ideias em ordem e a recapitular o que tinha para fazer. Uma menina pediu para se sentar ao meu lado. Pousei a pasta no colo e continuei a escrever. Ela aproveitou o vidro do metro com o escuro da noite para se pentear. Depois disso, ligou o mp3 e sentada de pescoço bem esticadinho serpenteava os ombros ao som da música. De quando em quando ia olhando para o que eu escrevinhava.
Um pouco mais à frente, uma rapariga conversa ao telemóvel super alto. Fala de cusquices e de namorados. De mentiras e de esquemas maquiavélicos. A seu lado, um senhor revira os olhos continuamente, incomodado por não conseguir prestar atenção ao seu difícil livro.
Andante
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segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Pão com Manteiga
Diário de Bordo, Vila do Conde, 27 de Setembro de 2010
Canção do Dia: «Sunday Morning» Marron5
A «Mimosa» estava a oferecer pão com manteiga na «Trindade».
-Toma minha menina...
-Ai a pequeninha!...
-Coitadinha, tão esfomeadinha!...
(Ao que ela responde com um olhar reguila)
-Pão pão pão...Com manteiga é que é bom!...
Andante
Canção do Dia: «Sunday Morning» Marron5
A «Mimosa» estava a oferecer pão com manteiga na «Trindade».
-Toma minha menina...
-Ai a pequeninha!...
-Coitadinha, tão esfomeadinha!...
(Ao que ela responde com um olhar reguila)
-Pão pão pão...Com manteiga é que é bom!...
Andante
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
domingo, 5 de setembro de 2010
Farrusco
Diário de Bordo, Vila do Conde, 05 de Setembro de 2010
Canção do Dia: «Monotone» A Naifa
Estive horas para actualizar o passe na Trindade...
Entrou a pedir tabaco...
-Nem de "enrola"?
-Não, amigo. Desculpa...
-Sem problema... Se tivesses comprava-te a vulso.
-Não tenho mesmo. Vou comprar quando sair.
-Ok, amigo. Sem problema... Sem problema...
Sentou-se com os pés em cima do banco. Um senhor carregado de compras examina-o com desdém. Vestia de cinzento. Tinha cabelo ralo e um ar farrusco. O casaco sujo que usava até esconder os dedos revelava de quando em quando uma caveira tatuada artesanalmente.
Andante
Canção do Dia: «Monotone» A Naifa
Estive horas para actualizar o passe na Trindade...
Entrou a pedir tabaco...
-Nem de "enrola"?
-Não, amigo. Desculpa...
-Sem problema... Se tivesses comprava-te a vulso.
-Não tenho mesmo. Vou comprar quando sair.
-Ok, amigo. Sem problema... Sem problema...
Sentou-se com os pés em cima do banco. Um senhor carregado de compras examina-o com desdém. Vestia de cinzento. Tinha cabelo ralo e um ar farrusco. O casaco sujo que usava até esconder os dedos revelava de quando em quando uma caveira tatuada artesanalmente.
Andante
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quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Núvens
Diário de Bordo, Vila do Conde, 01 de Outubro de 2010
Canção do Dia: «A Case of You» James Blake
As núvens estão incrivelmente bonitas hoje.
Andante
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Compras
Diário de Bordo, Vila do Conde, 23 de Agosto de 2010
Canção do Dia: «O Assobio» Dead Combo
O barulho de um grupo de jovens espanhóis a conversar bem alto na ida contrastou com a vinda em silêncio e o nevoeiro de duas irmãs estafadas das compras.
Andante
Canção do Dia: «O Assobio» Dead Combo
O barulho de um grupo de jovens espanhóis a conversar bem alto na ida contrastou com a vinda em silêncio e o nevoeiro de duas irmãs estafadas das compras.
Andante
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Professores
Diário de Bordo, Vila do Conde, 19 de Agosto de 2010
Canção do Dia: «Sprout and the Bean» Joanna Newson
(Eram três. Começaram a viagem com o acordo ortográfico.)
-Tinha a fórmula do carbonato de cálcio no quadro. Entra-me um miúdo atrasado e senta-se. Meio às avessas por ter chegado tarde pergunta-me.
-Oh professora, o que é o caco três? (CaCO3)
(Risos.)
-Na mesma aula, estávamos a dar acerto de equações físico-químicas e peço a um outro aluno para ir resolver uma ao quadro. Luís, acerte as equações!… Ao que ele me responde:
-Oh professora, não sei se acertei, ainda não as corrigiu!
(Sorrisos.)
-Olha, criticam-me por tratar os alunos da faculdade por tu.
-Na minha faculdade, nunca tratei os aluno de tal forma!
…
-Eu tenho facilidade nisso, em alemão é difícil a diferenciação por isso vai tudo corrido ao mesmo! Não há cá diferenciação! Só pelo trabalho que dá!...
-Achas que devo tratá-los por você?
-Claro!
-Tem de ser uma maneira confortável para ti. Não pode ser forçado, se não estás-te sempre a enganar e perdes credibilidade!
-Oh pah, depende da proximidade. Um semestre não é suficiente.
-Eu habituei-me tanto a tratar por você e agora não me custa nada.
-Mesmo colegas não trato por tu. Chamo pelo nome. Excepto o meu chefe, que trato por engenheiro e os professores catedráticos que trato por Professor e pelo último nome!
-E como é que gostas que te tratem a ti?
-Por "Doutor", já que tenho o doutoramento. Tem de ser, saem cada vez mais formados, se tratarmos todos por igual deixa de haver diferenciação de graus de ensino. Por "tu", sou igual a todos os médicos licenciados do hospital! Sou especialista há sete, oito anos; cada vez mais longe dos "acabadinhos de formar"! Eles ainda agora começaram no hospital!
-Olha, isto está um frio aqui dentro! Parece mesmo um frigorífico! Oh António, saca lá de uma mantinha!
-Isso é que era, uma mantinha do IKEA agora ia mesmo a calhar!
Andante
Canção do Dia: «Sprout and the Bean» Joanna Newson
(Eram três. Começaram a viagem com o acordo ortográfico.)
-Tinha a fórmula do carbonato de cálcio no quadro. Entra-me um miúdo atrasado e senta-se. Meio às avessas por ter chegado tarde pergunta-me.
-Oh professora, o que é o caco três? (CaCO3)
(Risos.)
-Na mesma aula, estávamos a dar acerto de equações físico-químicas e peço a um outro aluno para ir resolver uma ao quadro. Luís, acerte as equações!… Ao que ele me responde:
-Oh professora, não sei se acertei, ainda não as corrigiu!
(Sorrisos.)
-Olha, criticam-me por tratar os alunos da faculdade por tu.
-Na minha faculdade, nunca tratei os aluno de tal forma!
…
-Eu tenho facilidade nisso, em alemão é difícil a diferenciação por isso vai tudo corrido ao mesmo! Não há cá diferenciação! Só pelo trabalho que dá!...
-Achas que devo tratá-los por você?
-Claro!
-Tem de ser uma maneira confortável para ti. Não pode ser forçado, se não estás-te sempre a enganar e perdes credibilidade!
-Oh pah, depende da proximidade. Um semestre não é suficiente.
-Eu habituei-me tanto a tratar por você e agora não me custa nada.
-Mesmo colegas não trato por tu. Chamo pelo nome. Excepto o meu chefe, que trato por engenheiro e os professores catedráticos que trato por Professor e pelo último nome!
-E como é que gostas que te tratem a ti?
-Por "Doutor", já que tenho o doutoramento. Tem de ser, saem cada vez mais formados, se tratarmos todos por igual deixa de haver diferenciação de graus de ensino. Por "tu", sou igual a todos os médicos licenciados do hospital! Sou especialista há sete, oito anos; cada vez mais longe dos "acabadinhos de formar"! Eles ainda agora começaram no hospital!
-Olha, isto está um frio aqui dentro! Parece mesmo um frigorífico! Oh António, saca lá de uma mantinha!
-Isso é que era, uma mantinha do IKEA agora ia mesmo a calhar!
Andante
Namorados
Diário de Bordo, Vila do Conde, 19 de Agosto de 2010
Canção do Dia: «Hitten» Those Dancing Days
O cabelo dela igual à camisola laranja dele. Era completamente ruiva, pele super branca e tinha três quilos de sardas a salpicar-lhe a cara. Entre braços e amassos demonstravam freneticamente o seu amor. Ruidosos beijos, abraços apertados. Só faltou mesmo começarem a despir-se…
Andante
Canção do Dia: «Hitten» Those Dancing Days
O cabelo dela igual à camisola laranja dele. Era completamente ruiva, pele super branca e tinha três quilos de sardas a salpicar-lhe a cara. Entre braços e amassos demonstravam freneticamente o seu amor. Ruidosos beijos, abraços apertados. Só faltou mesmo começarem a despir-se…
Andante
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Porrada
Diário de Bordo, Vila do Conde, 18 de Agosto de 2010.
Música do Dia: «Um Amor Infinito» Madredeus
-Então estás a olhar?!
-Estou!
-Vê lá se páras ou levas na boca!
…
Entretanto lá se pegaram à porrada, actuando violentamente de cinto em riste. Desbravaram chicotadas interrompidas por um senhor de 1,90 m que os pára com um olhar de mau.
Andante
Música do Dia: «Um Amor Infinito» Madredeus
-Então estás a olhar?!
-Estou!
-Vê lá se páras ou levas na boca!
…
Entretanto lá se pegaram à porrada, actuando violentamente de cinto em riste. Desbravaram chicotadas interrompidas por um senhor de 1,90 m que os pára com um olhar de mau.
Andante
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Gitana
Diário de Bordo, Vila do Conde, 17 de Agosto de 2010.
Canção do Dia: «War» Son Lux
Distraída a pensar nas férias olho a paisagem sem a ver. Vai passando, e passando. Até que uns olhos grandes azuis, de uma reguila menina cabelo asa de corvo me provocam.
Prendem-me a atenção. É linda. É mesmo linda.
Uma música cigana ecoa na carruagem proveniente de um telemóvel.
A mãe chama-a. Dançando como lhe está no sangue, atira-me um sorriso de orgulho.
Canção do Dia: «War» Son Lux
Distraída a pensar nas férias olho a paisagem sem a ver. Vai passando, e passando. Até que uns olhos grandes azuis, de uma reguila menina cabelo asa de corvo me provocam.
Prendem-me a atenção. É linda. É mesmo linda.
Uma música cigana ecoa na carruagem proveniente de um telemóvel.
A mãe chama-a. Dançando como lhe está no sangue, atira-me um sorriso de orgulho.
Andante
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Reencontros
Diário de Bordo, Vila do Conde, 19 de Maio de 2010
Canção do Dia: «Magia Imaginação» Júlio Pereira e Maria João
Entro na «Trindade» com destino a Vila do Conde. Curiosamente uso o mesmo lenço do dia anterior. Desafiando as probabilidades e o acaso, duas estações depois encontro a família do lenço. Mãe, Pai e Filha que acabam por encontrar a Sara, uma amiga de escola e respectiva mãe.
-Olá, como está?
Aceno de cabeça.
-Olá! Estás boa?
Puxo do pc para estudar para o teste de virologia de amanhã. Entretanto a menina delicia-se a comer bolachas.
-Pai, posso comer mais?
-Já viste como estás a ficar gorduchinha? Diz a mãe.
-Oh mãe, não tou nada. Dá-me lá mais um pacote de bolachas!
-Nem penses, se não depois não comes nada ao jantar!
-Como como, mãe... Eu como sempre tudo!
-Pois comes! O problema é esse!
-Eu dou uma à Sara!... Não!... Dou duas!!!
-Então tá bem...
-Oh mãe, posso brincar depois do jantar?
-Não pode ser!
-Anda lá mãe!....
-Não!
-Sim!
-Não!
-Sim!
-Não!
-Anda láááááááá... O pai vai para a associação e eu vou com ele...
-Não. Não podes ir!
-Oh mãe!!!...
-Naõ pode ser! Se não acontece como ontem! Deitas-te muito tarde e chegas tarde à escola!
-Não pode ser! Os meninos têm de tar todos a dormir às nove e meia na caminha! - diz a mãe da Sara.
-Pois, hoje eram 8.45h e ela ainda estava na cama!!!
-Isso não pode ser...
-Oh mãe da Sara, a Sara ainda dorme contigo?
-Não, a Sara dorme na caminha dela desde que tinha um ano!!!
-Um ano?!
-Sim, um ano. Porquê? Tu não dormes sozinha?
-Não, não durmo. - Envergonhada.
-Ela não dorme sozinha, tem medo que a venham roubar à noite! Não é? Quando é que vais dormir sozinha?
Silêncio.
-Ai é?! À noite não há pessoas que roubam, estão todas a dormir!
-Então...diz-me lá quando é que vais dormir sozinha? Ontem disseste que era amanhã!
-Não. Disse depois de amanhã! Sorrindo reguilamente.
-Oh mãe, e posso ver televisão?
-Não, hoje vai ser jantar, xixi e cama.
-Agora nunca me deixas ver o «Canal Panda»!...
Andante
Canção do Dia: «Magia Imaginação» Júlio Pereira e Maria João
Entro na «Trindade» com destino a Vila do Conde. Curiosamente uso o mesmo lenço do dia anterior. Desafiando as probabilidades e o acaso, duas estações depois encontro a família do lenço. Mãe, Pai e Filha que acabam por encontrar a Sara, uma amiga de escola e respectiva mãe.
-Olá, como está?
Aceno de cabeça.
-Olá! Estás boa?
Puxo do pc para estudar para o teste de virologia de amanhã. Entretanto a menina delicia-se a comer bolachas.
-Pai, posso comer mais?
-Já viste como estás a ficar gorduchinha? Diz a mãe.
-Oh mãe, não tou nada. Dá-me lá mais um pacote de bolachas!
-Nem penses, se não depois não comes nada ao jantar!
-Como como, mãe... Eu como sempre tudo!
-Pois comes! O problema é esse!
-Eu dou uma à Sara!... Não!... Dou duas!!!
-Então tá bem...
-Oh mãe, posso brincar depois do jantar?
-Não pode ser!
-Anda lá mãe!....
-Não!
-Sim!
-Não!
-Sim!
-Não!
-Anda láááááááá... O pai vai para a associação e eu vou com ele...
-Não. Não podes ir!
-Oh mãe!!!...
-Naõ pode ser! Se não acontece como ontem! Deitas-te muito tarde e chegas tarde à escola!
-Não pode ser! Os meninos têm de tar todos a dormir às nove e meia na caminha! - diz a mãe da Sara.
-Pois, hoje eram 8.45h e ela ainda estava na cama!!!
-Isso não pode ser...
-Oh mãe da Sara, a Sara ainda dorme contigo?
-Não, a Sara dorme na caminha dela desde que tinha um ano!!!
-Um ano?!
-Sim, um ano. Porquê? Tu não dormes sozinha?
-Não, não durmo. - Envergonhada.
-Ela não dorme sozinha, tem medo que a venham roubar à noite! Não é? Quando é que vais dormir sozinha?
Silêncio.
-Ai é?! À noite não há pessoas que roubam, estão todas a dormir!
-Então...diz-me lá quando é que vais dormir sozinha? Ontem disseste que era amanhã!
-Não. Disse depois de amanhã! Sorrindo reguilamente.
-Oh mãe, e posso ver televisão?
-Não, hoje vai ser jantar, xixi e cama.
-Agora nunca me deixas ver o «Canal Panda»!...
Andante
terça-feira, 18 de maio de 2010
Lenço Minhoto
Diário de Bordo, Vila do Conde, 18 de Maio de 2010
Música do Dia: «Closer to the Edge»30 seconds to from Mars
Manhã, os «30 seconds from Mars» tocam no mp3 para evitar que adormeça enroscada num lenço minhoto.
-Oh pai, ela tem um lenço de peixeira!
O pai acena.
-Já viste pai! Ela tem um lenço de peixeira!
O pai sorri.
Sentada à minha frente, toca-me na perna.
-Olá! Tu tens um lenço de peixeira!
-Tenho.
-E és peixeira?
-Não.
-E estudas?
-Sim. Quero ser farmacêutica.
-Farmacêutica?! O que é isso?
-São as pessoas que trabalham nas farmácia.
-Ah, tá bem. Então tu queres ser farmácia...então não és peixeira?
-Não.
-Pois, porque tu usas esse lenço ao pescoço e as peixeiras usam na cabeça!
-Gostas do meu lenço?
-Gosto. É bonito. E só tens esse ou tens mais?
-Só tenho este.
-Ah...É que há em muitas cores sabes?
-Hum hum...
-Pois, a minha mãe tem nas cores todas, mas já não usa porque não está a trabalhar.
-Xau xau, eu saio aqui.
-Xau, gostei de te conhecer. Até amanhã!
Andante
Música do Dia: «Closer to the Edge»30 seconds to from Mars
Manhã, os «30 seconds from Mars» tocam no mp3 para evitar que adormeça enroscada num lenço minhoto.
-Oh pai, ela tem um lenço de peixeira!
O pai acena.
-Já viste pai! Ela tem um lenço de peixeira!
O pai sorri.
Sentada à minha frente, toca-me na perna.
-Olá! Tu tens um lenço de peixeira!
-Tenho.
-E és peixeira?
-Não.
-E estudas?
-Sim. Quero ser farmacêutica.
-Farmacêutica?! O que é isso?
-São as pessoas que trabalham nas farmácia.
-Ah, tá bem. Então tu queres ser farmácia...então não és peixeira?
-Não.
-Pois, porque tu usas esse lenço ao pescoço e as peixeiras usam na cabeça!
-Gostas do meu lenço?
-Gosto. É bonito. E só tens esse ou tens mais?
-Só tenho este.
-Ah...É que há em muitas cores sabes?
-Hum hum...
-Pois, a minha mãe tem nas cores todas, mas já não usa porque não está a trabalhar.
-Xau xau, eu saio aqui.
-Xau, gostei de te conhecer. Até amanhã!
Andante
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Sono e Ressono
Diário de Bordo, Vila do Conde, 14 de Maio de 2010
Canção do Dia: «A quantas ando» Aduf
Entro no metro num dos dias em que as aulas terminam bem tarde. Cansada do dia já longo, os imaginários incríveis de Philippe Decouflé dançam comigo na viagem.
Entra um casal cheiinho que se senta à minha frente. A senhora faz palavras cruzadas.
O marido desvia-le a atenção ressonando ruidosamente. A senhora incomoda-se e dá-lhe cotoveladas.
-É impossível fazer cruzadas contigo assim, homem!
Passados dois minutos os roncos voltam.
Ela ri, ele acorda e ri-se também.
-Desculpa, estes balanços marítimos dão-me sono.
Andante
Canção do Dia: «A quantas ando» Aduf
Entro no metro num dos dias em que as aulas terminam bem tarde. Cansada do dia já longo, os imaginários incríveis de Philippe Decouflé dançam comigo na viagem.
Entra um casal cheiinho que se senta à minha frente. A senhora faz palavras cruzadas.
O marido desvia-le a atenção ressonando ruidosamente. A senhora incomoda-se e dá-lhe cotoveladas.
-É impossível fazer cruzadas contigo assim, homem!
Passados dois minutos os roncos voltam.
Ela ri, ele acorda e ri-se também.
-Desculpa, estes balanços marítimos dão-me sono.
Andante
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Tosse
Diário de Bordo, Vila do Conde, 04 de Janeiro de 2010
Canção do Dia: «I Miss You» Bjork
Há tosse cavernosa, tosse seca e tosse molhada. Tosse de cão, de elefante e até gatinhos. Tosse alérgica e do pó. Do ar condicionado. Da que vem aqui de trás, da funda e da curta. Tosse grande e tosse pequenina. Tosse com humidade. Tosse que não sai. Tosse de reflexo e de refluxo. Tosse de farfalheira, pieira e estridor. Tosse rouca, grave e com gravidade. Tosse aspirativa e aflita. Tosse de engasgo. Tosse crónica e persistente. Aguda e subaguda. Produtiva ou não. Tosse educativa ou apenas um aclarar de garganta, a mais ouvida nestes dias.
Para qualquer delas, peça ajuda ao seu médico ou farmacêutico.
Andante
Canção do Dia: «I Miss You» Bjork
Há tosse cavernosa, tosse seca e tosse molhada. Tosse de cão, de elefante e até gatinhos. Tosse alérgica e do pó. Do ar condicionado. Da que vem aqui de trás, da funda e da curta. Tosse grande e tosse pequenina. Tosse com humidade. Tosse que não sai. Tosse de reflexo e de refluxo. Tosse de farfalheira, pieira e estridor. Tosse rouca, grave e com gravidade. Tosse aspirativa e aflita. Tosse de engasgo. Tosse crónica e persistente. Aguda e subaguda. Produtiva ou não. Tosse educativa ou apenas um aclarar de garganta, a mais ouvida nestes dias.
Para qualquer delas, peça ajuda ao seu médico ou farmacêutico.
Andante
domingo, 3 de janeiro de 2010
Brasileira
Diário de Bordo, Vila do Conde, 03 de Janeiro de 2010
Canção do Dia: «Casa de Campo» Elis Regina
Honrava seu berço. Morena, alta, curvilínia. Possuia as ondas tão características de seu povo. Vestida de forma a chamar ainda mais a atenção, falava alto. Homem algum lhe resistiria.
Alta, volumptuosa, dengosa. O amarelo flutuava sobre a sua pele dourada, e as unhas, escuras de azul, faziam dela uma ave tropical. O cabelo selvagem, loiro, despenteado, apresentava-se domado e amordaçado num altivo rabo-de-cavalo.
-Brasileirada topo de gama, hein! - Comentavam dois senhores embevecidos.
Andante
Canção do Dia: «Casa de Campo» Elis Regina
Honrava seu berço. Morena, alta, curvilínia. Possuia as ondas tão características de seu povo. Vestida de forma a chamar ainda mais a atenção, falava alto. Homem algum lhe resistiria.
Alta, volumptuosa, dengosa. O amarelo flutuava sobre a sua pele dourada, e as unhas, escuras de azul, faziam dela uma ave tropical. O cabelo selvagem, loiro, despenteado, apresentava-se domado e amordaçado num altivo rabo-de-cavalo.
-Brasileirada topo de gama, hein! - Comentavam dois senhores embevecidos.
Andante
terça-feira, 21 de julho de 2009
Cinzento
Diário de Bordo, Vila do Conde, 21 de Julho de 2009
Canção do Dia: «Help» The Beatles
Era um daqueles dias cinzentos. Cinzentos de tempo e cinzentos de cabeça. Com mau tempo dentro e fora de casa. Não apetece fazer mesmo nada! Ficamos pachorrentos, remelados. Entre o sofá e a internet fica por fazer a meia dúzia de coisas em falta. A preguiça prevalece.
A mana desafiou-me...
Nada melhor no pensamento e no apetite...
Fomos ao cinema.
Depois de uma simpática boleia da mommy até ao metro, seguimos viagem até ao Norteshoping onde o Harry Potter nos aguardava.
Terminado o filme a viagem de regresso esperáva-nos.
Enquanto nos descolávamos das pipocas da roupa íamos dando o habitual gozo uma à outra.
Até que...a minha irmã decide fazer greve de fala para me chatear.
E tive de vir os 20 minutos seguintes a tentar fazê-la falar. Nada. Vim o resto da viagem como que sozinha.
Enfim...
...que desespero.
Andante
Canção do Dia: «Help» The Beatles
Era um daqueles dias cinzentos. Cinzentos de tempo e cinzentos de cabeça. Com mau tempo dentro e fora de casa. Não apetece fazer mesmo nada! Ficamos pachorrentos, remelados. Entre o sofá e a internet fica por fazer a meia dúzia de coisas em falta. A preguiça prevalece.
A mana desafiou-me...
Nada melhor no pensamento e no apetite...
Fomos ao cinema.
Depois de uma simpática boleia da mommy até ao metro, seguimos viagem até ao Norteshoping onde o Harry Potter nos aguardava.
Terminado o filme a viagem de regresso esperáva-nos.
Enquanto nos descolávamos das pipocas da roupa íamos dando o habitual gozo uma à outra.
Até que...a minha irmã decide fazer greve de fala para me chatear.
E tive de vir os 20 minutos seguintes a tentar fazê-la falar. Nada. Vim o resto da viagem como que sozinha.
Enfim...
...que desespero.
Andante
sábado, 18 de julho de 2009
Aquática
Diário de Bordo, Vila do Conde, 18 de Julho de 2009
Canção do Dia: «Zé do Caroço» Seu Jorge
"[...] Aos seus pés estava uma poça de água calma e límpida. No seu interior a vida agitava-se num outro mundo de cores e formas.
Quando era criança, a avó costumava passear por aquela praia com ela - ou com ela e Andrew. Haviam estudado as poças de água, mas não como numa aula. Não, haviam-se agachado e observado as poças apenas pelo prazer de o fazer. Haviam rido quando o que parecia tratar-se de uma rocha lhe esguichava incomodada.
Pequenos mundos, chamara-lhes a avó. Cheios de paixão, sexo, violência e política - e frequentemente mais sensíveis do que a vida que existe na parte seca do planeta. [...]"
(em «A Dama Negra» de Nora Roberts)
Andante
Canção do Dia: «Zé do Caroço» Seu Jorge
"[...] Aos seus pés estava uma poça de água calma e límpida. No seu interior a vida agitava-se num outro mundo de cores e formas.
Quando era criança, a avó costumava passear por aquela praia com ela - ou com ela e Andrew. Haviam estudado as poças de água, mas não como numa aula. Não, haviam-se agachado e observado as poças apenas pelo prazer de o fazer. Haviam rido quando o que parecia tratar-se de uma rocha lhe esguichava incomodada.
Pequenos mundos, chamara-lhes a avó. Cheios de paixão, sexo, violência e política - e frequentemente mais sensíveis do que a vida que existe na parte seca do planeta. [...]"
(em «A Dama Negra» de Nora Roberts)
Andante
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Ja chegamos?
Diário de Bordo, Vila do Conde, 16 de Julho de 2009
Canção do Dia: «Desabafo» Marcelo D2
Os berros de duas irmãs extremamente irrequietas marcaram a viagem. Ambas pequenas vestidas de branco e de pequenas unhas pintadas de rosa. Peguinhavam uma com a outra. Perguntavam incansavelmente:
-Já chegamos?
-E agora, já chegamos?
-Mãe... Já chegamos?
-Só chegamos depois de passar a noite (túnel).
-Já passamos uma noite e ainda não chegamos!
-Mas temos de passar uma noite mais comprida, não é mãe?
Chorava copiosamente.
-Eu não quero estar aqui parada!
Só queria chegar ao destino.
Andante
Canção do Dia: «Desabafo» Marcelo D2
Os berros de duas irmãs extremamente irrequietas marcaram a viagem. Ambas pequenas vestidas de branco e de pequenas unhas pintadas de rosa. Peguinhavam uma com a outra. Perguntavam incansavelmente:
-Já chegamos?
-E agora, já chegamos?
-Mãe... Já chegamos?
-Só chegamos depois de passar a noite (túnel).
-Já passamos uma noite e ainda não chegamos!
-Mas temos de passar uma noite mais comprida, não é mãe?
Chorava copiosamente.
-Eu não quero estar aqui parada!
Só queria chegar ao destino.
Andante
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Gira vento...
Diário de Bordo, Vila do Conde, 12 de Junho de 2009
Canção do Dia: «Elephant Gun» Beirut
Gira vento...
Gira vento...
Andante
Canção do Dia: «Elephant Gun» Beirut
Gira vento...
Gira vento...
Andante
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Férias
Diário de Bordo, Vila do Conde, 8 de Junho de 2009
Canção do Dia: «Saia da Carolina» Uxukalhus
Estou finalmente de férias. Saíram os resultados dos dois exames que me faltavam fazer.
Agora sim, cheira a maresia.
Andante
Canção do Dia: «Saia da Carolina» Uxukalhus
Estou finalmente de férias. Saíram os resultados dos dois exames que me faltavam fazer.
Agora sim, cheira a maresia.
Andante
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Que lindeza!
Diário de Bordo, Vila do Conde, 03 de Junho de 2009
Diário de Bordo: «A Gaivota» Amália Hoje
Sentia a falta desesperada de um livro. Não tinha nada para me distrair na viagem e não conseguia dormir.
Entra um par com um cão pequenico enroscado numa mantinha. Entre festinhas, a atenção de todos é desviada.
-Oh! Que fofinho!
-Olha que lindo!
-Olhó bichinho! Que lindeza!
-É tão pequenino!Como se chama?...
Teve a viagem toda em silêncio e revelou-se um grande apreciador de Nestum.
Andante
Diário de Bordo: «A Gaivota» Amália Hoje
Sentia a falta desesperada de um livro. Não tinha nada para me distrair na viagem e não conseguia dormir.
Entra um par com um cão pequenico enroscado numa mantinha. Entre festinhas, a atenção de todos é desviada.
-Oh! Que fofinho!
-Olha que lindo!
-Olhó bichinho! Que lindeza!
-É tão pequenino!Como se chama?...
Teve a viagem toda em silêncio e revelou-se um grande apreciador de Nestum.
Andante
terça-feira, 2 de junho de 2009
Após exame
Diário de Bordo, Vila do Conde, 02 de Junho de 2009
Canção do Dia: «Putos a Roubar Maçãs» Dead Combo
Acabado o exame, entro na carruagem. À minha frente está uma negrona linda. Mulher já de idade, tem na cara as rugas que a caracterizam. O vermelho e rosa de sua roupa e turbante contrastam com a sua pele de ébano. Viro páginas de apontamentos apontando as já repensadas perguntas. As suas mãos, decoradas com reluzentes anéis, prescrutam os múltiplos sacos que traz consigo ao longo de seguidas estações. Procura algo incansavelmente. Acaba por sair em Pedras Rubras, onde um casal com um simpático bebé lhe sucede.
-"Tem umas tilhas iguaisás minhas, mã". Apontando.
-São filho! As sapatilhas da menina são iguais às tuas. Ele já estava à muito tempo a olhar para baixo. Diz, sorrindo.
Mostro-lhe as minhas all stars pretas com os cordões especialmente entrelaçados.
-Pois são já viste?!
Andante
Canção do Dia: «Putos a Roubar Maçãs» Dead Combo
Acabado o exame, entro na carruagem. À minha frente está uma negrona linda. Mulher já de idade, tem na cara as rugas que a caracterizam. O vermelho e rosa de sua roupa e turbante contrastam com a sua pele de ébano. Viro páginas de apontamentos apontando as já repensadas perguntas. As suas mãos, decoradas com reluzentes anéis, prescrutam os múltiplos sacos que traz consigo ao longo de seguidas estações. Procura algo incansavelmente. Acaba por sair em Pedras Rubras, onde um casal com um simpático bebé lhe sucede.
-"Tem umas tilhas iguaisás minhas, mã". Apontando.
-São filho! As sapatilhas da menina são iguais às tuas. Ele já estava à muito tempo a olhar para baixo. Diz, sorrindo.
Mostro-lhe as minhas all stars pretas com os cordões especialmente entrelaçados.
-Pois são já viste?!
Andante
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quinta-feira, 14 de maio de 2009
Catarinas
Diário de Bordo, Vila do Conde, 14 de Maio de 2009
Canção do Dia: «When I grow up» Fever Ray
-Qual é a nossa estação mãe?
-Sete Bicas.
-E a estação da festa, mãe? Qual é? Qual é?
-Senhora da Hora, será?!
-Vamos à festa mãe! Vá lá! Vá lá!
-Só no fim-de-semana.
-E a Senhora vai à festa? Pergunta à senhora sentada à sua frente.
-Eu não. Hoje não, só no fim-de-semana também. E tem filhos para levar?
-Não. Não tenho filhos.
-E o Senhor? O Senhor vai à festa hoje? Tem filhos?
-Tenho três filhos e vou levá-los no sábado.
-Só no sábado como eu. E levas todos?! É porque moram juntos?
-Sim.
-Ah! Tá bem! E como se chamam os teus filhos?
-Catarina, João e Mariana.
-Catarina?! É como eu! Ah... E que idade é que a tua Catarina tem?
-Tem 7.
-Como eu! E em que dia nasceu a tua Catarina?
-29 de Abril.
-29? A sério! Eu faço a 28! Só que não é de Abril!
-Só faltava andarmos na mesma escola!
...
-É a mesma que a minha! Se calhar conheço. Qual é o último nome dela?
-Ana Catarina Ferreira.
-É a Catarina do 2º ano mãe! Conheço perfeitamente!
-Ela costuma brincar com as meninas do 2º ano. Explica a mãe.
-E a Catarina porta-se bem?
-Porta-se. A Catarina do 2º ano porta-se mesmo bem, é o que eu penso.
-Tás a falar a sério, ou só a ser simpática.
-Tou a falar a sério. Se ela se portasse mal eu dizia-te.
Entram os "picas".
-O seu cartão, por favor.
-Tome.
-Obrigada.
-De nada. Obrigada eu. (Num despacho tremendo.)
-Já viram os cartões de toda a gente mãe?
-Já.
-E agora? Vão para casa jantar?
-Sim filha, agora vão para casa jantar.
...
-Os manos da tua Catarina que idade têm?
-6 e 12.
-Está na infantil? Vai agora para o primeiro ano? No mesmo colégio? Pergunta a mãe.
-Sim sim, exacto.
(Sete Bicas)
-Anda Catarina, já chegamos.
-Xau pai da Catarina Ferreira. Manda-lhe um beijinho e diz-lhe que a Maria Silva não tem de tomar conta dela nos intervalos, ela tem de se safar sozinha ok? Já é crescidinha. Não te esqueças do meu nome, sim?
-Ok.
-Adeus pai da Ana Catarina do 2º ano.
-Adeus Catarina.
Andante
Canção do Dia: «When I grow up» Fever Ray
-Qual é a nossa estação mãe?
-Sete Bicas.
-E a estação da festa, mãe? Qual é? Qual é?
-Senhora da Hora, será?!
-Vamos à festa mãe! Vá lá! Vá lá!
-Só no fim-de-semana.
-E a Senhora vai à festa? Pergunta à senhora sentada à sua frente.
-Eu não. Hoje não, só no fim-de-semana também. E tem filhos para levar?
-Não. Não tenho filhos.
-E o Senhor? O Senhor vai à festa hoje? Tem filhos?
-Tenho três filhos e vou levá-los no sábado.
-Só no sábado como eu. E levas todos?! É porque moram juntos?
-Sim.
-Ah! Tá bem! E como se chamam os teus filhos?
-Catarina, João e Mariana.
-Catarina?! É como eu! Ah... E que idade é que a tua Catarina tem?
-Tem 7.
-Como eu! E em que dia nasceu a tua Catarina?
-29 de Abril.
-29? A sério! Eu faço a 28! Só que não é de Abril!
-Só faltava andarmos na mesma escola!
...
-É a mesma que a minha! Se calhar conheço. Qual é o último nome dela?
-Ana Catarina Ferreira.
-É a Catarina do 2º ano mãe! Conheço perfeitamente!
-Ela costuma brincar com as meninas do 2º ano. Explica a mãe.
-E a Catarina porta-se bem?
-Porta-se. A Catarina do 2º ano porta-se mesmo bem, é o que eu penso.
-Tás a falar a sério, ou só a ser simpática.
-Tou a falar a sério. Se ela se portasse mal eu dizia-te.
Entram os "picas".
-O seu cartão, por favor.
-Tome.
-Obrigada.
-De nada. Obrigada eu. (Num despacho tremendo.)
-Já viram os cartões de toda a gente mãe?
-Já.
-E agora? Vão para casa jantar?
-Sim filha, agora vão para casa jantar.
...
-Os manos da tua Catarina que idade têm?
-6 e 12.
-Está na infantil? Vai agora para o primeiro ano? No mesmo colégio? Pergunta a mãe.
-Sim sim, exacto.
(Sete Bicas)
-Anda Catarina, já chegamos.
-Xau pai da Catarina Ferreira. Manda-lhe um beijinho e diz-lhe que a Maria Silva não tem de tomar conta dela nos intervalos, ela tem de se safar sozinha ok? Já é crescidinha. Não te esqueças do meu nome, sim?
-Ok.
-Adeus pai da Ana Catarina do 2º ano.
-Adeus Catarina.
Andante
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Guarda-chuvas
Diario de Bordo, Vila do Conde, 13 de Maio de 2009
Canção do Dia: «A Fifth Of Beethoven 7» Walter Murphy & the Big Apple Band
Depois de, literalmente, saltar da cama com um atraso substâncial e com a ínfima esperança de ainda apanhar o metro, desato a realizar as simples e quotidianas tarefas do acordar com uma pressa descomunal.
O expresso ia cheio. Fui o caminho todo de pé perto da porta a virar e a revirar apontamentos e testes de Toxicologia completamente escrevinhados nas margens. O teste esperava-me ao primeiro tempo.
Entra uma senhora com um guarda-chuva azul, levando um rapazito ao colo vestido de azul com um gurda-chuva azul.
Enquanto o puto se manifestava porque queria abrir o seu chapéu dentro do metro, a mãe dáva-lhe na cabeça para não o abrir.
A determinada altura o reguila lá consegue abrir o "chuço". Distribui "guarda-chuvadas" pelos passageiros. A felicidade era extrema.
Até que...
...uma mão actua. Mãe berra com criança e criança berra com mãe.
Andante
Canção do Dia: «A Fifth Of Beethoven 7» Walter Murphy & the Big Apple Band
Depois de, literalmente, saltar da cama com um atraso substâncial e com a ínfima esperança de ainda apanhar o metro, desato a realizar as simples e quotidianas tarefas do acordar com uma pressa descomunal.
O expresso ia cheio. Fui o caminho todo de pé perto da porta a virar e a revirar apontamentos e testes de Toxicologia completamente escrevinhados nas margens. O teste esperava-me ao primeiro tempo.
Entra uma senhora com um guarda-chuva azul, levando um rapazito ao colo vestido de azul com um gurda-chuva azul.
Enquanto o puto se manifestava porque queria abrir o seu chapéu dentro do metro, a mãe dáva-lhe na cabeça para não o abrir.
A determinada altura o reguila lá consegue abrir o "chuço". Distribui "guarda-chuvadas" pelos passageiros. A felicidade era extrema.
Até que...
...uma mão actua. Mãe berra com criança e criança berra com mãe.
Andante
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Medo
Diário de Bordo, Vila do Conde, 11 de Maio de 2009
Canção do Dia: «Odissey» Stomp
Já a caminho do Pólo Universitário duas amigas conversam.
-Imagine que está num barco. Assim num barco de remos a remar... a remar...
-Barco ainda pior. Nem barco, nem avião nem metro! Só mesmo carro e camioneta.
-Só?!
-Sim. Tenho medo e fico enjoada.
-Olhe, já estamos no Marquês, mais cinco estações e já chegamos!
-Graças a Deus! Ainda à bocado no autocarro estava a pensar se vinha a pé, porque sozinha não vinha! Nem mesmo com uma nota grande! Não vinha!
-Pedia duas notas grandes!
-Oh, não brinque! Se não a tivesse encontrado não vinha de metro, vinha a pé. Você está habituada, vem todos os dias. O meu neto também brinca comigo.
-Oh Bó, fuogo! É tám fixe! Num tenhas miedo! (imitando-o)
Risos
-Da próxima venho de autocarro, não gosto mesmo nada disto!
-Tem de perder o medo! Nas próximas paragens já anda por cima.
-Ai meu Deus, se não fosse para ir ao hospital!...
-É por uma boa causa, eu vou consigo.
Pausa.
-Sabe que a minha neta Sara agora tem actividades na escola em part time...
Andante
Canção do Dia: «Odissey» Stomp
Já a caminho do Pólo Universitário duas amigas conversam.
-Imagine que está num barco. Assim num barco de remos a remar... a remar...
-Barco ainda pior. Nem barco, nem avião nem metro! Só mesmo carro e camioneta.
-Só?!
-Sim. Tenho medo e fico enjoada.
-Olhe, já estamos no Marquês, mais cinco estações e já chegamos!
-Graças a Deus! Ainda à bocado no autocarro estava a pensar se vinha a pé, porque sozinha não vinha! Nem mesmo com uma nota grande! Não vinha!
-Pedia duas notas grandes!
-Oh, não brinque! Se não a tivesse encontrado não vinha de metro, vinha a pé. Você está habituada, vem todos os dias. O meu neto também brinca comigo.
-Oh Bó, fuogo! É tám fixe! Num tenhas miedo! (imitando-o)
Risos
-Da próxima venho de autocarro, não gosto mesmo nada disto!
-Tem de perder o medo! Nas próximas paragens já anda por cima.
-Ai meu Deus, se não fosse para ir ao hospital!...
-É por uma boa causa, eu vou consigo.
Pausa.
-Sabe que a minha neta Sara agora tem actividades na escola em part time...
Andante
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quinta-feira, 7 de maio de 2009
Chiclet
Diário de Bordo, Vila do Conde, 07 de Maio de 2009
Canção do Dia: «Battles of Tribes» Blasted Mechanism
Se mascava chiclet?!
Oh se mascava! Tanto mascava que tive de trocar de lugar!
Andante
Canção do Dia: «Battles of Tribes» Blasted Mechanism
Se mascava chiclet?!
Oh se mascava! Tanto mascava que tive de trocar de lugar!
Andante
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Morfeu
Diário de Bordo, Vila do Conde, 06 de Maio de 2009
Canção do Dia: «Sexto andar» Clã
Sento-me no metro. Hipnos faz-me companhia e sou levada em braços por Morfeu. Completamente submissa, a cabeça escorrega e cai-me repetidamente.
Acordo.
-Volta Morfeu!
O seu cobertor de estrelas envolve-me e calmamente os sonhos continuam.
Andante
Canção do Dia: «Sexto andar» Clã
Sento-me no metro. Hipnos faz-me companhia e sou levada em braços por Morfeu. Completamente submissa, a cabeça escorrega e cai-me repetidamente.
Acordo.
-Volta Morfeu!
O seu cobertor de estrelas envolve-me e calmamente os sonhos continuam.
Andante
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Peixes
Diário de Bordo, Vila do Conde, 20 de Abril de 2009
Canção do Dia: «Run Run» Those Dancing Days
Li o livro todo de uma assentada.
"As ideias são como peixes.
Se quisermos capturar peixes pequenos, podemos ficar pelas águas pouco profundas. Mas, se quisermos capturar os peixes grandes, temos de ir mais fundo.
Lá no fundo, os peixes são mais poderosos e mais puros. São enormes e abstratos. E são muito bonitos.
Eu procuro um certo tipo de peixe que é importante para mim, um que possa ser transposto para o cinema. Mas há todo o tipo de peixes a nadar lá em baixo. Há peixes para os negócios, peixes para o desporto. Há peixes para tudo.
Todas as coisas, qualquer coisa que seja coisa, vem ao de cima a partir de um nível mais profundo. A Física moderna chama a esse nível o Campo Unificado. Quanto mais a nossa consciência-a nossa atenção- se expandir, mais fundo avançamos para esta fonte e maiores são os peixes que podemos capturar.[...]
O desejo de ter uma ideia é como isco. Quando se está a pescar, é preciso ter paciência. Coloca-se o isco no anzol e espera-se. O desejo é o isco que atrai aqueles peixes-aquelas ideias.
O que é bonito é que, quando se apanha um peixe que se ama, mesmo que seja um peixe pequeno-um fragmento de uma ideia-esse peixe vai atrair outros peixes e agarrar-se-ão a ele. Então, está-se lançado. Em breve começam a surgir cada vez mais fragmentos e a coisa inteira emerge. Mas começa com desejo."
(em «Em busca do grande peixe» de David Linch)
Andante
Canção do Dia: «Run Run» Those Dancing Days
Li o livro todo de uma assentada.
"As ideias são como peixes.
Se quisermos capturar peixes pequenos, podemos ficar pelas águas pouco profundas. Mas, se quisermos capturar os peixes grandes, temos de ir mais fundo.
Lá no fundo, os peixes são mais poderosos e mais puros. São enormes e abstratos. E são muito bonitos.
Eu procuro um certo tipo de peixe que é importante para mim, um que possa ser transposto para o cinema. Mas há todo o tipo de peixes a nadar lá em baixo. Há peixes para os negócios, peixes para o desporto. Há peixes para tudo.
Todas as coisas, qualquer coisa que seja coisa, vem ao de cima a partir de um nível mais profundo. A Física moderna chama a esse nível o Campo Unificado. Quanto mais a nossa consciência-a nossa atenção- se expandir, mais fundo avançamos para esta fonte e maiores são os peixes que podemos capturar.[...]
O desejo de ter uma ideia é como isco. Quando se está a pescar, é preciso ter paciência. Coloca-se o isco no anzol e espera-se. O desejo é o isco que atrai aqueles peixes-aquelas ideias.
O que é bonito é que, quando se apanha um peixe que se ama, mesmo que seja um peixe pequeno-um fragmento de uma ideia-esse peixe vai atrair outros peixes e agarrar-se-ão a ele. Então, está-se lançado. Em breve começam a surgir cada vez mais fragmentos e a coisa inteira emerge. Mas começa com desejo."
(em «Em busca do grande peixe» de David Linch)
Andante
domingo, 19 de abril de 2009
Vento
Diário de Bordo, Vila do Conde, 19 de abril de 2009
Canção do Dia: «The Great Escape» Patrick Watson
Amanhã recomeçam as aulas.
Aproveito o vento para voar.
Andante
Canção do Dia: «The Great Escape» Patrick Watson
Amanhã recomeçam as aulas.
Aproveito o vento para voar.
Andante
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quinta-feira, 2 de abril de 2009
Sapatos
Diário de Bordo, Vila do Conde, 02 de Abril de 2009
Canção do Dia: «Mad About You» Hooverphonic
Sentada no chão pela segunda vez consecutiva, distraio-me a desenhar os sapatos dos viajantes.
Andante
Canção do Dia: «Mad About You» Hooverphonic
Sentada no chão pela segunda vez consecutiva, distraio-me a desenhar os sapatos dos viajantes.
Andante
terça-feira, 31 de março de 2009
A rapariga que inventou um sonho
Diário de Bordo, Vila do Conde, 31 de Março de 2009
Canção do Dia: «Há uma música do povo» Paula Oliveira e Bernardo Moreira
"Vi as horas. Eram onze e quarenta e cinco e o meu primo continuava sem aparecer. Estava a aproximar-se a hora do almoço e a cafetaria começava a encher-se de gente. Todo o tipo de vozes e sons, misturados como fumo, envolviam o ambiente. Tornei a procurar refúgio nas minhas recordações desse dia. E a evocar a canetinha dourada que ela tinha no bolso da frente do seu pijama.
Ah, é verdade, já me esquecia de dizer que ela usara precisamente aquela mesma caneta para escrevinhar num guardanapo de papel.
Um desenho. Ela tinha desenhado qualquer coisa. O guardanapo era demasiado fino e a ponta da caneta estava sempre a emperrar. Ainda assim, ela lá conseguiu desenhar uma montanha. E uma casinha no topo da montanha. Dentro da casa uma mulher dormia. E a toda a volta da casa cresciam salgueiros cegos. Tinha sido por causa dos salgueiros cegos que a mulher adormecera.
-Que raio de coisa é um salgueiro cego?- perguntou o meu amigo.
-Existe uma árvore com esse nome.
-Bom, se existe eu nunca ouvi falar dela.
-Isso é porque fui eu que inventei-disse ela, com um sorriso. Os salgueiros cegos estão cheios de pólen, e quando umas moscas pequenas transportaram o pólen agarrado às patas para dentro do ouvido da mulher, ela caiu num sono profundo.
Agarrando num outro guardanapo, ela traçou os contornos de um salgueiro cego. Era do tamanho de uma azálea. A árvore estava em flor e as suas flores despontavam no meio de folhas de um verde-carregado que mais pareciam caudas de lagartos dispostas em cacho. vendo bem, o salgueiro cego não se parecia nada com um salgueiro.
-Arranjas-me um cigarro?-pediu o meu amigo. Atirei-lhe um masso todo amassado e ensopado de Hope e meia dúzia de fósforos para cima da mesa.
-Visto de fora, à superfície da terra, um salgueiro cego pode parecer pequeno, mas tem umas raízes espantosamente profundas-explicou ela.-Na verdade, a partir de um determinado ponto deixa de crescer e começa a enterrar-se cada vez mais. Dir-se-ia que se alimenta de escuridão.
-E as moscas transportam o pólen para dentro do ouvido da mulher e põem-na a dormir-atalhou o meu amigo, vendo-se aflito para acender o cigarro com os fósforos húmidos.-E depois, o que acontece às moscas?
-Devoram. Saciam-se e comem a carne da mulher por dentro, naturalmente-disse a namorada do meu amigo.
-Ora toma. Embrulha e leva para casa-rematou o meu amigo."
(em «A rapariga que inventou um sonho» de Haruki Murakami)
Andante
Canção do Dia: «Há uma música do povo» Paula Oliveira e Bernardo Moreira
"Vi as horas. Eram onze e quarenta e cinco e o meu primo continuava sem aparecer. Estava a aproximar-se a hora do almoço e a cafetaria começava a encher-se de gente. Todo o tipo de vozes e sons, misturados como fumo, envolviam o ambiente. Tornei a procurar refúgio nas minhas recordações desse dia. E a evocar a canetinha dourada que ela tinha no bolso da frente do seu pijama.
Ah, é verdade, já me esquecia de dizer que ela usara precisamente aquela mesma caneta para escrevinhar num guardanapo de papel.
Um desenho. Ela tinha desenhado qualquer coisa. O guardanapo era demasiado fino e a ponta da caneta estava sempre a emperrar. Ainda assim, ela lá conseguiu desenhar uma montanha. E uma casinha no topo da montanha. Dentro da casa uma mulher dormia. E a toda a volta da casa cresciam salgueiros cegos. Tinha sido por causa dos salgueiros cegos que a mulher adormecera.
-Que raio de coisa é um salgueiro cego?- perguntou o meu amigo.
-Existe uma árvore com esse nome.
-Bom, se existe eu nunca ouvi falar dela.
-Isso é porque fui eu que inventei-disse ela, com um sorriso. Os salgueiros cegos estão cheios de pólen, e quando umas moscas pequenas transportaram o pólen agarrado às patas para dentro do ouvido da mulher, ela caiu num sono profundo.
Agarrando num outro guardanapo, ela traçou os contornos de um salgueiro cego. Era do tamanho de uma azálea. A árvore estava em flor e as suas flores despontavam no meio de folhas de um verde-carregado que mais pareciam caudas de lagartos dispostas em cacho. vendo bem, o salgueiro cego não se parecia nada com um salgueiro.
-Arranjas-me um cigarro?-pediu o meu amigo. Atirei-lhe um masso todo amassado e ensopado de Hope e meia dúzia de fósforos para cima da mesa.
-Visto de fora, à superfície da terra, um salgueiro cego pode parecer pequeno, mas tem umas raízes espantosamente profundas-explicou ela.-Na verdade, a partir de um determinado ponto deixa de crescer e começa a enterrar-se cada vez mais. Dir-se-ia que se alimenta de escuridão.
-E as moscas transportam o pólen para dentro do ouvido da mulher e põem-na a dormir-atalhou o meu amigo, vendo-se aflito para acender o cigarro com os fósforos húmidos.-E depois, o que acontece às moscas?
-Devoram. Saciam-se e comem a carne da mulher por dentro, naturalmente-disse a namorada do meu amigo.
-Ora toma. Embrulha e leva para casa-rematou o meu amigo."
(em «A rapariga que inventou um sonho» de Haruki Murakami)
Andante
segunda-feira, 30 de março de 2009
Índio
Diário de Bordo, Vila do Conde, 30 de Março de 2009
Canção do Dia: «Pagú» Maria Rita
Deliciava-me entre as folhas amareladas, relidas e vincadas dos valiosos cadernos de apontamentos dos meus avós.
Perdia-me na linda caligrafia de ambos misturada com o cheiro das essências e das dedadas de xarope datadas.
Enquanto isso, um senhor de pele avermelhada, cabelo tão preto e chagas abertas nas mãos e cara babava-se enquanto aterrado, dormia descansado encostado ao vidro.
Andante
Canção do Dia: «Pagú» Maria Rita
Deliciava-me entre as folhas amareladas, relidas e vincadas dos valiosos cadernos de apontamentos dos meus avós.
Perdia-me na linda caligrafia de ambos misturada com o cheiro das essências e das dedadas de xarope datadas.
Enquanto isso, um senhor de pele avermelhada, cabelo tão preto e chagas abertas nas mãos e cara babava-se enquanto aterrado, dormia descansado encostado ao vidro.
Andante
quinta-feira, 26 de março de 2009
Interiorização
Diário de Bordo, Vila do Conde, 26 de Março de 2009
Canção do Dia: «Must be Dreaming» Frou Frou
"A interiorização não só controla o indivíduo, mas abre-lhe as portas do mundo. Não só permite que o mesmo participe do mundo social externo, mas capacita-o para uma vida interior mais rica. É só por meio da interiorização das vozes dos outros que podemos falar a nós mesmos. Se ninguém nos tivesse dirigido uma mensagem significativa vinda de fora, em nosso interior também reinaria o silêncio. É só através dos outros que podemos descobrir-nos a nós mesmos. Ou, em termos mais precisos, é só através dos outros significativos que podemos desenvolver um relacionamento significativo com a nossa própria pessoa. (...)"
(em P. L. Berger e B. Berger - Sociology - A Biographical Approach. New York, Basic Books, 1975)
Andante
Canção do Dia: «Must be Dreaming» Frou Frou
"A interiorização não só controla o indivíduo, mas abre-lhe as portas do mundo. Não só permite que o mesmo participe do mundo social externo, mas capacita-o para uma vida interior mais rica. É só por meio da interiorização das vozes dos outros que podemos falar a nós mesmos. Se ninguém nos tivesse dirigido uma mensagem significativa vinda de fora, em nosso interior também reinaria o silêncio. É só através dos outros que podemos descobrir-nos a nós mesmos. Ou, em termos mais precisos, é só através dos outros significativos que podemos desenvolver um relacionamento significativo com a nossa própria pessoa. (...)"
(em P. L. Berger e B. Berger - Sociology - A Biographical Approach. New York, Basic Books, 1975)
Andante
quarta-feira, 25 de março de 2009
Jardinagem
Diário de Bordo, Vila do Conde, 25 de Março de 2009
Canção do Dia: «Raincloud» Suzanna Choffel
Durante uma viagem ao lado de uma senhora a cheirar a sabonete fala-se:
-de jardins;
-de canteiros;
-de flores;
-de compras e aquisições para a horta;
-de conhecimentos sobre jardinagem.
Fala-se da praça pública e apura-se o espírito crítico.
Andante
Canção do Dia: «Raincloud» Suzanna Choffel
Durante uma viagem ao lado de uma senhora a cheirar a sabonete fala-se:
-de jardins;
-de canteiros;
-de flores;
-de compras e aquisições para a horta;
-de conhecimentos sobre jardinagem.
Fala-se da praça pública e apura-se o espírito crítico.
Andante
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segunda-feira, 23 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
sexta-feira, 20 de março de 2009
Horários
Diário de Bordo, Vila do Conde, 20 de Março de 2009
Diário de Bordo: «Desordenador» Filastine
Os horários do metro mudaram. Não estão adequados a compromissos. Não há horários compatíveis para chegar ao trabalho às horas certas ou às meias horas. Amanhã vou ter de me levantar ainda mais cedo.
Andante
Diário de Bordo: «Desordenador» Filastine
Os horários do metro mudaram. Não estão adequados a compromissos. Não há horários compatíveis para chegar ao trabalho às horas certas ou às meias horas. Amanhã vou ter de me levantar ainda mais cedo.
Andante
segunda-feira, 9 de março de 2009
Derby
Diário de Bordo, Vila do Conde, 09 de Março de 2009
Canção do Dia: «Luz Vaga» Mesa
Porto - Benfica
Benfica passa constantemente a linha do meio campo, ocupando o banco do adversário.
Porto com problemas na defesa.
Benfica permanece no campo do Porto. Bola para a frente.
Porto não responde!
Casaco Azul 0 - Gabardina Vermelha 1
Acho que estava com sono de mais para contra-atacar.
Andante
Canção do Dia: «Luz Vaga» Mesa
Porto - Benfica
Benfica passa constantemente a linha do meio campo, ocupando o banco do adversário.
Porto com problemas na defesa.
Benfica permanece no campo do Porto. Bola para a frente.
Porto não responde!
Casaco Azul 0 - Gabardina Vermelha 1
Acho que estava com sono de mais para contra-atacar.
Andante
sexta-feira, 6 de março de 2009
Crochet
Diário de Bordo, Vila do Conde, 06 de Março de 2009
Canção do Dia: «The piano» Michael Nyman
Peço licença para passar, as sapatilhas vermelhas não se movem.
Sento-me. Uma senhora ruiva pintada, de dentes em mau estado bastante separados faz crochet compulsivamente. Desenvencilha um emaranhado de fios entrelaçando pequenos pedaços salmão. Trauteia baixinho canções em espanhol que ecoam do mp3.
De tão compenetrada não lhe vi os olhos.
Andante
Canção do Dia: «The piano» Michael Nyman
Peço licença para passar, as sapatilhas vermelhas não se movem.
Sento-me. Uma senhora ruiva pintada, de dentes em mau estado bastante separados faz crochet compulsivamente. Desenvencilha um emaranhado de fios entrelaçando pequenos pedaços salmão. Trauteia baixinho canções em espanhol que ecoam do mp3.
De tão compenetrada não lhe vi os olhos.
Andante
quinta-feira, 5 de março de 2009
Cansaço
Diário de Borso, Vila do Conde, 05 de Março de 2009
Canção do Dia: «Paper Plans» MIA
Dois trabalhos...
Duas horas de sono...
Exaustão.
Andante
Canção do Dia: «Paper Plans» MIA
Dois trabalhos...
Duas horas de sono...
Exaustão.
Andante
quarta-feira, 4 de março de 2009
segunda-feira, 2 de março de 2009
Chuva
Diário de Bordo, Vila do Conde, 02 de Março de 2009
Canção do Dia: «Almost Lover» A Fine Frenzy
Chuviscou um bocadito.
Adoro quando cheira a terra molhada.
Andante
Canção do Dia: «Almost Lover» A Fine Frenzy
Chuviscou um bocadito.
Adoro quando cheira a terra molhada.
Andante
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Redacção
Diário de Bordo, Vila do Conde, 20 de Fevereiro de 2009
Cançaõ do Dia: «Clandestino» Deolinda
Entro no metro. Uma caneta vermelha corrige.
Mal sabe o aluno Filipe Teixeira, nº 12 do 10º D o quanto se pesaram figos sobre a sua redacção sobre energias renováveis e não renováveis.
Andante
Cançaõ do Dia: «Clandestino» Deolinda
Entro no metro. Uma caneta vermelha corrige.
Mal sabe o aluno Filipe Teixeira, nº 12 do 10º D o quanto se pesaram figos sobre a sua redacção sobre energias renováveis e não renováveis.
Andante
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Sacas de Papelão
Diário de Bordo, Porto, 27 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «Imagine one day» Grace
Já repararam que as senhoras, acima de uma certa idade, transportam sempre consigo, para além da habual carteirita, uma floreada saca de papelão?
Andante
Canção do Dia: «Imagine one day» Grace
Já repararam que as senhoras, acima de uma certa idade, transportam sempre consigo, para além da habual carteirita, uma floreada saca de papelão?
Andante
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Lua
Diário de Bordo, Vila do Conde, 26 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «Fácil de Entender» The Gift
Dizem que ando sempre com a cabeça na lua. É bem verdade.
Andante
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Faço Questão
Diário de Bordo, Vila do Conde, 20 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «Rosa» Rodrigo Leão
Depois de uma corrida para ir a uma série de lojas na Rua do Almada e Cedofeita.
-Quer sentar-se?
-Não menina, deixe lá.
-A sério, não me custa nada.
-Não, não.
-Faço questão.
-Coisas destas já não se vêm hoje em dia. Abençoada seja menina, que Deus lhe dê muita saúde e muita paz.
Andante
Canção do Dia: «Rosa» Rodrigo Leão
Depois de uma corrida para ir a uma série de lojas na Rua do Almada e Cedofeita.
-Quer sentar-se?
-Não menina, deixe lá.
-A sério, não me custa nada.
-Não, não.
-Faço questão.
-Coisas destas já não se vêm hoje em dia. Abençoada seja menina, que Deus lhe dê muita saúde e muita paz.
Andante
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Conversas
Diário de Bordo, Vila do Conde, 19 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «Turn Me On» Cocorosie
Depois de ter perdido o metro por 1 minuto, encontro um metro de uma carruagem com grande densidade populacional.
Estranhamente o habitual e elevado ruído está ausente.
Uma menina chocolate fala ao telemóvel em brasileiro.
Enquanto uma sonolenta malha se repete, uma gola alta estuda, um emproado chapéu dormita e um gorro com olhos rasgados observa, entra um senhor de cara vincada com óculos sobre o nariz. Encontra um amigo, o sossego acaba.
-Não me empurres carago! Vê lá que caio!
-E és mais de cair para o lado das mulheres ou dos homens?
-Nem me perguntes isso! (Ofendidíssimo).
-Tás doente?
-É da gripe.... das aves. Asa Negra.
-Das aves?!
-Pois! Queria que fosse da qual?
-Da normal, carago! Duvido muito que seja das aves. Isso ainda não chegou cá!
-Olha, então se não é das aves é da outra.
Tosse violentamente para cima de um senhor que estava sentado à sua frente, que fica incomodado com os "vary lights".
-Isso precisa de mel!
-De mel?! Tás é maluco! Depois as abelhas vinham atrás de mim! Tenho cara de doce?
-Precisas de mel com limão.
-Mel?! Limão?! Preciso é de virar dois "whiskes" que isso é qu'é bom pá tosse!
-Whisky?!
-Sim carago! Ou cerveja! Apanhar uns bons bojardos!
-E beber muita água...
-Água sabe mal! É preciso é apanhar umas grandas... Isso é que tira a gripe! Olha... Ainda este fim de semana...
-Eu alinhava no mel.
-Outra vez com essa conversa! O mel atrai abelhas, e depois picavam-me, parecia um coador, carago! Deixa-me sentar qu'estou doente.
-Olhe, tá aqui auguém falando muito auto! Tô com dificuldadje em ouví! (Percebe de quem se trata e sorri-me).
Ouve-a, e responde-lhe.
-Ai, falo alto?!
-Temo de nos encontrá, amiga!
-Porra, quando chegar a Póvoa tenho assento...
-...e a fruta...
-A fruta, queres um tabuleiro pr'a fruta naum?
...
-Alô?... Tô?...
-Olha, foi-se a conversa...
Andante
Canção do Dia: «Turn Me On» Cocorosie
Depois de ter perdido o metro por 1 minuto, encontro um metro de uma carruagem com grande densidade populacional.
Estranhamente o habitual e elevado ruído está ausente.
Uma menina chocolate fala ao telemóvel em brasileiro.
Enquanto uma sonolenta malha se repete, uma gola alta estuda, um emproado chapéu dormita e um gorro com olhos rasgados observa, entra um senhor de cara vincada com óculos sobre o nariz. Encontra um amigo, o sossego acaba.
-Não me empurres carago! Vê lá que caio!
-E és mais de cair para o lado das mulheres ou dos homens?
-Nem me perguntes isso! (Ofendidíssimo).
-Tás doente?
-É da gripe.... das aves. Asa Negra.
-Das aves?!
-Pois! Queria que fosse da qual?
-Da normal, carago! Duvido muito que seja das aves. Isso ainda não chegou cá!
-Olha, então se não é das aves é da outra.
Tosse violentamente para cima de um senhor que estava sentado à sua frente, que fica incomodado com os "vary lights".
-Isso precisa de mel!
-De mel?! Tás é maluco! Depois as abelhas vinham atrás de mim! Tenho cara de doce?
-Precisas de mel com limão.
-Mel?! Limão?! Preciso é de virar dois "whiskes" que isso é qu'é bom pá tosse!
-Whisky?!
-Sim carago! Ou cerveja! Apanhar uns bons bojardos!
-E beber muita água...
-Água sabe mal! É preciso é apanhar umas grandas... Isso é que tira a gripe! Olha... Ainda este fim de semana...
-Eu alinhava no mel.
-Outra vez com essa conversa! O mel atrai abelhas, e depois picavam-me, parecia um coador, carago! Deixa-me sentar qu'estou doente.
-Olhe, tá aqui auguém falando muito auto! Tô com dificuldadje em ouví! (Percebe de quem se trata e sorri-me).
Ouve-a, e responde-lhe.
-Ai, falo alto?!
-Temo de nos encontrá, amiga!
-Porra, quando chegar a Póvoa tenho assento...
-...e a fruta...
-A fruta, queres um tabuleiro pr'a fruta naum?
...
-Alô?... Tô?...
-Olha, foi-se a conversa...
Andante
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Arte biológica
Diário de Bordo, Vila do Conde, 16 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «No Teu Poema» Paula Oliveira e Bernardo Moreira
Consigo ver beleza em tudo. Mesmo na mais pequena parte da nossa vida. As cores e as formas de um meio de cultura, os padrões de uma lâmina vista num microscópio. A arte que nem a todos os olhos chega.
Andante
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Escrita
Diário de Bordo, Vila do Conde, 12 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «Quase Perfeito» Donna Maria
«...De certo modo, sempre escrevi, porque me senti impelida a escrever.
Porquê? Por uma simples razão. Para pensar sobre o que quer que seja, preciso primeiro de passar as ideias para o papel.
Tem sido sempre assim, desde miúda. Quando havia uma coisa que não percebia, agarrava, umas atrás das outras, nas palavras espalhadas a meus pés e alinhava-as por forma a com elas construir frases. Quando não conseguia, voltava a espalhá-las, a arrumá-las segundo outra ordem. À força de repetir esse gesto vezes sem conta, tornei-me capaz de pensar sobre as coisas como o comum dos mortais. Para mim, escrever nunca foi difícil....
...Eis o meu mote provisório: através da escrita, tomo todos os dias consciência da minha identidade.»
(em «Sputnik, meu amor» de Haruki Murakami)
Andante
Canção do Dia: «Quase Perfeito» Donna Maria
«...De certo modo, sempre escrevi, porque me senti impelida a escrever.
Porquê? Por uma simples razão. Para pensar sobre o que quer que seja, preciso primeiro de passar as ideias para o papel.
Tem sido sempre assim, desde miúda. Quando havia uma coisa que não percebia, agarrava, umas atrás das outras, nas palavras espalhadas a meus pés e alinhava-as por forma a com elas construir frases. Quando não conseguia, voltava a espalhá-las, a arrumá-las segundo outra ordem. À força de repetir esse gesto vezes sem conta, tornei-me capaz de pensar sobre as coisas como o comum dos mortais. Para mim, escrever nunca foi difícil....
...Eis o meu mote provisório: através da escrita, tomo todos os dias consciência da minha identidade.»
(em «Sputnik, meu amor» de Haruki Murakami)
Andante
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Neve
Diário de Bordo, Vila do Conde, 09 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «My Moon My Man» Feist
-Está a nevar!
-Estás a gozar comigo, não estás?
-Não! Está mesmo a nevar! Já apanhámos uma molha!
-Vou lá ver. Queres vir?
-Está mesmo a nevar! Está o chão branquinho e tudo! Vou tirar uma foto com o telemóvel!
-Afinal está mesmo a nevar!
-Hum hum... E não é só aqui! Em Braga, na Maia, em Vila do Conde.
-Neve?!...
Andante
Canção do Dia: «My Moon My Man» Feist
-Está a nevar!
-Estás a gozar comigo, não estás?
-Não! Está mesmo a nevar! Já apanhámos uma molha!
-Vou lá ver. Queres vir?
-Está mesmo a nevar! Está o chão branquinho e tudo! Vou tirar uma foto com o telemóvel!
-Afinal está mesmo a nevar!
-Hum hum... E não é só aqui! Em Braga, na Maia, em Vila do Conde.
-Neve?!...
Andante
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Regresso ás Aulas
Diário de Bordo, Vila do Conde, 08 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «Lucky» Jason Mraz featuring Colbie Caillat
Começou o segundo semestre. Os horários impõem-se. As saídas passam para o fim-de-semana.
Os estudos predominam; as folhas de apontamentos, os livros e as matérias ocupam-me a mente. Mantenho-me acordada pela noite adentro perdida em conceitos, definições e menemónicas.
Está imenso frio. O meu "vizinho" dorme encostado ao vidro. Desenha uma cara sorridente na névoa da respiração.
Andante
Canção do Dia: «Lucky» Jason Mraz featuring Colbie Caillat
Começou o segundo semestre. Os horários impõem-se. As saídas passam para o fim-de-semana.
Os estudos predominam; as folhas de apontamentos, os livros e as matérias ocupam-me a mente. Mantenho-me acordada pela noite adentro perdida em conceitos, definições e menemónicas.
Está imenso frio. O meu "vizinho" dorme encostado ao vidro. Desenha uma cara sorridente na névoa da respiração.
Andante
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
Passagem de Ano
Diário de Bordo, Vila do Conde, 01 de Janeiro de 2009
Canção do Dia: «This Is The Life» Amy Macdonald
Bom Ano 2009!!!
Abraçam-se amigos entre cânticos e danças. Põem-se em dia conversas pendentes do ano findado. A alegria é contagiante, os sorrisos perduram.
Na vinda, e depois de uma grande espera, cantam-se canções infantis para grande infelicidade dos passageiros que se deslocam para o trabalho. As gargalhadas são constantes.
Sem dúvida as viagens mais doidas que já fiz.
Andante
Canção do Dia: «This Is The Life» Amy Macdonald
Bom Ano 2009!!!
Abraçam-se amigos entre cânticos e danças. Põem-se em dia conversas pendentes do ano findado. A alegria é contagiante, os sorrisos perduram.
Na vinda, e depois de uma grande espera, cantam-se canções infantis para grande infelicidade dos passageiros que se deslocam para o trabalho. As gargalhadas são constantes.
Sem dúvida as viagens mais doidas que já fiz.
Andante
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Jogo dos Peixes
Diário de Bordo, Vila do Conde, 17 de Dezembro de 2009
Canção do Dia: «I have a dream» Common Feat. Will I Am
Canção do Dia: «I have a dream» Common Feat. Will I Am
Depois de uma pedida e inútil caminhada pelas ruas do burgo com vista a aproveitar os saldos com a minha irmã, a viagem revela-se silenciosa.
Enquanto me divertia com uns joguinhos na máquina de calcular da minha compenetrada "manica", ela envolve-se numa afincada leitura d"Os Maias".
...
-Sabes do que tenho saudades?
-De quê?
-Do jogo dos peixes?!
-Sim, quando íamos no carro com os papis nas viagens longas.
-Eramos muito pequeninhas! Tínhamos de ter alguma coisa para fazer!
-Eu sei, era para passar o tempo, mas tenho saudades de jogar a isso!
-Tá bem, começa lá então.
-Sardinha.
-Bacalhau.
-Rodovalho.
-Xaramaneco.
-Salmão.
-Já marchava!
-Oh! Tens de dizer um peixe!
-Garapau com G! (como comunamente lhe chama uma dita conhecida).
-Manta.
-Bacalhau.
-Já disses-t!!!
-Raia então.
-Linguado.
-Garoupa.
-Pescada.
-Pescadinhas de rabo na boca.
-Isso não conta como peixe! É pescada na mesma!
-Hum... Então... Espadarte.
-Enguia.
-Truta.
-Isso não conta.
-Não conta porquê?
-É de água doce, e não me apetece contar como certo!
-Oh! Peixe lanterna.
-Tá bem, pode ser.
-Sabes porque é que o peixe luzinha não tem medo da morte?
-Não!
-Vê sempre a luz ao fundo do tunel!
...
-Peixe-telescópio.
-Peixe-gato.
-Peixe-rato.
-Peixe-lua.
-Peixe-cirurgião.
-Nemo.
-Personagens de desenhos animados não contam, tá?
-Peixe-palhaço.
-Peixe-agulha.
-Baleia...
-Baleia?! Tás-te a passar! Isso é da família dos sebáceos!
-Sebáceos?!?!?!?!?!?!?!
...
Andante
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Frio
Diário de Bordo, Vila do Conde, 2 de Dezembro de 2008
Canção do Dia: «Smells like teen spirit» Tori Amos
O frio chegou.
Posso andar de boina e cachecol como tanto gosto.
Enquanto respiro deixo uma núvem como rasto.
Adoro o interromper do silêncio em cada um dos meus passos.
Andante
Canção do Dia: «Smells like teen spirit» Tori Amos
O frio chegou.
Posso andar de boina e cachecol como tanto gosto.
Enquanto respiro deixo uma núvem como rasto.
Adoro o interromper do silêncio em cada um dos meus passos.
Andante
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Ciganita
Diário de Bordo, 24 de Novembro de 2008
Canção do Dia: «Erase You» Dj Shadow
Olhos pretos e tez escura contrastam com a claridade do seu cabelo loiro. Irrequieta no colo do pai observa a paisagem com atenção. Curiosa. Observa-me.
Mostro-lhe a língua.
Responde-me.
O metro enche. Procura o meu olhar azul por entre o mar de multidão para continuar a brincadeira.
A núvem esconde-a.
Andante
Canção do Dia: «Erase You» Dj Shadow
Olhos pretos e tez escura contrastam com a claridade do seu cabelo loiro. Irrequieta no colo do pai observa a paisagem com atenção. Curiosa. Observa-me.
Mostro-lhe a língua.
Responde-me.
O metro enche. Procura o meu olhar azul por entre o mar de multidão para continuar a brincadeira.
A núvem esconde-a.
Andante
sábado, 22 de novembro de 2008
Encontro
Diário de Bordo, Vila do Conde, 22 de Novembro de 2008
Canção do Dia: «Cliquot» Beirut
Finalmente fim de semana.
Trindade.
Uma menina cega segue com um atento labrador preto nas escadas rolantes.
-Vamos tomar um café! Anda!
Mais à frente encontram amigos. Outra menina cega, outro labrador branco. Todos se cumprimentam entusiasticamente! As amigas trocam abraços, os cães trocam pulinhos e lambidelas. Verdadeira felicidade.
Sorriu com tanta alegria misturada. Situação bonita.
Andante
Canção do Dia: «Cliquot» Beirut
Finalmente fim de semana.
Trindade.
Uma menina cega segue com um atento labrador preto nas escadas rolantes.
-Vamos tomar um café! Anda!
Mais à frente encontram amigos. Outra menina cega, outro labrador branco. Todos se cumprimentam entusiasticamente! As amigas trocam abraços, os cães trocam pulinhos e lambidelas. Verdadeira felicidade.
Sorriu com tanta alegria misturada. Situação bonita.
Andante
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Perdidos e não achados
Diário de Bordo, Vila do Conde, 20 de Novembro de 2008
Canção do Dia: «Grafton Street» Dido
Há grupos de senhoras que se sentam sempre juntas, seja pela amizade, seja pela má língua ou simplesmente pela companhia.
Engraçado como certas amizades surgem.
Esta iniciou-se com uma grande conversa sobre joanetes. Operações, tratamentos e recuperações...
Quando entro, a senhora de óculos acabava de perder um brinco. Lá se põem as três marquesas, literalmente de rabo para o ar, em busca do brinco perdido.
-Não sei para onde foi!
-Acho que não rolou se não vía-se!
Enquanto uma se descalça para verificar que não se encontraria nas botas de cano alto a outra procura no cachecol. A última apalpa o aglomerado de sacos de plástico trazidos pelo conjunto.
-Eu vi a perolazinha a saltar!
-Veja lá bem se não está dentro do saco.
-Óh menina! Perdeu alguma coisa?
Há uma onda de solidaridade pela carruagem. Olhos perscutam o chão.
-Sai lá do chão, q'está todo sujo, mulher!-Dizem à de gatas.
-Olha, deixa lá, é só um brinco!...
-Que chatice!...
Andante
Canção do Dia: «Grafton Street» Dido
Há grupos de senhoras que se sentam sempre juntas, seja pela amizade, seja pela má língua ou simplesmente pela companhia.
Engraçado como certas amizades surgem.
Esta iniciou-se com uma grande conversa sobre joanetes. Operações, tratamentos e recuperações...
Quando entro, a senhora de óculos acabava de perder um brinco. Lá se põem as três marquesas, literalmente de rabo para o ar, em busca do brinco perdido.
-Não sei para onde foi!
-Acho que não rolou se não vía-se!
Enquanto uma se descalça para verificar que não se encontraria nas botas de cano alto a outra procura no cachecol. A última apalpa o aglomerado de sacos de plástico trazidos pelo conjunto.
-Eu vi a perolazinha a saltar!
-Veja lá bem se não está dentro do saco.
-Óh menina! Perdeu alguma coisa?
Há uma onda de solidaridade pela carruagem. Olhos perscutam o chão.
-Sai lá do chão, q'está todo sujo, mulher!-Dizem à de gatas.
-Olha, deixa lá, é só um brinco!...
-Que chatice!...
Andante
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Chão
Diário de Bordo, Vila do Conde, 17 de Novembro de 2008
Canção do Dia: «Let's groove» Rio en Medio
Como habitualmente, o metro ia a rebentar pelas costuras.
Duas raparigas estudam no chão.
-Óh meninas! Sentadas no chão não se paga bilhete! Quem me dera a mim poder ir assim! (Dizia uma senhora confortavelmente sentada.)
Andante
Canção do Dia: «Let's groove» Rio en Medio
Como habitualmente, o metro ia a rebentar pelas costuras.
Duas raparigas estudam no chão.
-Óh meninas! Sentadas no chão não se paga bilhete! Quem me dera a mim poder ir assim! (Dizia uma senhora confortavelmente sentada.)
Andante
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Cusca
"TECNOLOGIA FARMACÊUTICA I
Pastilhas
Preparações farmacêuticas de consistência sólida, destinadas a dissolverem-se na boca, preparadas por moldagem de uma massa plástica constituída de acúcar, mucilagens e pa.
Preparação das pastilhas
1. Pastilhas contendo mucilagens e açúcar
a) Preparação da mucilagem
-goma adraganta (1-2%), goma de karaya
-goma arábica (3-12%)
-metilcelulose (30%)
b) Preparação da pasta
-açúcar pulverizado a pó fino;
-adição da mucilagem a 3/4 do açúcar;
-adição do açúcar restante com pa e aromatizantes incorporados;
-malaxagem-pasta sem aderência
-aromatização: vanilina, essências (anis, hortelã, limão), hidrolatos.
..."
Enquanto uns óculos tortos se contorciam pelas palavras cruzadas, uma senhora interessava-se pelo meu teste de amanhã.
Andante
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